Red Light Stray Kids
I cannot breathe without you being right by my side. I'll die.Depois daquela noite constrangedora em que a Fera me pegou gritando sobre dragões em sonho, decidi uma coisa: *eu nunca mais vou dormir*. Brincadeira... mais ou menos.
Passei os dias seguintes tentando ignorar o incidente e fingindo que não tinha nada de estranho em morar num castelo com uma criatura gigante e peluda que aparentemente acha minhas crises noturnas engraçadas. Mas, por mais que eu tentasse me distrair — explorando os corredores intermináveis e mexendo em estantes de livros empoeiradas —, a sensação de estar sendo observada não ia embora.
E, sinceramente? Achei que era coisa da minha cabeça. Até que, na quarta noite, eu ouvi.
Um barulho.
Não era como o silêncio sufocante do castelo, nem como os passos pesados da Fera andando pelos corredores. Era algo diferente, algo que vinha de fora, lá da floresta que cercava o castelo.
– Provavelmente só o vento – pensei, tentando me convencer enquanto puxava o cobertor até o queixo. Mas o barulho voltou. Um rosnado baixo, como se algo estivesse... esperando.
Antes que eu pudesse decidir se ignorava ou surtava, a porta do meu quarto se abriu com força.
– Você ouviu isso? – perguntou a Fera, já com a postura tensa e os olhos brilhando no escuro.
Minha primeira reação foi pular da cama e balbuciar qualquer coisa, tipo: – Ahn... sim? Não? O que *isso* seria exatamente?
Ela não respondeu. Em vez disso, caminhou até a janela e ficou ali, imóvel, observando a escuridão.
– Tem algo lá fora – ela murmurou, mais para si mesma do que para mim. Depois, virou-se e me encarou. – Fique aqui. Não saia do quarto, não importa o que aconteça.
E saiu antes que eu pudesse argumentar.
Claro, porque me deixar sozinha com meu medo crescente era uma ótima ideia. Mas, como sou *ótima* em seguir ordens (mentira), esperei exatos dois minutos antes de decidir que precisava saber o que estava acontecendo.
Peguei uma vela (porque aparentemente ninguém aqui acredita em luz elétrica) e segui pelo corredor, tentando não fazer barulho. A noite estava ainda mais silenciosa do que de costume, e cada sombra parecia ter um olhar próprio.
Quando cheguei ao grande salão, a porta principal estava aberta, deixando o vento frio da floresta entrar.
E lá estava ela.
A Fera estava de pé no meio do gramado, encarando algo que eu ainda não conseguia ver. Suas costas estavam tensas, e suas garras brilhavam sob a luz da lua.
– Você deveria estar no quarto – ela disse, sem se virar.
– E você deveria estar explicando por que parece que um lobo gigante vai invadir o castelo – retruquei, segurando a vela com força para disfarçar o tremor nas mãos.
Antes que ela pudesse responder, o som veio de novo — um rosnado mais alto, mais próximo. E então eu vi: duas figuras enormes emergiram das árvores, com olhos vermelhos que pareciam queimando.
– Ah. Claro. Lobos gigantes. Perfeito – sussurrei, porque meu humor é a única coisa que me salva nessas horas.
– Volte para dentro, agora! – ela ordenou, com uma autoridade que me fez congelar no lugar.
Mas, antes que eu pudesse me mover, um dos lobos avançou direto para ela.
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A Bela e a Fera🌹(GL)
Romance(Bela narrando) Sabe aquele momento em que você acha que sua vida já atingiu o ápice da loucura, e então percebe que estava redondamente enganada? Pois é. Essa sou eu, Bela, agora prisioneira em um castelo sombrio que mais parece um cenário de filme...