capítulo dezessete

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Lavínia e Isadora continuavam caminhando, cada uma mais irritada que a outra, mas ambas tentando disfarçar o medo crescente. A floresta parecia se fechar ainda mais ao redor delas, e a sensação de estarem perdidas se tornava inegável.


_Isa, você ouviu isso?_ Lavínia parou de repente, olhando para trás.

_Isso o quê? _ Isa perguntou, os olhos arregalados enquanto segurava um galho de árvore para se equilibrar.

_Sei lá, parecia um barulho... tipo passos._ Lavínia respondeu, a voz mais baixa.

_Isso é paranoia sua. Provavelmente só um animal_ Isa tentou soar racional, mas não conseguiu evitar olhar ao redor, sentindo o coração acelerar.

_Deve ser, né?_ Lavínia forçou um sorriso nervoso, voltando a andar_Enfim, a gente tem que achar esse rio logo. Água sempre leva a algum lugar... ou pelo menos é o que dizem nos filmes.

_E desde quando você acredita em dicas de sobrevivência de filmes? _ Isa retrucou, franzendo o cenho._ Você nem assiste coisas assim

_Tem razão. Mas alguma ideia melhor, senhora gênio? _ Lavínia rebateu, claramente no limite.

_Isso não é hora pra ironia, Lavínia_Isa elevou a voz, mas logo parou ao ouvir um som distante. _ Espera... você ouviu isso?

Dessa vez, era um som claro de vozes ao longe. Ambas se entreolharam, a esperança acendendo rapidamente.

_É o André! _ Lavínia gritou, começando a correr na direção do som.

_Lav, espera! _ Isa tentou segurá-la, mas era tarde demais. Lavínia já havia desaparecido entre as árvores.

~~•~~

André, Pedro e Luiza seguiam o mapa com pressa, mas com cautela. O sol já começava a baixar no horizonte, e a luz na floresta ficava cada vez mais fraca.

_Você tem certeza que é por aqui?_ Pedro perguntou, observando André verificar o mapa pela terceira vez em poucos minutos.

_Se você parar de me questionar e ajudar a procurar, vai ser mais rápido._ André respondeu, os nervos claramente à flor da pele.

Luiza, que vinha atrás deles, parou de repente e ergueu a mão. _Shh! Ouçam...

O grupo ficou em silêncio, até que ouviram passos apressados e um grito familiar.

_André! Pedro!

_Lavínia? _ André gritou de volta, começando a correr na direção da voz. Pedro o seguiu imediatamente, com Luiza logo atrás.

Eles finalmente a avistaram saindo correndo de uma parte mais densa da floresta, com Isa logo atrás, parecendo exausta.

_O que vocês estavam pensando?_ Pedro começou, mas Isa o cortou.

_Não começa! A gente já teve problema suficiente sem você._ Ela cruzou os braços, claramente irritada, mas aliviada de estar com eles novamente

_Eu tô tão feliz que vocês chegaram! _ Lavínia se jogou nos braços de André, que suspirou de alívio, mas não sem uma expressão severa.

_Se você não tivesse esquecido o mapa... _ ele começou, mas ela o silenciou com um olhar suplicante.

_Vamos discutir isso depois,_ Luiza interveio, apontando para o céu que escurecia rapidamente._ A gente precisa sair daqui antes que fique totalmente escuro.

_Tá certo,_ Pedro concordou, puxando Isa pela mão._ Vamos logo.

Enquanto seguiam pela trilha marcada no mapa, o grupo permanecia em silêncio. Apesar do cansaço e do estresse, o alívio de estarem juntos novamente era evidente. No entanto, todos sabiam que essa aventura deixaria marcas — e lições.

Continua...

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