Tivemos um jantar improvisado, com uns pães velhos e duros, se não fosse a fome eu teria perdido uns três dentes, lembrando que um deles já está quebrado. Fiquei observado aquele abrigo, o tal grupo de sobreviventes foi conduzido a um canto onde havia colchonetes velhos e cobertores rasgados. O silêncio era estranho, e com a minha experiência, quando existe silêncio, existe assassinato, a única coisa que perpetuava naquele abrigo era os murmúrios dos outros sobreviventes e o leve gotejar de água no daquele local. Caio estava do meu lado, pensando se ainda comida o pão velho ou não:
— Estava gostoso o pão Larissa? – ele indaga
— Gostinho de mofo, sabe, um pãozin véi podi, leve toque de fungos, um delicinha!
— Sinto que vou pegar uma infecção se eu comer isso! – ele retrucou
Eu já estava sem paciência, peguei o pão da mão dele, ele me olhou aflito, peguei a boca dele, abri as mandíbulas e enfiei o pão na garganta dele e disse:
— Tá gostoso agora? – ele engasgou e disse:
—Para que essa brutalidade toda Larissa? Eu hein? – ele disse, tentando limpar a garganta em meio a tosses secas.
—Você já colocou coisa pior na boca, como rola de homem suado e porra, agora está aí dando uma de bixinha pão com ovo! Misericórdia, acorda homi! – Eu disse já tensa, pois vai saber quando teríamos alguma refeição novamente.
Observei Thiago, ele nem havia tocado no pão, estava inquieto, com pensamentos longes, então perguntei:
— Saudades do macho?
—Oi? – ele indagou.
—Você não tocou no pão mofado ainda, se não quiser comer, eu como! – respondi.
— Ela – apontou para a tal Fernanda – aceitou a gente numa boa, depois de ouvir sobre o Sinistro, isso me preocupa! – ele continuou
— Olha ela nos salvou, deu comida, então, enquanto estamos vivos, vamos permanecer amigáveis, certo? – eu disse.
— Algo nela me deixa tenso, me faz me sentir estranho sabe? Como uma adrenalina! – eu olhei para ele sem entender muito bem e comentei:
—Tu não era gay? E o Well?
— Não sua palhaça! Estou dizendo no sentindo de preocupação, desconfiança! E eu não sou gay, eu sou bissexual! – ele disse um pouco irritando.
— Tá bom, biscate, só se for! – Ele revirou os olhos para mim – Entendi! O papa não está mais aqui! Vai lá falar com a Fernanda, talvez ela ajude explicar alguma coisa!
— Você reparou na camisa dela? – ele pergunta.
— Claro que sim, a letra alfa na manga, igual a do laboratório do Sinistro! Por isso, como eu disse, enquanto estamos sendo bem tratados, mantemos a relação comercial! – respondi.
Fernanda se aproxima da gente e pergunta:
— Tudo certo? Acredito que é bom você comer rapaz – aponta para Thiago – não sei quando iremos conseguir comida novamente! – ela explica.
— Você conhece o Sinistro? – Thiago pergunta.
— Meio óbvio né? Todos aqui sofreram nas garras deles! – ela responde.
— Você trabalhou para eles? – ele continua.
— Não, nunca cheguei trabalhar, mas eles destruíram minha família por conta do meu irmão mais novo, eles diziam que um alpha perfeito havia nascido, enfim – ela interrompeu a história – Escutaram isso?
Um estrondo absurdo, parecia que haviam jogando uma bomba na entrada do abrigo, meus ouvidos estavam desorientados, uma grande nuvem de poeira percorria o abrigo, nesse tempo, Fernanda grita:
— Estamos sob ataque! Os lutadores junto comigo para arregaçar o rabo desses mascarados, o restante, peguem os corredores e saiam daqui! Lembre-se, encosta Y, sede Galeria! AGORA VÃO – Ela grita como ordem!
Diversas pessoas com bastões juntamente com Fernanda, ficam a frente do grupo de sobreviventes e preparam-se para lutar contra os invasores, enquanto eu me juntava com o outro grupo para fugir, meu objetivo é ficar viva.
Thiago pegou a Melissa no colo e começou a correr, Caio estava na minha frente também correndo, começo a correr desesperadamente atrás dele e sinto uma bofetada enorme no meu rosto, tropecei e me estabanei no chão. Meu tornozelo estava doendo, provavelmente havia torcido a única coisa que eu pensei na hora (ESCRITOR FILHO DA PUTA, SÓ ME FODI), tento me levantar em meu ao caos, mas sinto uma lapada de perna na minha cara, pessoas pisando em mim, com resto de força que tenho, me levanto bruscamente, derrubo pessoas e uma mão me puxa para o além.
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EM CUBOS
Misteri / ThrillerContinuação da obra: O SINISTRO! Larissa, Adressa, Well, Thiago... o que aconteceu com eles? Eles estão vivos? Cada um segue seu rumo hoje? Conseguiram se salvar? Ou Tamara já tinha tudo planejado? O que será que Tamara fez com o Well como punição? ...