Um Destino, Seis Fragmentos

𝐶𝑜𝑛𝑓𝑙𝑖𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑚𝑖𝑙𝑖𝑎 (𝐴𝑙𝑎𝑟𝑖𝑐)

Eu estava sentado no jardim da mansão, com o livro de feitiços da minha avó. Tentava ler as palavras antigas, mas minha mente estava um pouco confusa. Desde que meu pai se casara com Liora, minha madrasta, as tensões na família só aumentaram. E agora, ela fica me acusando de mexer com magia das trevas, e o meu pai, cego de amor, não vê isso e fica do lado dela.

A porta dos fundos se abriu com um estrondo, e vi Liora se aproximando com uma expressão furiosa no rosto. Atrás dela, meu pai, Lorde Marcus, vinha com um olhar preocupado.

- Alaric, precisamos conversar - disse Liora, sua voz gélida. - Agora.

Levantei-me lentamente, fechando o livro e colocando-o de lado.

- O que houve desta vez?

Liora cruzou os braços, seu olhar fulminante.

- Recebemos relatos de que você tem se envolvido com magia das trevas. Explique-se.

- De novo isso? Meu Deus, eu não aguento mais! Vou falar pela última vez: eu nunca mexi com magia negra!

Liora soltou uma risada sarcástica.

- E espera que acreditemos em você? Todos sabem que sua avó era uma feiticeira poderosa e perigosa. Não é difícil imaginar que você tenha seguido os passos dela.

- Não ouse falar da minha avó dessa maneira! Ela era uma grande mulher, e você não tem o direito de desonrá-la! - Falar dela fez meu sangue ferver de fúria.

Meu pai interveio, levantando a mão para acalmar os ânimos.

- Por favor, vamos manter a calma. Alaric, estamos apenas preocupados. Magia das trevas é perigosa e destrutiva. Precisamos saber a verdade.

Olhei para o meu pai, sentindo a traição em cada palavra.

- Você realmente acredita nisso? Você acha que eu seria capaz de algo tão louco?

Liora deu um passo à frente.

- A verdade é que você sempre foi uma influência negativa nesta casa. Desde que sua avó e sua mãe morreram, você só trouxe problemas. Talvez seja hora de você enfrentar as consequências de seus atos.

- Meu Deus, Liora, como você pode ser tão cruel? - gritei. - Tudo o que fiz foi tentar honrar o legado da minha avó e da minha mãe, e você me acusa de coisas terríveis.

Meu pai, como sempre, parecia dividido, mas eventualmente colocou a mão no ombro de Liora.

- Alaric, sei que isso é difícil, mas Liora está certa. Precisamos de respostas. Se você não está envolvido com magia das trevas, então prove.

Sentindo-me completamente abandonado, não aguentei mais. Dei um passo para trás.

- Vocês realmente não confiam em mim, não é? Muito bem. Não preciso provar nada para vocês.

Fui para o meu quarto, peguei minhas últimas coisas e fui embora.

- Você pensa que está indo para onde? - disse Liora.

- Estou indo embora, já que vocês não acreditam em mim. E como você mesma disse, eu só trago problemas. Então estou indo embora. Não precisam mais se preocupar.

Quando cheguei à Casa S, aproveitei que não tinha ninguém e desabei. Vi a porta se abrir e Laura entrar.

- Alaric? O que aconteceu? - perguntou ela, vindo até mim, preocupada.

- Minha família... eles acham que estou mexendo com magia das trevas. Minha madrasta me acusou, e meu pai ficou do lado dela. Estão me tratando como se eu fosse um criminoso. Decidi que iria embora daquela casa. Desde que minha avó e minha mãe morreram, minha vida virou um inferno: acusações por todo lado, minha madrasta dizendo que mexo com magia das trevas e meu pai achando que eu não sou um bom filho.