O dia seguinte parecia passar lentamente, mas quando o relógio marcou 19h50, Emma já estava pronta, usando um vestido casual, mas elegante, preto e por cima um sobretudo que combinava perfeitamente com a atmosfera invernal. Às 20h em ponto, o som de uma buzina suave veio da frente do hotel. Quando ela desceu, Tom estava lá, encostado em um carro alugado, vestindo um casaco escuro — que destacava ainda mais seus olhos claros —, calça jeans lisa e sapatos pretos.
— Pronta para uma noite inesquecível? — Perguntou ele, em tom brincalhão.
— Depende. O que você tem em mente? — respondeu ela, entrando no carro, com uma sobrancelha arqueada.
Ele deu uma risada baixa e entrou no carro.
— Apenas confie em mim.
O carro deslizava suavemente pelas ruas iluminadas de neve, enquanto Emma falava com animação, os olhos brilhando com entusiasmo.
— Então, o discurso começa assim — Disse ela, ajeitando-se no banco e olhando para Tom. — "Em tempos de adversidade, a verdadeira força de uma comunidade é revelada..." — Ela fez uma pausa, dramatizando o tom e rindo logo depois. — Tá muito formal, não tá?
Tom, que segurava o volante com uma mão enquanto a outra descansava no câmbio, lançou-lhe um sorriso de canto.
— Acho que tá ótimo, Emma. É sincero e direto. E você realmente acredita nisso, o que faz toda a diferença.— Você acha mesmo? — perguntou ela, inclinando-se em sua direção, como se buscasse mais validação.
Ele assentiu, mas seu olhar não estava tão presente quanto de costume. Emma, imersa em seu entusiasmo, não percebeu. Enquanto ela falava sobre os impactos devastadores do tornado na Austrália e como os fundos arrecadados ajudariam as comunidades afetadas, Tom respondia com acenos e sorrisos, mas sua mente estava longe.
Ele a observava de relance, capturando cada expressão sua, desde os gestos animados até a maneira como os olhos dela brilhavam ao falar de algo que lhe importava tanto. Por anos, ele havia guardado um sentimento que nunca ousara verbalizar. E mesmo agora, enquanto ela estava ao seu lado, radiante, ele lutava contra o medo de arriscar e estragar a amizade. Mas algo dentro dele parecia mais forte naquela noite. Talvez fosse o peso do tempo, ou simplesmente a percepção de que não podia deixar passar mais um momento.
Eles chegaram ao restaurante, e Emma arregalou os olhos ao ver o local. Era uma construção imponente, com um ar clássico e sofisticado. O brilho suave das lanternas penduradas na entrada iluminava o caminho até a porta, onde um manobrista esperava pacientemente.
Tom entregou a chave ao funcionário e abriu a porta para Emma, que olhava ao redor impressionada.
— Nossa, Tom, pra quê tudo isso? — disse ela, os olhos ainda percorrendo os detalhes do local.Ele deu de ombros, sorrindo de forma descontraída.
— Fazia tempo que a gente não se via. Eu sei que você ama culinária italiana, e meus amigos disseram que essa casa tem o melhor cardápio da região. — Ele piscou para ela. — Se você não gostar, pode culpar eles, tá?Ela riu, balançando a cabeça.
— Já tá perdoado só pelo esforço.Ao entrar, o interior era ainda mais impressionante. O restaurante era amplo, mas ao mesmo tempo aconchegante, com uma decoração que misturava luxo e conforto. Lustres de cristal pendiam do teto alto, lançando reflexos suaves nas paredes de pedra exposta. As mesas, cobertas com toalhas brancas impecáveis, tinham castiçais com velas que iluminavam o ambiente com uma luz cálida. Havia uma música ao fundo, um piano que tocava suavemente, preenchendo o espaço sem ser invasivo.
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Entre taças e confissões | Tom Feltson e Emma Watson
FanfictionQuando o destino os coloca frente a frente nas ruas de Vancouver, Tom e Emma percebem que algumas conexões nunca desaparecem. Amigos de longa data, separados pelas curvas imprevisíveis da vida, agora têm uma oportunidade inesperada de reatar os laço...