Capítulo 4

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Eles entraram no apartamento rindo, as respirações ainda um pouco irregulares.

Tom deixou o olhar vagar pelo quarto assim que entrou, absorvendo cada detalhe. O ambiente era acolhedor e sofisticado, um reflexo perfeito da personalidade de Emma. As paredes em tons neutros, pontuadas por quadros abstratos, criavam um contraste elegante com os móveis de madeira escura e linhas modernas.

Havia uma cama de casal, impecavelmente arrumada com lençóis brancos e uma manta cinza dobrada aos pés. Um abajur de vidro com base dourada descansava sobre o criado-mudo, emitindo uma luz suave que tornava o ambiente acolhedor.

— Estou morrendo de vergonha. — Emma disse, colocando as mãos no rosto para tentar esconder o rubor evidente.

— Acredito em você. Está parecendo um pimentão. Devia dar uma olhada no espelho.

— Idiota. — Ela ri, batendo nele com a bolsa.

Mesmo enquanto ria, Emma estava inquieta, o nervosismo visível em seus movimentos hesitantes. Tom notou. O sorriso travesso se desfez lentamente, dando lugar a um olhar mais sério, quase preocupado.

— Quer conversar sobre o que aconteceu? — A suavidade na voz dele a fez hesitar, como se aquelas palavras tivessem o poder de desarmá-la.

Emma mordeu o lábio, tentando organizar o caos que eram seus pensamentos.
— Você se arrepende? — A pergunta veio carregada de uma tristeza quase palpável, refletida nos olhos dele. A ideia parecia pesar sobre ele mais do que gostaria de admitir. — Posso ir embora, se...

— Não! — A resposta dela foi rápida, quase atropelada. Ela respirou fundo, lutando para recuperar o controle. — Não me arrependo. E não quero que você vá.

Ele inclinou a cabeça, os olhos ainda fixos nela, como se buscasse decifrar algo que ela não dizia.
— Então, o que está escondendo de mim? Você sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa.

Com delicadeza, ele afastou uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto dela, deixando seus dedos deslizarem suavemente até apoiar o queixo de Emma. Gentilmente, levantou seu rosto até que seus olhares se encontrassem novamente.

— Estou com medo — confessou ela, sua voz quase um sussurro. — Medo de isso ser real... e medo de não ser. No meu último relacionamento, eu me perdi. Me afundei, mesmo que ninguém tenha percebido.

Ela desviou o olhar, sentando-se na beira da cama e suspirando profundamente.
— Eu quero isso, Tom. Quero muito. Quero você. E isso me paralisa. Porque, se não der certo, eu não quero perder o que já construímos, entende?

Tom se sentou ao lado dela, sua expressão refletindo a seriedade do momento. Ele respirou fundo antes de responder:
— Eu entendo mais do que você imagina. Sinto exatamente a mesma coisa. Sua amizade significa tudo para mim, mas admito que quero tentar. Quero muito. Mas só se você também estiver disposta. — Ele fez uma pausa, procurando as palavras certas. — Não quero viver com medo, Emma. Meu sentimento por você é maior do que qualquer medo.

O sorriso que surgiu nos lábios dele foi caloroso, sincero, e, de alguma forma, o suficiente para dissipar o peso no coração dela. Ela sorriu de volta, um sorriso que trazia tanto alívio quanto alegria.

— Obrigada — disse ela, sua voz firme e honesta.

Ele passou os dedos pelos cabelos dela, num cafuné carinhoso, quase reverente.
— Eu que agradeço.

O olhar de Tom brilhava com uma emoção genuína, enquanto o coração dele pulsava forte. Pela primeira vez em muito tempo, ambos sentiram que estavam exatamente onde deveriam estar.

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⏰ Última atualização: Nov 25 ⏰

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Entre taças e confissões | Tom Feltson e Emma WatsonOnde histórias criam vida. Descubra agora