Lucas estava no meio da multidão, o som do rock pulsando no ar, batendo forte em seu peito, enquanto o calor humano e o frenesi do show tomavam conta do ambiente. Ele não estava ali apenas para assistir à banda ou para curtir a música – seu corpo, já acostumado com a adrenalina dos shows, procurava algo mais. Algo que fosse além do barulho e da agitação. Ele se deixou cair no chão, não por acidente, mas de forma planejada, buscando aquele momento de completa rendição. A multidão o ignorou, os corpos ao redor dançando e se movendo, mas ele não se importava. Estar ali, deitado no chão, era uma escolha. Era a única maneira de sentir o que ele tanto desejava: ser pisado, ignorado, rebaixado, tudo ao mesmo tempo.
As garotas ao redor eram as de sempre, jovens, bonitas e cheias de energia. Elas passavam sobre ele como se fosse parte do cenário, sem perceber ou sequer se importar com sua presença. Mas algumas sim, algumas percebiam o corpo dele estendido ali e, com um simples passo, marcavam-no de forma irreversível. Para Lucas, cada pisada era uma validação de sua submissão, um lembrete de sua inferioridade. Ele não queria ser mais do que isso.
O peso das solas dos All Stars contra seu corpo não era apenas físico; era simbólico. Cada pisada carregava a humilhação e a adoração que Lucas buscava. Estar ali, deitado no chão da pista, não era apenas um fetiche, mas um ato de rendição. Ele não se via como igual às garotas que o esmagavam sem cerimônia – para ele, elas eram deusas, inalcançáveis em sua energia, beleza e liberdade.
A cada pulso da música, ele sentia o ritmo traduzido em pés que pressionavam suas costelas, coxas e até o rosto. Algumas garotas, absorvidas pelo show, o ignoravam por completo, como se ele fosse uma parte inerte do piso. Mas Lucas não se importava. Essa indiferença apenas reforçava sua sensação de ser insignificante diante delas – uma criatura que existia apenas para servi-las de suporte.
Outras, no entanto, o percebiam. Ele sabia disso pelo peso que permanecia por segundos a mais, pelos olhares rápidos para baixo e, às vezes, pelos sorrisos ligeiramente maliciosos que se formavam no canto dos lábios de algumas. Essas eram as que mais o marcavam, não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Ele sentia o poder delas, o controle absoluto que exerciam sobre ele ao decidir ficar em pé sobre seu corpo, como se testassem até onde ele aguentaria.
Mas então veio ela.
No meio da multidão, uma garota de cabelo curto, tingido de um azul desbotado, percebeu Lucas no chão. Seus olhos se encontraram por um segundo, e ela ergueu uma sobrancelha, como se estivesse tentando decifrar o motivo de ele estar ali. Ele sabia que aquele olhar não era de piedade; era de curiosidade – e talvez algo mais.
Sem hesitar, ela pisou nele com firmeza, primeiro no peito, com os All Stars pretos já desgastados. Sentiu o peso dela se acomodar, e algo dentro dele tremeu, uma mistura de adoração e submissão. Ela não desviou os olhos, e, em vez de seguir em frente como as outras, inclinou-se levemente, transferindo o peso do corpo para o pé que agora repousava em seu rosto.
Lucas sentiu a borracha da sola pressionando sua pele, o cheiro característico do tênis misturado ao suor do ambiente. Ela manteve o pé ali por alguns segundos, como se testasse sua reação, talvez esperando resistência ou desconforto. Mas ele permaneceu imóvel, oferecendo-se completamente, o rosto virado para cima, quase como se fosse um altar.
Um sorriso malicioso apareceu no canto de seus lábios. Ela ergueu o pé por um momento, apenas para reposicioná-lo, pressionando um pouco mais, como se quisesse gravar sua presença em Lucas. Ele mal conseguia respirar direito, mas não importava. O peso dela, a textura do solado, a maneira como ela ria casualmente enquanto conversava com uma amiga – tudo isso o preenchia de uma sensação agridoce de humilhação e êxtase.
Lucas sentia sua inferioridade como uma verdade absoluta. Enquanto elas dançavam, livres e despreocupadas, ele estava ali, imóvel, entregue. Ele as via como símbolos de tudo o que não era: confiantes, fortes, intocáveis. A textura dos solados contra sua pele era ao mesmo tempo dolorosa e prazerosa, como uma lembrança constante de sua posição. Não de igualdade, mas de submissão.
Era um tipo de êxtase estranho, uma mistura de humilhação e reverência. Ele não se importava com o que pensavam dele, se o julgavam ou o ignoravam. O que importava era o sentimento de estar sob elas, literalmente e metaforicamente, como se sustentasse sua grandeza, mesmo que por um momento.
Quando a música finalmente cessou, ele abriu os olhos, sentindo as marcas deixadas pelas solas, o calor dos passos que haviam atravessado seu corpo. Para as garotas, ele era um acessório momentâneo, uma curiosidade ou uma distração. Mas para ele, elas eram divinas, e ele não queria nada mais além de ser o chão sob seus pés.
O show havia acabado. O chão da pista estava coberto de copos amassados e resíduos de uma noite caótica, mas Lucas ainda permanecia lá, respirando com dificuldade, o corpo marcado pelas dezenas de solas que haviam passado por ele. Ele não esperava nada além disso – aquelas horas sob os pés da multidão eram o que ele buscava.
Mas então ele a viu.
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O Tapete no Show de Rock
RandomA história descreve Lucas, que tem o hábito de se jogar no chão durante shows, buscando ser pisado por jovens atraentes como uma forma de prazer submisso. Clara é uma dessas jovens, e ela, com um senso de poder e domínio, aproveita a situação para e...