capítulo dois

5 1 1
                                    

Los Angeles, novembro de 2024

Erwin;

Quando crianças nos ensinam como mentir, porque a mentira é a maneira mais fácil... Mais rápida de se livrar de uma situação, e então mentimos como se não houvesse amanhã, mentimos até que isso transborde e nos sufoque, depois culpamos alguém por nossas más ações, o ser humano é algo interessante de se observar, quanto mais mentimos, mais sentimos aquele aperto, e mentimos de novo para essa sensação passar, fato interessante, ninguém de arrepende do erro que comete, mas adoramos fingir que sim.

— Precisamos sair daqui, Erwin, logo vão estranhar os carros parados.

— Observa aquelas duas, Kay? — Aponto com o dedo indicador para a direção delas enquanto observo elas se distanciarem com um sorriso curto.

— Erwin, devemos partir agora, não podemos arriscar, não quando você acaba de ser liberado, sabe como estão loucos caçando você.

Observei kay pelo retrovisor do carro, e sabia que ele também me observava, sempre esgueirando para não permitir que eu vá para a solitária novamente, Kay não sabia quando parar, era o que mais admirava, ele não parava, nem quando se tratava de matar alguém, matar e morrer, certo?

— Quero que todos saibam que eu estou de volta, Kay, e não vai demorar muito até que isso aconteça, até que as ruas estejam pegando fogo, e eu possa caminhar sobre ela. — Proferi olhando nos olhos de Kay, e pude ver um sorriso surgir em seu rosto quando ele me entregou seu taco de ferro.

Passei os dedos pela extensão do cabo do taco, então levantei a mão e fiz um movimento giratório com o dedo indicador e escuto o som do motor sendo ligando novamente.

— Ele ainda está vivo?

— Esperando por você. - Kay falou pegando um cigarro do bolso e acendendo com um sorriso estampado no rosto. Adorava como sentíamos a mesma adrenalina pouco antes de tudo explodir. - O quê pretende fazer agora que voltou?

— Muitas coisas. — Murmurei alisando o taco. — Mas antes preciso saber, quem comanda o quartel?

Kay me deu um olhar cético, puxando um trago do cigarro.

— Mateo Harington.

Sorri com a possibilidade de vê-lo novamente.

— Estamos numa nova era, não considero mateozinho um inimigo, ele está mais para um novo amigo.

Kay solta um estralo com a língua fazendo sua habitual feição de desgosto dando batidas de leve no cigarro.

— Não fique com ciúmes, Kay. — Sorri mandando um beijo para ele.

— Vai se fuder, porra.

Me afastei um pouco olhando em direção a arma que Kay apontava na minha direção, mantive o sorriso no rosto quando aproximei minha testa na ponta da arma. Kay ainda mantinha seu olhar endurecido enquanto segurava o gatilho.

— É melhor você atirar. — Sussurrei chegando mais perto, conseguia sentir sua respiração travar e voltar aos poucos. — Porque se você errar, vou te fuder de tantas formas que você nunca pensou ser possível.

A respiração de Kay travou quando abri a boca e passei a língua na ponta da arma, nunca tirando os olhos de Kay.

Me afastei de perto da arma, jogando a cabeça para trás, Kay ainda segurava a arma na minha direção, com menos precisão do que antes, mas ainda sentia aquela tensão dentro do carro, olhei para o motorista calado o caminho inteiro, e sorri com a possibilidade do que ele poderia ter imaginado.

O acordo Onde histórias criam vida. Descubra agora