Já estava há quatro meses trabalhando em Curitiba, era o responsável administrativo de uma equipe de 160 pessoas em uma obra de montagem industrial.
Enquanto a grande maioria trabalhava no canteiro de obras em si - encanadores, soldadores, eletricistas - eu ficava no escritório anexo, junto com o engenheiro, o técnico de segurança do trabalho, o almoxarife e algumas pessoas do planejamento.
Meu trabalho era cuidar que todas aquelas pessoas tivessem onde comer e dormir. Além de levá-las à rodoviária ou ao aeroporto quando tinham folga para retornarem as suas casas.
O salário era bom e as condições bastante positivas. A empresa pagava a moradia, a comida, a limpeza e o transporte para a obra. Além disso, ganhávamos adicionais pela distância e pelo tempo que ficávamos fora de casa. O normal era passar 45 dias na obra e retornar para ficar dois dias em casa.
De final de semana, sempre tinha alguma bagunça. Churrasco nas casas da peãozada, bailão perto do terminal, poker, bilhar no bar do Jonas.
Um dia, a matriz mandou um pessoal pra fazer algumas contratações em Curitiba. Em menos de uma semana uma galera nova começou a trabalhar, entre eles, Juliana.
Era uma visão muito bem-vinda uma mulher em meio a 160 peões de obra. O tom de voz, a delicadeza, o cuidado, enfim, mulher é diferente, mesmo a Juliana que já trabalhava com segurança do trabalho há muitos anos, conhecia e era adaptada ao ambiente predominantemente masculino rústico e de pouca cortesia.
Ela ficava do outro lado do escritório, mas nossos encontros na barraca do Seu Lindo, que vendia pastel e salgados, passaram a ser frequentes. A barraca era ridiculamente pequena, coisa de três metros quadrados, se apertavam lá dentro o Seu Lindo, a esposa, quando ia, uma geladeira, uma pia e a estufa.
Os primeiros papos foram sobre amenidades, o clima, o andamento da obra, enfim, conversa jogada fora. Em menos de um mês, já estávamos buscando um ou outro antes de descer até a barraca, para não correr risco de nos desencontramos.
As vezes, eu deixava de almoçar com a galera de perua e ia no carro dela para outro lugar. Nessas saídas, eu fui percebendo que a Ju não se destacava somente por ser uma mulher em meio a 160 homens. Ela era muito gostosa, sua roupa de trabalho no canteiro de obras escondia a ouro.
Os peitos eram médios, a bunda era grande e a cintura era marcada. Seus cabelos ondulados iam até o meio das costas. Tinha a boca carnuda e usava aparelho nos dentes.
Era a última semana de um dezembro de muitas chuvas de verão, faltava uma ou duas semanas para as férias coletivas. Eu já sentia saudades antecipadas de Juliana.
Descemos até o Seu Lindo sob uma garoa fina que começou ainda de madrugada, o cheiro de terra molhada tomava minhas narinas. Dias assim eram dias em que a barraca ficava bem vazia.
Enquanto comíamos pastéis quentinhos, Seu Lindo pediu que cuidássemos do local enquanto ele fosse ao banheiro, na empresa ao lado. Momentos após sua saída, o céu desabou.
A chuva vinha de todos os lados ao mesmo tempo e o vento soprava ruidosamente. Estávamos abrigados sob a estrutura do ponto de ônibus em frente a barraca e ficaríamos ali se não fosse pela enxurrada crescente que começou a molhar nossos pés.
Ela notou que a barraca tinha um degrau suficientemente alto para conter a água que aumentava a cada momento.
No instante seguinte, estávamos lá dentro. O alívio por estarmos mais protegidos do frio e da umidade tinha um preço: o barulho da chuva caindo pesadamente sobre a barraca de metal tornava impossível um diálogo normal ali dentro.
Por mais seguros que estivéssemos, estávamos preocupados com o vento e as árvores ao redor.
Ela dobrava o tronco para fora da porta e olhava pra cima. Eu, logo atrás, tentava projetar meu corpo para fora também. Notei que nossos corpos se tocaram uma ou duas vezes, a bunda dela em minha perna.
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Oh!
Short StoryContos eróticos curtos. Contém safadeza. Contém masturbação. Contém masoquismo. Contém sadismo. Contém confissões. Contém até amor. 2° em submissão em 08/11/24 7° em explícito em 17/11/24 18° em masoquismo 05/12/24