capítulo dezoito

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O grupo caminhava em silêncio, mas o clima ainda estava carregado. O sol já havia se escondido completamente, deixando a floresta mergulhada em uma penumbra assustadora. Apenas os sons da natureza os acompanhavam — e a tensão entre eles.

_Por que vocês simplesmente não esperaram a gente?_ André finalmente quebrou o silêncio, olhando para Lavínia enquanto segurava sua mão firmemente. _Era só seguir o que a guia tinha mandado

_Porque eu achei que sabia onde estava indo!_ Lavínia respondeu, irritada _E eu já pedi desculpas, ok? Vocês dois estavam ocupados brigando, e eu só quis resolver as coisas.

_Resolver? Você quase nos colocou em um problema maior! _ Pedro retrucou, mas Isa o interrompeu.

_Chega, Pedro. Todo mundo errou aqui. Vamos só sair dessa floresta antes de começar outra briga._ Sua voz era firme, mas seu olhar traía o cansaço e a preocupação.

_Luiza, tem certeza que estamos no caminho certo?_ Isa perguntou, tentando mudar de assunto.

_Acho que sim,_ Luiza respondeu, hesitante. _Estamos seguindo o mapa, mas com essa escuridão..._ Ela olhou para André. _Talvez devêssemos parar e esperar amanhecer?

_Parar?_ Lavínia arregalou os olhos._De jeito nenhum! Essa floresta é assustadora, e eu não vou dormir aqui!

_Concordo com a Lav dessa vez,_ Pedro disse. _Se ficarmos parados, vamos nos expor mais. Melhor continuar.

André respirou fundo, olhando para o mapa com a lanterna de seu celular. _Ok, seguimos mais um pouco, mas com cuidado. O rio não deve estar longe.

~~•~~

Conforme avançavam, os sons da floresta pareciam mais intensos. Lavínia se agarrava ao braço de André, enquanto Isa e Pedro trocavam olhares nervosos. Luiza mantinha a lanterna apontada para o chão, evitando tropeços.

Foi então que ouviram algo que os fez parar de repente: um barulho de passos... mas não eram os deles.

_Quem tá aí?_ André gritou, a voz ecoando entre as árvores.

Não houve resposta, mas o som continuou, agora mais próximo.

_E se for um animal?_ Lavínia sussurrou, sua voz tremendo. _Ou... sei lá, alguma coisa pior?

_Não começa com isso, Lav,_ Isa murmurou, mas seu tom não era muito confiante.

De repente, um vulto emergiu das sombras, e todos prenderam a respiração. Mas logo se revelaram dois rostos conhecidos: era o guia da trilha, acompanhado por outro rapaz com uma lanterna mais potente.

_Aí estão vocês!_ O guia exclamou, aliviado. _Estávamos procurando por vocês há horas. O que estavam fazendo tão longe do percurso?

_A história é longa..._ André começou, mas foi interrompido por Lavínia.

_Mas o importante é que vocês nos acharam! Por favor, tirem a gente daqui logo! _ Ela quase chorava de alívio.

O guia apenas assentiu, indicando para que o grupo o seguisse. _Vamos. Está perigoso ficar aqui à noite.

~~•~~

Já fora da floresta, o grupo finalmente respirou aliviado. A luz dos postes parecia um luxo após horas de escuridão e tensão.

_Nunca mais me chamem para algo assim,_ Lavínia declarou, sentando-se em um banco próximo. _Meu cabelo tá arruinado, minha roupa suja, e eu quase morri de susto!

_Talvez da próxima vez você escute os outros,_ Isa retrucou, cruzando os braços.

_Meninas, chega disso,_ André interveio, cansado. Ele olhou para Pedro, que parecia igualmente exausto. _Amanhã resolvemos o que ficou pendente. Por agora, só quero descansar.

_Apoiado,_ Pedro concordou, puxando Isa para perto. _Mas uma coisa é certa: ninguém vai esquecer isso tão cedo.

Enquanto o grupo seguia para as suas cabanas, uma coisa ficou clara: aquela aventura havia mexido com todos. Mas, no fundo, eles sabiam que momentos como esse, mesmo difíceis, os tornavam mais fortes juntos.

Continua ...

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