5 meses antes
Seonghwa e Wooyoung voltavam para casa a pé, conversando sobre a aula, e sobre o trabalho em grupo que o professor havia passado para a próxima semana.
- Tá, pensa aqui comigo, nós precisamos de mais duas pessoas para fechar grupo - dizia Wooyoung.
- O que você acha de fazermos com o Yeosang e o namorado dele, o... -Seonghwa buscava o nome em sua memória.
- O Jongho. Sim, pode ser. Eles são legais.
- Vou mandar mensagem pro Yeo então.Aos poucos se aproximavam da casa de Wooyoung, que ficava a poucas quadras do apartamento de Seonghwa. Ao chegarem lá, o primeiro se despediu de seu amigo e entrou. O mais velho seguiu seu caminho, colocando seus fones, se distraindo cada vez mais ao caminhar. Com seus pensamentos divagando, cada vez mais distante da realidade, sua mente ia aos lugares mais inesperados.
Seonghwa nunca havia sido descrito como alguém desatento, ou mesmo sonhador. Entretanto, havia uma parte sua que as pessoas não viam, e essa sim era algo a mais. Enquanto seus amigos e conhecidos viam o mundo de forma comum, viviam suas vidas despreocupadas, Park enxergava além, vivendo em um eterno limbo.
Ele era feliz com sua vida, não entendam mal, porém, por mais de uma vez sua vida pareceu perder o sentido. Ele tentava imaginar seu futuro, mas a única coisa em que pensava era no depois, sempre no depois. Diversas vezes se pegava estático, olhando para o nada, não entendendo qual o sentido de estar vivo. Cada decisão era imutável, e cada vez mais sentia como se tivesse passado do ponto onde podia fazer uma mudança. Ser importante. Em um mundo com mais de 8 bilhões de pessoas, porque ele seria importante? Tinha que haver algo a mais.
Com essas ponderações rodando em sua cabeça, Seonghwa sentiu um esbarrão em seu ombro, tão forte que sua mochila foi ao chão. Olhou em volta, pronto para pedir desculpas, porém não havia ninguém na calçada. "Devo estar ficando louco" pensou Seonghwa.
Em poucos minutos, se viu em frente ao seu apartamento. Desde que havia começado a faculdade, saíra da casa de sua mãe, para ficar mais perto do campus. Era um quarto pequeno, para uma pessoa, mas era o suficiente para Seonghwa. Era confortável, fácil de manter limpo, e comportava bem seus poucos pertences, que eram, em sua maioria, roupas.
Ele estava no 2⁰ ano do curso de jornalismo, e já havia se acostumado com uma rotina que consistia em estudar, cuidar da casa e sair com Wooyoung, seu amigo de infância. Os dois adoravam a companhia um do outro, e era como se fossem feitos um para o outro. Enquanto Park era sereno, sempre paciente, mais "na dele". Por esse exato motivo tinha dificuldade em fazer amigos.
Wooyoung chegou como um furacão em sua vida, quando estavam na 5ª série. O garoto parecia estar sempre ligado no 220, sempre tagarelando, agitado, e conversando com quaisquer pessoas que chamassem sua atenção. Com Seonghwa, não havia sido diferente. Ao ver um menino franzino, quieto em um canto da sala, que nunca dizia mais que poucas palavras durante a aula, Woo decidiu sozinho que ambos deviam ser amigos. Sua relação começou de forma lenta, com o mais novo falando por horas a fio, enquanto o mais velho lhe encarava com olhos grandes e atentos, impressionado com a desenvoltura do menino.
Com o tempo, Seonghwa aprendeu a se abrir mais, e com o passar dos meses e anos, a amizade só se fortaleceria. Assim, chegaram onde estavam hoje, parceiros inseparáveis, que quase podiam ler a mente um do outro, sendo até confundidos com um casal pela proximidade que tinham. Passavam grande parte do tempo na casa um do outro, sempre grudados, falando sobre bobagens, segredos, e sobre a vida.
Park tinha muito carinho por Wooyoung, sempre sendo grato ao melhor amigo. Sem ele, talvez não tivesse perdido a vergonha, e não estaria hoje seguindo o sonho de cursar jornalismo. Teria pedido essa oportunidade, e possivelmente estaria infeliz em outra carreira qualquer que escolhesse por obrigação. Não se imaginava em outro lugar hoje.
Sem compromissos para a tarde, planejava ficar em casa, comer alguma refeição rápida, e terminar as tarefas do curso enquanto assistia algum filme. Já estava eaquentando sua comida quando a campainha tocou, interrompendo-o. Foi até a porta, e quando abriu, se viu frente com sua vizinha Yujin, com quem tinha uma relação amena, que não chegava a ser uma amizade, mas era algo. Ela segurava vários papéis em sua mão, e o do topo chamou a atenção de Seonghwa:
"Para Park Seonghwa"
-Oi Seonghwa, tudo bem? Desci para pegar minha correspondência, e vi que tinha uma para você. Como não recebe muitas cartas, decidi lhe trazer para que não acabasse ficando lá!
-Ah, obrigado Yunjin. Não estou esperando nenhuma carta mesmo.
-Bom, eu vou subir logo, meu marido deve estar me esperando com o almoço. E já sabe, qualquer coisa é só chamar.
-O mesmo para você!Com isso, Seonghwa fechou a porta e se apressou em abrir a missiva. Era de sua mãe.
"Querido Seonghwa, escrevo essa carta com muita dor e tristeza. Você precisa saber a verdade. Eu tentei mantê-la escondida, tentei adiar sua chegada, mas infelizmente, ela está batendo à porta.
Você sempre adorou as histórias de seu pai, e provavelmente as guarda com carinho, principalmente depois da morte dele. Mas agora eu vou lhe contar uma história diferente, uma história que você nunca ouviu. Ela vai explicar muitas coisas... e lhe permitirá tempo para refletir sobre o que fazer.
Eu e o seu pai fizemos um pacto... Um pacto com o Diabo."--------------------------------
Fim do primeiro capítulo!! Desculpa se nao foi tão bom, não sei escrever começos kkk mas ainda tem muita história por vir, então peço paciência. Obg por lerem!
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Run devil, run
FanfictionPark Seonghwa, um estudante comum, com uma vida comum. Ele, como qualquer estudante, ia para a faculdade, saia com os amigos e era feliz assim. Só não esperava que seu mundo seria virado de cabeça para baixo da noite para o dia por um demônio, um as...