Aaron abriu os olhos ao perceber que o ônibus não estava mais em movimento. Ele olhou para o lado, para verificar se Levi ainda dormia, mas ele já estava acordado.
— Eu dormi muito? — Coçou os olhos.
— Unhum.
— Qual foi? Vai ficar com essa cara? — Sussurrou — Você sabe que preciso de você — Continuou encarando-o. Ele revirou os olhos, ao notar que Levi tinha apenas o ignorado — Vou descer para comprar algo, você quer? — Ele balançou a cabeça, negando.
Aaron se levantou abruptamente, com raiva. Ele queria ao menos um pouco do apoio de quem ele mais amava na vida. Diferente dele, Levi não almejava vingança. Mesmo se Yumi fosse morta, ele não parecia o tipo de pessoa que buscava cultivar sentimentos ruins.
Arron entrou no pequeno supermercado do posto de gasolina, e buscou por algumas guloseimas. Enquanto corria o olhar sobre a prateleira, esbarrou em alguém.
— Me desculpe — Se virou — Eu não te vi.
— Tudo bem — Respondeu.
A mulher, que estava de costas, se virou para Aaron, fazendo seu coração disparar. Ela o olhou na mesma intensidade.
— Bom... — Pigarreou — Preciso ir — Sorriu ao passar por ele e ir em direção ao caixa.
Aaron a olhou novamente, incrédulo, por vê-la.
— Eu acho bom você comprar muita coisa gostosa, porque eu estou com fome! — Levi disse, enquanto se aproximava dele — Está me ouvindo?
— É ela — Sussurrou — Elen — Apontou para ela, disfarçadamente.
— Tá de brincadeira... — Colocou as mãos sobre a boca. Levi olhou para ela, e depois para Aaron, perplexo — Caramba!
— Ela é muito linda — Disse. Suas palavras saíram inaudíveis.
— O que foi que você disse?
— Nada — Deu de ombros — Já decidiu o que você vai querer?
— Eu vi um energético ali atrás, vou buscar. Compra bastante coisa, tô com muita fome — Acariciou a barriga.
— Infelizmente, aqui não tem barata ou cobra frita — Sorriu com escárnio. Levi revirou os olhos e deu as costas.
Ele voltou a caminhar pelo mercado, que estava consideravelmente cheio. Ao chegar na sessão de bebidas, agarrou com força seu energético favorito. Ele se certificou do preço, e voltou a andar em direção ao primo, parando para ajudar uma menina, que acabara derrubando um saquinho de jujuba.
— Obrigada — Sorriu, ao sentir o toque da mão de Levi. Queila o olhou, constrangida — Uau! — Disse, sem querer — Ela se levantou rapidamente, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha — Saiu muito alto? — Ele assentiu, rindo — Você é coreano?
— Eu sou uma mistura de tudo. Minha avó era japonesa e meu avô era coreano.
— Sério? Que legal. A minha avó era indígena, e o meu avô era só um cara normal.
— Poxa, que legal — Ele estendeu a mão — Prazer, meu nome é Levi.
— O meu é Queila — Apertou a mão dele.
Um silêncio constrangedor se instaurou, mas eles não pararam de se olhar. Inconscientemente, Levi se aproximou da prateleira, e jogou todo o charme que possuía, fazendo Queila olhar para o chão, para esconder o sorriso.
— Você vem muito aqui?
— No mercado? — Ela riu — Sim, mas nesse não. Estamos num passeio com algumas pessoas da turma da faculdade. É tipo uma despedida do ensino médio para o ensino superior — Apontou para um grupo de alunos amontoados do lado de fora — A minha turma é aquela ali. E você?
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Nova primavera
RomanceUm homicídio, causado por um sociopata, desencadeia um ciclo de vingança entre duas famílias. Mas, o que parecia interminável, pode ter seu fim quando Elen e Aaon se apaixonam. Será que o amor sobrepõe o desejo de vingança?