The Last ones

20 1 0
                                    

Beth caminha cansada ao lado de Daryl enquanto procuram um lugar para passar a noite, Desde a queda da prisão, Daryl não havia pronunciado nenhuma palavra, nenhum consolo..nada. Ele a mantinha viva e segura e já havia desistido de tentar conversar, quando conseguiram se estabelecer Beth ficou preparando a fogueira enquanto Daryl tinha ido caçar.

Finalmente Daryl conseguiu caçar para comer, uma cobra. Sabia que Beth, patricinha dafazenda não ia gostar. Não entenda mal, não é que Daryl não gostasse de Beth, ela era umamenina doce, mas Daryl estava sucumbido pela queda da prisão, arrasado. E a companhiaesperançosa de Beth só lhe deixava pior. Todos que ele conhecia, que criou extrema afeição,estavam mortos.

-­ Eu preciso de uma bebida, de verdade, com álcool. - Disse Beth, satisfeita por tercomido a caça de Daryl.

-Pra quê? - Daryl já sentia­-se desanimado com a idéia da menina, mas não lhe parecia ruim ter uma missão.­

-Por que sim. Nunca bebi, e... eu preciso disso, Daryl.

Daryl não quis negar o pedido de Beth, não por piedade ou empatia, simplesmente por nãoter outras opções. Na manhã seguinte partiram os dois, em busca de algum lugar ondepudessem encontrar uma bebida.

-Você acha que podemos encontrar, digo alguém da prisão? Beth vagava em seuspensamentos quando perguntou ao caçador. Ela torcia pra que ele desse uma resposta que elaqueria ouvir, precisava ouvir.

- Não. Estão todos mortos, de qualquer jeito.Beth calou-­se. Daryl calou-se. Ambos não queriam acreditar que seriam os últimos querestaram.

Por fim, encontraram uma casa antiga, onde havia muitas garrafas de vinho. Beth adorou,pois não queria que sua primeira bebida fosse algo muito amargo.

Quando a menina começou a beber, Daryl sentiu que aquilo não iria dar certo.­

-Vem, vamos brincar de "Eu nunca". Eu digo algo que nunca fiz, e se você tiver feito, vocêbebe. Se não, eu bebo.

- Daryl olhava Beth com uma expressão cética. - Vamos, Daryl, porfavooor.

Daryl sentou­-se na frente de Beth pensando até onde aquilo tudo o levaria. Teria quecarregar uma menina bêbada e matar zumbis ao mesmo tempo. Então Beth começou:

-Eu nunca atirei com uma Besta.

Daryl fez uma cara de tédio e tomou seu primeiro gole daquele vinho tinto e seco.

Os dois jogaram e deram algumas risadas até Beth falar algo que tirou, finalmente, Daryldo sério.­

-Eu nunca estive na cadeia, digo, como prisioneira.

Daryl olhou fixamente para Beth, sentiu sua raiva aumentar e junto com o vinho que faziasua cabeça girar suavemente.

-É isso que você pensa? Isso que você pensa que eu sou? Um caipira bêbado, um maucaráter? Acertou, Greene. É isso que eu sou. Vou dar uma mijada.

Daryl se levantou rispidamente, fazendo muito barulho, o que atraiu um Walker quepassava por perto.

-Daryl, fique quieto, você ta atraindo zumbis pra cá.

-Cala boca, não ta vendo que eu to mijando?

Beth sentiu­-se pela primeira vez, assustada de estar ao lado de Daryl, sozinha, naquelacasa. Até que ele se aproximou dela, a pegou pelo braço e arrastou até fora da casa.­

-Daryl, o que você esta fazendo? Tá me machucando!

- Você não é boa Greene? Você não é melhor que eu? Quero ver como você se sai aqui,sem mim. Vamos, pegue a Besta. Vai.. se vira.

Beth estava assustada, embriagada e não queria fazer aquilo. Quando finalmente estavaconseguiu se livrar das mãos de Daryl, Beth cravou sua faca na cabeça do Walker, com muitadificuldade.

-O que você quer de mim?- ­ Berrou Daryl, com toda raiva que pode.

Beth olhou no fundodos seus olhos, e sentiu que lágrimas começavam a brotar.­ Fique longe de mim, Daryl. É sério. - Beth virou as costas e correu para a casa.

Daryl ficou lá, em pé, sentindo o peso nos seus ombros aumentaram. Sentindo a culpatomando conta dele. Beth não merecia aquilo. Beth não o merecia.

Depois um tempo, Daryl entrou na casa e encontrou Greene sentada no chão.Com agarrafa vazia ao seu lado.

-Eu... olha, é tudo minha culpa. Nós aqui, a prisão. Eu sei, eu devia ter procurado maispelo governador, eu devia... se eu tivesse, nada teria acontecido. Você não ia precisar ficarpresa com um idiota estúpido feito eu, e seu pai... seu pai ainda estaria vivo. - Daryl baixou acabeça e deixou-­se ser tomado por todo aquele remorso e culpa que estavam o corroendo.

Beth se aproximou devagar e abraçou Daryl como se fosse uma criança, deixou que elechorasse em seu colo todas as suas mágoas.­

-Não é sua culpa, Daryl. Eu juro.

Be the ocean where Im drowningOnde histórias criam vida. Descubra agora