Capítulo 1

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         (A autora ainda está assistindo a temporada 1, então sem spoilers nos comentários, por favor! :v)

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          Jayce recém tinha assumido a posição de chefe do Conselho, e suas novas obrigações novamente o afastaram de Viktor. Ainda assim, Jayce fazia questão de passar no laboratório e ver como estava o andamento dos projetos. E claro, para ver Viktor. Viktor gostava de ver que, mesmo o parceiro sendo alguém tão importante, ainda dedicava um pouco do seu tempo pra ele. E achava que estava tudo bem, que era normal se sentir feliz na presença de um amigo querido. Mas... Será que ele ainda via Jayce só como um amigo, mesmo?
          Ele se pegou pensando nisso recentemente. Amigos anseiam pela próxima visita como ele anseia? Amigos sentem o coração acelerar com apenas um toque como o dele acelera quando Jayce põe uma mão ou um braço sobre seus ombros? Amigos têm sonhos onde se tocam de maneira íntima como ele já sonhou com Jayce? Não, é claro que não.
          Ele larga o lápis da sua mão, com um suspiro entristecido. Ele ama Jayce. Mas sabe que o coração dele já tem dona. Jayce nunca trocaria uma linda e poderosa piltoniana como Mel por um zaunita aleijado e doente como ele.
          Ele ouve a porta do laboratório se abrir. E entra ele, Jayce, em toda sua glória e beleza. Está vestido com um terno de gala, o que faz Viktor ter a certeza que hoje vai haver mais daqueles bailes chiques e pomposos que o Conselho dá. Viktor faz menção de pegar sua muleta e se levantar, mas Jayce o interpela.

          - pode ficar sentado, Vik. Não se esforce desnecessariamente.

          O homem maior se aproxima e põe uma mão firme sobre o ombro do outro. Viktor sente seu coração aquecer por dentro. Adora quando Jayce se preocupa com ele. E seu toque firme. E seu sorriso deslumbrante. E aqueles olhos castanhos-claro.

          - ia perguntar se você vem me ajudar com o Hextech hoje, mas... Pelo visto, você já tem planos pra hoje. - diz Viktor, o provocando.
          - pois é. Mais um baile do Conselho. Sabe como é, politicagem aqui, alguns acordos ali, blá blá blá.
          - se é tão chato, por que não inventa uma desculpa e fica por aqui? Podemos chamar algo que você goste pra comer, estudamos o núcleo Hex... Podemos até dar uma pausa pra jogar cartas ou... O que você quiser.

          Ele percebe que está fazendo de tudo pra manter Jayce com ele pelo menos essa noite. Mas o piltoniano balança a cabeça, um sorriso tímido se formando.

          - é que eu... Eu vou encontrar uma certa pessoa especial lá, sabe?
          - ah... a conselheira Medarda.
          - eu já tinha prometido a ela que iria. E... Se tudo der certo... Pode ser que eu passe a noite inteira com ela, se é que você me entende.
          - é claro. - diz Viktor, revirando os olhos e virando a cadeira, de costas pra Jayce.

          Jayce percebe a incomodação no tom de voz e na expressão do parceiro. Ele se posiciona atrás de Viktor, colocando suas mãos fortes sobre os ombros dele. Viktor novamente sente seu coração acelerar.

          - olha, Vik... - diz Jayce, com a voz suave no ouvido do outro. - eu prometo que eu vou compensar. Deixa eu te dizer, eu venho amanhã e vamos passar o dia inteiro juntos, trabalhando.

          E era só isso que Viktor queria. Um momento que fosse, só ele e Jayce. Ele olha pra Jayce, olhos como os de um cachorrinho carente.

          - você promete? sem reunião do Conselho, sem bailes chatos?
          - prometo. Nada vai me tirar do seu lado amanhã.

          Ele se abaixa e, para surpresa de Viktor, lhe dá um beijo na testa. Viktor pode sentir seu rosto ficar todo vermelho por este gesto. Jayce sempre gostou de demonstrar seu afeto com toques e abraços, mas era a primeira vez que ele beijava Viktor.

          - bom, eu tenho que ir. - diz Jayce, ajeitando a gravata. - nos vemos amanhã, Vik. Vê se não trabalha demais e tira umas horas pra descansar, tá bem?
          - não prometo nada.
          - eu falo sério!
          - está bem. Eu durmo por algumas horas. Satisfeito?
          - eu ainda vou te fazer dormir 8 horas seguidas. Tchau!

          Com isso, Jayce deixa o laboratório. Sozinho novamente, Viktor passa os dedos na testa, onde Jayce havia o beijado. Ainda custava a acreditar que isso havia acontecido. Significava alguma coisa? Talvez... Talvez Jayce gosta mais dele do que ele imagina? Ou essa é só outra demonstração de afeto?
          Um sorriso se alastra no seu rosto. Talvez não faça mal ter um pouquinho de esperança.

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