"Toda ação tem a sua consequência"
— Você vai realmente me mostrar, Diego? Ou está apenas falando de boca para fora? — perguntou, a voz firme, mas com um toque de incerteza, como se estivesse esperando que ele a surpreendesse.
Diego, sentindo o peso da dúvida nas palavras dela, deu um passo à frente, mais uma vez aproximando-se. Seus olhos estavam mais sérios, mais concentrados. Ele não queria mais prometer nada sem agir. Ele queria mostrar a ela, de uma vez por todas, o quanto ansiava por ela.
— Eu estou falando sério, Alice — respondeu, sua voz carregada de urgência. — Não é só mais uma promessa vazia. Eu vou te mostrar tudo, cada gesto, cada ação. Não vou deixar você duvidar de mim. Não está noite...
Sem esperar mais, ele puxou Alice para perto, beijando-a novamente. O beijo foi intenso, cheio de desejo, como se as palavras já não fossem suficientes e só aquele contato pudesse comunicar tudo o que eles sentiam. Ela, por instinto, se entregou, deixando-se levar pela intensidade daquilo, pela promessa não dita, pela urgência que ele transmitia.
Mas, no calor daquele momento, eles estavam tão concentrados um no outro que não perceberam a árvore de Natal atrás de Alice. Ao se moverem, o corpo de Diego empurrou o dela para trás, fazendo-os perder o equilíbrio. Ambos caíram de forma desajeitada, caindo diretamente sobre os galhos da árvore, que balançaram com o impacto, fazendo algumas das bolinhas de Natal se soltarem e caírem ao redor.
Alice soltou uma risada nervosa, entrecortada pela surpresa do momento, mas antes que pudesse reagir, Diego já estava se levantando, rapidamente estendendo a mão para ajudá-la.
— Você está bem? — perguntou, preocupado, ao notar o desconcerto dela, mas também a confusão nos olhos dele ao perceber a cena que se desenrolava.
Alice olhou para baixo e, ao tentar se levantar, notou que as luzes de Natal, que estavam ao redor da árvore, agora estavam emaranhadas em seu braço. Algumas bolinhas de enfeite estavam espalhadas ao redor de seu corpo, caídas sobre o tapete, como se a cena tivesse sido um acidente engraçado e ao mesmo tempo simbólico — uma mistura de caos e beleza.
— Eu acho que sim... — disse ela, olhando para as luzes que brilhavam ao redor do seu braço, e depois para as bolinhas caídas ao seu redor. Era um contraste curioso, mas algo parecia... simbólico.
Diego a encarava com intensidade, os olhos fixos em Alice de uma maneira quase possessiva, como se ela fosse a única coisa que existisse naquele instante. Seu sorriso, embora discreto, carregava uma malícia sutil, algo quase animalesco, como um predador que finalmente havia encontrado o momento perfeito para agir.
Ele observava as bolinhas de Natal espalhadas ao redor dela, as luzes brilhando emaranhadas no braço de Alice, e um pensamento rápido atravessou sua mente. Era como se o caos da queda tivesse criado o cenário perfeito, como se aquela cena, por mais desajeitada que fosse, fosse a chave para algo mais. Algo que ele queria que acontecesse ali, naquele momento.
O sorriso que ele esboçou ficou um pouco mais amplo, quase triunfante. Ele se ajoelhou-se e se aproximou mais de Alice, diminuindo a distância entre eles, e com uma voz suave, mas carregada de uma promessa implícita, disse:
— Já que é Natal, acho que podemos comemorar de uma forma bem... natalina.
A ênfase nas palavras deixava claro que ele não estava apenas falando sobre enfeites e luzes. Ele queria algo mais, algo que os envolvesse no momento, no desejo, na urgência de tudo o que estava prestes a acontecer. Alice o encarava, ainda confusa, mas algo em seu olhar já começava a se aquecer, uma mistura de curiosidade e incerteza.
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Uma noite de natal
RomanceAlice sempre odiou o Natal, uma época que lhe trazia apenas lembranças tristes e solidão. Naquela véspera, tudo o que ela esperava era mais uma noite silenciosa e sem graça. Mas tudo muda quando uma batida inesperada na porta revela um visitante mis...