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Narradora.
2024.
23:30PM.

O ronco dos motores parecia sacudir o chão, como uma batida que vibrava até os ossos. S/N puxou a barra do vestido, desconfortável, se sentindo fora de lugar no ambiente cheio de olhares cortantes e cheiros de gasolina e cigarro. Ela tinha aceitado o convite de um amigo sem fazer muitas perguntas, mas agora se perguntava como, exatamente, tinha parado ali - no meio de uma festa da gangue mais infame da cidade.

As luzes neon dos carros alinhados no estacionamento iluminavam rostos desconhecidos e mal-encarados. Não havia nada de familiar naquele mundo, exceto... ela.

Taylor.

Ela estava encostada em um carro preto brilhante, casual como sempre, com aquele sorriso provocador que fazia S/N querer gritar e, ao mesmo tempo, correr para longe. Taylor usava seu uniforme de sempre: jaqueta de couro, jeans rasgados e aquela postura que parecia gritar que ela sabia exatamente o quanto era intimidante.

Os olhos de Taylor se encontram com os de S/N. Por um momento, o tempo pareceu congelar, e S/N quis se esconder, mas já era tarde demais. Taylor se afastou do carro e começou a caminhar em sua direção, os passos lentos e cheios de propósito.

- O que você tá fazendo aqui, princesa? - A voz de Taylor soou alta o suficiente para fazer algumas cabeças se virarem. Ela parou na frente de S/N, cruzando os braços. - Esse lugar não é pra você.

S/N respirou fundo, tentando ignorar o tom de deboche e a onda de ansiedade que subia em seu peito.

- E quem foi que disse que você decide onde eu devo ou não estar? - rebateu, mantendo a voz firme.

Taylor ergueu uma sobrancelha, surpresa com a resposta. Aquele sorriso desafiador apareceu novamente, e S/N odiou como seu coração pareceu acelerar com aquilo.

- Tá brincando com fogo, sabia? - Taylor deu um passo à frente, abaixando a voz. - Esse lugar não é seguro pra alguém como você.

S/N sentiu seu rosto esquentar, mas manteve a pose.

- E por que você se importa? Achei que a gente se odiava.

Taylor hesitou. Só por um segundo, mas foi o suficiente para S/N perceber que havia algo mais ali. Algo que ela não conseguia entender.

Antes que S/N pudesse pressionar, Taylor segurou seu braço de forma firme, mas não agressiva.

- Vem comigo. Agora.

- O quê? Não vou a lugar nenhum com você! - protestou, tentando puxar o braço de volta.

- Cala a boca e me segue. Confia em mim.

S/N bufou, mas acabou seguindo, mesmo sem saber por que estava obedecendo. Taylor a conduziu para fora da multidão, longe dos olhares curiosos e do líder da gangue, que começava a notar sua presença.

Do lado de fora, a noite estava mais fria, e o som dos motores parecia ainda mais alto. S/N finalmente se soltou da mão de Taylor, cruzando os braços enquanto a encarava.

- O que foi isso? - perguntou, irritada.

Taylor suspirou, esfregando a nuca como se estivesse frustrada.

- Se eles percebessem que você não faz parte da gangue, você estaria encrencada. Eles não gostam de intrusos, S/N. Eu só... quis te tirar de lá antes que você virasse enfeite de halloween.

- E agora eu devo te agradecer? - S/N revirou os olhos. - Eu não pedi sua ajuda, Taylor.

Taylor deu um sorriso pequeno, mas cansado, como se estivesse achando graça na situação.

From Reputation to RedemptionOnde histórias criam vida. Descubra agora