Me mexi na cama, ainda buscando forças para levantar. Nunca dormi tão bem como hoje, por mais que a cama fosse pequena, foi uma das melhores noites da minha vida em 11 anos.
Me levantei da cama e me espreguicei, fui até minha mala e peguei um short preto legging e uma regata preta de alsinha, me troquei e penteei meu cabelo. Fui para o banheiro e fiz minha higiene pessoal.
- Bom dia, Nona - dei um beijo na bochecha da mulher que estava lavando a mão na pia da cozinha.
- Bom dia, Jas, café tá pronto - diz e eu assinto me sentando na cadeira.
Cortei um pedaço de bolo de laranja e servi um pouco de café na xícara. Minha avó sentou ao meu lado e começou a tomar café da manhã junto comigo.
- Nossa, seus bolos são os melhores, Nona - disse fechando os olhos após dar uma mordida no bolo.
- Não fala de boca cheia, Jasmine! Coisa porca - disse e eu engoli o bolo rapidamente.
- Desculpa - me desculpei e bebi um gole de café.
Continuamos comendo, minha avó terminou de comer primeiro que eu e foi lavar a louça que havia sujado. Quando eu acabei de comer, lavei a louça que sujei e guardei as comidas do café da manhã.
Eu e minha avó sentamos no sofá e começamos a ver um programa aleatório que passava na TV.
Eu nem sei qual é o nome do programa que estamos assistindo, mas só pela qualidade, dá para saber que é antigo.
- Ah, fia, o menino que você brincava - minha avó começou - Qual era o nome dele mesmo? Não sei, mas você sabe de quem eu to falando, fio do Paulo Rogério, o mestre de capoeira.
- O Rogério? - perguntei sabendo de quem ela estava falando.
- Esse mesmo, Rogério - minha avó repetiu o nome - esse menino tá famoso, tá lindo, lindo, você tem que ver, fia.
- Ele mora por aqui ainda? - pergunto olhando para minha avó.
- Mora, mora, tá morando com os pais dele ainda - diz e meus olhos brilham de alegria.
- Será que eles já tão acordados? - questiono me levantando do sofá e ajeitando meu cabelo.
- Devem tá, sempre vejo o pai dele acordado cedo - minha avó respondeu.
- Vou fazer uma visita pra eles - digo calçando meu chinelo que estava ao lado do sofá - Já volto, Nona - beijei a bochecha da mulher e sai de casa.
Carreguei comigo um sorriso de orelha a orelha enquanto andava até a casa de Rogério, a casa é na mesma rua então não demorou muito para mim chegar.
Andar por essa rua faz um sentimento inexplicável dentro de mim, parece apenas nostalgia, mas é mais que isso.
Chegando na frente da casa que eu me lembrava bem onde era, vi Paulo, pai de Rogério sentado na área enquanto tomava café.
- Ô de casa - falei no portão chamando a atenção dele para mim.
Ele me olhou por alguns segundos, tentando me reconhecer, assim que reconheceu sorriu vindo abrir o portão.
- Quanto tempo, menina - ele disse me olhando assim que abriu o portão.
- Digo o mesmo - falei sorrindo para ele.
- Entra aí, Rosana tá lá dentro - abriu espaço para mim entrar e assim eu fiz.
Ele me levou até lá dentro, a mulher dele estava de costas para a porta, lavando louça na pia.
- Quer ajuda, tia? - perguntei da porta e ela olhou para trás.
Ela parou por alguns segundos mas logo sorriu limpando a mão em um pano de prato.
- Jasmine - ela disse vindo até mim para me dar um abraço.
Abracei ela enquanto sorria, ver eles depois de tanto tempo é tão bom.
- Como você cresceu, meu Deus - ela se separou do abraço, segurando em meus ombros enquanto me olhava - Tá linda.
- Brigada - eu sorri sem graça.
Sentamos no sofá e comecei a conversar com ela, tanto tempo sem contato, sem conversar, fazia tanto tempo que não tinha uma notícia recente deles.
- Quer tomar café, Jas? - Paulo perguntou.
- Não, brigada - agradeci.
Continuamos conversando, contei para ela porque fui embora e contei como estava indo minha vida, contei sobre meu trabalho de blogueira que ainda estava no início e outras coisas.
- Cauí vai ficar feliz de ver você - ela diz.
- Cadê ele? Não tá em casa? - questionei.
- Tá dormindo, chegou tarde em casa ontem - o pai dele me respondeu.
- Esse daí dorme até o rabo fazer bico agora - a mãe dele disse arrancando risadas.
- Já tão falando de mim? - a voz de sono masculina se fez presente na sala.
Olhando em direção à voz, vi Rogério com uma samba canção preta sem camisa, o rosto amassado de sono, esfregando as mãos nos olhos. Ele estava diferente mas eu o reconheceria em qualquer lugar.
Senti meu coração batendo mais forte e as palmas das minhas mãos estavam soando, não, de novo não.
- Finalmente acordou, Bela adormecida - foi a primeira coisa que falei.
Ele olhou em minha direção, tombando a cabeça para um lado, mas logo pareceu me reconhecer, eu estou tão diferente assim?.
- Jasmine? - ele disse o nome, parecendo não saber se era realmente eu.
- O papa Francisco que não é né, Cauí - me levantei indo até ele e puxando ele para um abraço.
- Caraí, quanto tempo - ele retribuiu o meu abraço.
Rogério sempre foi mais alto que eu, mas agora ele está bem mais alto, quase precisei ficar na ponta dos pés para abraçar ele.
[...]
Ainda na casa de Cauí, eu estou conversando com a mãe dele enquanto ele e o pai dele se preparam para ir ao mercado.
- Querem alguma coisa do mercado? - o pai de Rogério pergunta e nós negamos.
Eles saíram e eu e Rosana continuamos conversando.
- Cauí sentiu sua falta - ela diz e eu olho mais atenta para ela.
- Também senti falta dele, falta de todos vocês - falei.
- Não diz para ele que te contei, mas ele gostava de você, ele ficou triste quando você foi embora sem se despedir - ela disse.
- Não vou contar, até porque eu também gostava dele - confessei baixando o olhar para não olhar para ela.
- Eu sempre soube. Vocês nunca enganaram ninguém além de vocês mesmos - ela disse, olhei para ela, vendo-a me olhando com um sorriso.
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𝑭𝑰𝑹𝑺𝑻 𝑳𝑶𝑽𝑬 - 𝑨𝑷𝑶𝑳𝑳𝑶 𝑴𝑪
Fanfiction𝘍𝘐𝘙𝘚𝘛 𝘓𝘖𝘝𝘌 | 𝘗𝘙𝘐𝘔𝘌𝘐𝘙𝘖 𝘈𝘔𝘖𝘙 Jasmine cresceu em uma família desestruturada, uma mãe drogada e alcoólatra que nunca se importou com ela, Jasmine nem sequer sabia quem era seu pai, mas isso nunca importou, ela não tinha contato ne...