Prólogo 2

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17 de abril de 1996

— Linda, tome cuidado quando sair com o Aaron. Não volte tarde, não fale com ninguém, e não saia sem o motorista.

— Nick, você está muito paranoico! — Respirou fundo — Nada vai nos acontecer. Ele foi embora, sabe disso.

— Minha irmã está certa, cunhado. Nada vai acontecer.

Nicolau respirou fundo, e apesar de sentir-se angustiado, balançou a cabeça em concordância.

— Voltarei para casa em segurança — Acariciou o rosto do marido, que a olhava com pesar. Ele fechou os olhos ao sentir o toque macio de suas mãos e deixou uma lágrima solitária escapar — Você fez, e faz tudo para nos proteger. E é isso que importa.

— Eu quero que seja cuidadosa. quero que volte para casa logo.

Está brincando, cunhado? — Tito olha para ele em desafio — Você construiu um castelo. tanta tecnologia aqui, tantos homens, é impossível que alguém entre aqui.

— Cala a boca, Tito! — O olha furioso — Sabe que não adianta falar isso.

— Tudo bem — Linda levanta as mãos em rendiçãoPreciso ir, Aaron deve estar me esperando. 

Aaron tem três anos, não precisa de aulas! — Nicolau insistiu.

Ele era totalmente contra a exposição do seu filho, mas Linda não queria ser prisioneira do medo. Ela sáia, viajava e se divertia, tentando esquecer tudo que acontecera.

— Aulas que estimulem a parte sensorial e cognitiva do nosso filho, é importante. Ele vai ser o mais inteligente! — Ela sorriu ao acenar, enquanto andava em direção à porta.

Nicolau permaneceu parado, fitando a parede que o separava de sua mulher. Ele ficou submerso em seus pensamentos, até Tito pigarrear, trazendo- o de volta para o presente.

— Agora que ela foi, me diga. Acredita mesmo que Saulo queira se vingar?

— Ele fará isso. Ainda mais depois que saí. Você não soube? Todo o júri, o juiz da audiência, todos eles morreram. De forma misteriosa — Faz aspas com o dedo ao falar "misteriosa".

— Talvez seja coincidência — Nicolau o olho feio, como quem o julgasse. Tito apenas revirou os olhos — Você é muito pessimista.

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