No carro, o silêncio era sufocante. Emma encarava a janela, as luzes da cidade passando rápido, mas tudo parecia lento demais. Então, Tom finalmente falou, sua voz baixa e hesitante.
— Emma? Caso você não sinta o mesmo... saiba que estará tudo bem. Nossa amizade não precisa mudar. Eu vou ficar bem. Não precisa se afastar.
Emma fechou os olhos, a mão trêmula repousando sobre o próprio colo. Ela estava ofegante, como se o ar ao seu redor estivesse rarefeito. O peso das palavras dele era insuportável, mas ela não tinha forças para responder.
Quando chegaram ao prédio dela, Tom desceu do carro e abriu a porta para ajudá-la. Ela tropeçou ao tentar sair, o álcool nublando sua coordenação, e ele rapidamente a apoiou com seus braços.
— Você não vai subir sozinha assim. — Diz com o tom firme, mas gentil. — Eu vou te levar até lá. Só quero ter certeza de que você vai ficar bem.
Emma, atordoada pelo álcool e pelo turbilhão de emoções, apenas assentiu. Ele a guiou para dentro do prédio. Ao entrarem no elevador, o silêncio era quase sufocante. As portas se fecharam, e o espaço apertado parecia amplificar tudo: o som de suas respirações, o calor que emanava de seus corpos próximos, a energia carregada que pairava no ar.
De repente, o elevador deu um tranco inesperado, jogando Emma para frente. Tom reagiu rápido, segurando-a com ambas as mãos. Uma estava em sua cintura, apertando-a com firmeza, enquanto a outra encontrou a curva de suas costas para estabilizá-la. O contato foi inevitável, e a proximidade os colocou perigosamente próximos.
Emma levantou os olhos para ele. O rosto de Tom estava a poucos centímetros do dela, seus olhos compenetrados um no outro. Ela podia sentir a respiração quente dele contra sua pele, uma mistura de desejo e hesitação que fazia o ar parecer mais denso.
O perfume de Emma era inebriante e se instalou por todo o elevador. O doce aroma de baunilha e rosas negras, com aquele toque misterioso de incenso e lichia, era ao mesmo tempo delicado e provocante, deixando-o hipnotizado. Seu coração batia forte, ecoando em seus ouvidos.
Emma sentiu o calor das mãos de Tom em sua cintura, firme, mas ao mesmo tempo gentil. O toque dele enviava ondas elétricas por sua pele, fazendo-a estremecer. Sua respiração era irregular, os olhos dela de repente pousaram sobre os lábios dele.
— Droga... — ela murmurou, quase sem voz, como se lutasse contra algo maior do que ela.
Emma cedeu ao impulso, beijando Tom de forma avassaladora. Seus lábios encontraram os dele em um choque de desejo e urgência.
Tom hesitou por uma fração de segundo, surpreso, mas logo a puxou ainda mais para perto. O beijo se tornou profundo, intenso, carregado de tudo que o que haviam guardado até ali. As mãos dele deslizaram para as laterais do corpo de Emma, apertando-a contra si, enquanto a boca dele explorava a dela com fome.
Emma agarrou a camisa de Tom, seus dedos firmes puxando-o como se precisasse dele mais do que do ar. O calor do corpo dele contra o dela a fez tremer, enquanto seus sentidos se rendiam ao momento. A parede fria do elevador pressionava suas costas, contrastando com o calor ardente entre eles.
Tom inclinou a cabeça, aprofundando o beijo, enquanto suas mãos subiam devagar pela lateral do corpo de Emma. Ele segurou seu rosto com uma das mãos, o polegar roçando sua pele delicada enquanto a outra permaneceu firme em sua cintura, mantendo-a próxima.
Emma sentia tudo de forma ampliada: a textura dos lábios dele, a força de suas mãos, o ritmo acelerado do coração dele batendo contra o peito. Seus próprios sentidos estavam à flor da pele, o perfume dele — fresco, com um leve toque amadeirado — misturando-se ao dela, criando um mundo onde só eles existiam.
E então o elevador apitou.
A porta se abriu de repente, revelando uma mulher de cerca de 40 anos e uma garotinha de aproximadamente 8. O choque foi instantâneo. A mãe arregalou os olhos, o rosto congelado em uma expressão de puro espanto. Com um gesto rápido, ela puxou a filha para trás.
Emma tentou desesperadamente recompor-se, mas o estrago já estava feito. Seu batom estava completamente borrado, o cabelo bagunçado, a roupa amarrotada. Tom, por sua vez, exibia parte de seu tórax nú, com a camisa semi desabotoada, o rosto ainda quente e o peito subindo e descendo com a respiração ofegante.
Eles trocaram olhares cúmplices, tentando disfarçar, mas a situação só piorou quando Tom mexeu-se um pouco e... bem, algo notável na altura de sua calça fez a mulher soltar um grito esganiçado.
— Misericórdia! — exclamou a mãe, cobrindo os olhos da filha com uma mão trêmula.
Antes que a situação pudesse piorar, a garotinha escapou do "escudo" maternal e arregalou os olhos, um sorriso enorme iluminando seu rosto.
— Mãe, é a Hermione e o Draco! Mãe, olha! — gritou a menina, empolgada, enquanto pulava no lugar, apontando para os dois.
Emma, mortificada, queria que o chão do elevador simplesmente a engolisse. Já Tom, meio incrédulo, meio divertido, soltou um riso abafado enquanto tentava inutilmente ajustar a camisa.
— Vamos Agnes, vamos pegar o próximo elevador, filha! Esse já está lotado. — Declarou a mulher com um olhar de reprovação, puxando a garota para longe.
A porta começou a se fechar, mas não rápido o suficiente para evitar que Emma e Tom ouvissem a menininha perguntar em tom de pura curiosidade:
— Mas a Hermione namora o Draco?
A porta finalmente se fechou, deixando o elevador em um silêncio constrangedor. Emma e Tom se entreolharam, ainda ofegantes, até que ele, incapaz de se segurar, soltou uma risada baixa. Emma balançou a cabeça, tentando conter um sorriso que insistia em aparecer.
— Hermione e Draco, é? — ele provocou, inclinando-se levemente para ela.
— Nem um pio, Malfoy. — Emma respondeu, apontando um dedo para ele.
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Entre taças e confissões | Tom Feltson e Emma Watson
FanfictionQuando o destino os coloca frente a frente nas ruas de Vancouver, Tom e Emma percebem que algumas conexões nunca desaparecem. Amigos de longa data, separados pelas curvas imprevisíveis da vida, agora têm uma oportunidade inesperada de reatar os laço...