WOOYOUNG

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Wooyoung ficou por alguns segundos observando Park Seonghwa, sentindo afeição pelo melhor amigo.
Muitas pessoas diriam que o mais velho era frio, que não se importava com nada e ninguém, no entanto, só quem conhecia o menino de cabelos longos intimamente sabia que era impossível não amá-lo.

Ele era somente uma sombra quando Wooyoung o conheceu, não tinha amizades, não falava, quase não era visto.

Como se fosse estivessem fadados a tal, o menino irrequieto se tornou confidente do menino silencioso.

E o que Wooyoung poderia dizer, ele tinha talento para se dar bem com as pessoas (ou de "acabar com seus dias de paz", como dizia Park quando Wooyoung estava excepcionalmente agitado. O que era todo dia).

Ele foi se deitar em sua cama, já enviando uma mensagem a Yeosang para falar sobre o trabalho.

ANJINHO

YEOSANGIEEEEEE

Fala demônio

Nossa tbm te amo viu

Fala logo oq tu quer, to meio ocupado com um trabalho.

Hmmm..
Esse "trabalho" por acaso começa com Jong e termina com ho???????

Tchau.

Não parei parei
Tu quer fazer aquele trabalho da facul comigo e com o Hwa?
Tua alma gêmea tbm ta convidada

Vo pensa no teu caso, depis t chsmo

Taaa, espero que teu namo te coma bem.

Ja foi toma no cu hoje?

Com uma gargalhada para os xingamentos do menino, Woo desligou o celular, e viu seu irmão entrar correndo em seu quarto.

-Me leva tomar sorvete Woo, por favor?
-Kyungmin, tu tomou sorvete ontem, tu ta querendo ter diabetes ou o que?
-Por favoooooor - implorava seu irmão mais novo, com os olhinhos de jabuticaba ganhando um brilho a mais para tentar causar pena no outro.
- Não, não e não. Tu acha que... -, falava Wooyoung, quando foi interrompido pelo toque de seu celular. "PHwa" se lia na tela.
- Ta bom, ta bom maninho, só me dá um segundo.
- Ebaaaaa!!
- Fala Hwa!
- SEONGHWA HYUUUUUNG OIIIII!! - gritou Kyungmin ao escutar o nome. Por algum motivo, crianças pareciam amar o mais velho.
- O-oii Kyungmin... tudo b-bem?
- Sim, o Wooyoung vai me levar tomar sorvete!!
- Que bom! Posso falar com o seu irmão um minutinho? É urgente.
- Tá bom, tchau!
- Desembucha Seonghwa, tua voz não tá normal. O que aconteceu?
- Wooyoung aconteceu uma coisa, e eu não sei o que pensar. Minha mãe me mandou uma carta; isso já não é normal, né? E aí... bom, eu vou te mandar a foto, dá uma olhada. - disse Seonghwa de forma rápida e nervosa, como se tivesse visto um fantasma.

Wooyoung abriu a foto que Park havia mandado. Era uma carta escrita em letra cursiva rebuscada, que provavelmente pertencia a mãe de Seonghwa. Leu o começo, que parecia ser uma confissão, até que uma frase fez com que ele quase engasgasse.

"Nós fizemos um pacto... com o Diabo"

Por um segundo, ambos ficaram em silêncio. Até que Wooyoung explodiu em gargalhadas.
- Caralho Seonghwa, eu sabia que sua mãe era um amor de pessoa, mas nunca pensei que ela fosse piadista também.
- Idiota, para de rir e lê o resto!
- Tá bom, peraí.

"Um pouco antes de você nascer, seu pai e eu estávamos agundados em dívidas. Ele havia sido demitido, e depois de muitos empréstimos, as cobranças começaram a bater à porta. Seu pai começou a beber, passava dias inteiros no bar. Até que um dia isso mudou.
Ele chegou em casa exultante, dizendo que havia feito um ótimo negócio, mas não queria me contar. Só contou que conseguiriamos pagar as contas e melhorar de vida. E as coisas melhoraram.
Somente depois de anos, quando você tinha 9 ou 10 anos, ele me contou a verdade. Disse que fez um trato com um estranho no bar. O homem, parecia ter 24 anos, se aproximou dele, sorrindo, e apresentou-lhe uma oferta. Em troca de sucesso e dinheiro, de empresas que prosperassem, e de sorte em quaisquer negócios, ele deveria lhe entregar algo valioso dali 25 anos. Seu pai imaginou que fosse uma parte nos negócios, ou mesmo algo de valor elevado. Ele, em sua inocência, achou que aquela coisa era um homem.
Quando dei à luz a você, seu pai já tinha uma empresa exportadora de sucesso, e estávamos em um dos melhores momentos da nossa vida. Foi quando seu pai recebeu um pedaço de papel. Lembro daquele dia pois situações peculiares ocorreram em casa. Seu pai chegou em casa atormentado, me contou sobre o homem do bar, e me mostrou o bilhete anônimo. Nele, apenas se lia: "leva-lo-ei em 25 anos."
Seu pai passou os próximos anos tentando desfazer o acordo, devolver suas riquezas, entretanto, nada funcionava. Ele morreu tentando achar um jeito de protegê-lo.
Eu estou perdida, não sei mais o que fazer além de alertá-lo sobre o perigo desse ser.
Por favor, tome cuidado.

Com amor, sua mãe"

Wooyoung não sabia o que dizer. Sinceramente, ainda não acreditava naquela baboseira, era cético sobre muitas coisas. Todavia, era verdade que Seonghwa sempre contava que seu pai havia se tornado um homem próspero repentinamente. E bom, não havia motivos para a mulher inventae tudo aquilo.

- Ta bom, Hwa. Digamos que isso seja verdade. COMO CARALHOS ISSO É VERDADE?! Tu leu o que eu li, e sem ofensas, isso é absurdo.
- Eu sei, mas minha mãe não é de mentir, e com certeza nunca foi criativa para inventar histórias -, disse Seonghwa, se sentindo perdido. - O que eu faço agora?
- Que tal eu dormir aí hoje? Quero ver esse tal homem passar por mim. Posso ir para sua casa às 18h? Tenho que levar um pestinha tomar sorvete.
- Claro, claro. Qualquer coisa te ligo.
- Tá bom, fica bem. - se despediu Wooyoung.

Mas, quando estava a ponto de desligar, ouviu um grito. Seonghwa estava gritando.

- Seomghwa?!? Tudo bem?

A ligação caiu em seguida.

Run devil, runOnde histórias criam vida. Descubra agora