Capítulo 58

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Pov Letícia

-- Entra ai - Abro a porta pra Ana

-- Licença - Ela diz entrando

-- Separei tudo nessas caixas -  digo mostrando as caixas na sala

-- Certo... - Ana as olha - Você ta bem?

-- Ainda tenho muita dor de cabeça, o que me faz passar o dia todo no escuro, algumas vertigens, mas de resto, tranquilo... - Digo

-- Ta tomando a medicação? - Ana pergunta

-- Sim, e la? Como ta as coisas? - Pergunto

-- Tudo bem, amanhã você volta a treinar? - Ana pergunta

-- Sim - to bem ansiosa

Ajudo a Ana a descer as caixas com as coisas restantes da Mirella e dos bebês
Nos despedimos
E por mais que Ana diga que esta tudo bem, eu sabia que nao estava, ate por que ela estava diferente comigo

Dia seguinte

-- Bom diaaaaaa - Digo chegando ao vestiário e batendo na porta com a mao aberta

-- Eita que ela chegou com tudo - Milene diz rindo

-- Vamo que eu to animada - digo rindo

-- Vamooooo - Portilho diz fazendo uma dancinha, o que faz todos rirem

-- Que bagunça é essa? - Ana diz séria na porta fazendo todas pararem

-- Lele so passa na diretoria pra assinar sua volta e as demais pro campo - Ana diz e sai

Termino de me arrumar e faço o que Ana pediu
Vou em direção a diretoria e sem querer ouço a voz da Mirella

-- Não mãe, eu não vou pra Espanha - Ela diz praticamente chorando

-- Vai ser melhor, pra você e pros nenéns - Ana responde de forma calma

-- Não, eu ainda nao desisti dela - Mirella diz

-- Mas ela nao lembra de nada - Ana diz

-- Mãe, por favor  - Mirella diz

-- Sua transferência já ta assinada pelo clube, e por mim, essa é sua ultima semana no Brasil, aproveita pra se despedir das meninas. - Ana diz virando as costas

Fico meio sem reação ao ouvir a conversa e saber que isso tudo era por minha causa
Mirella seca seus olhos e olha em minha direção
E eu continuo parada feito um poste
Eu queria pedir desculpas, mas não sabia por que, nem por que eu estava sentindo pena
Minhas únicas lembranças são que eu não gosto dela, e que ela é privilegiada por ser filha da técnica
Quero passar reto ao seu lado e ir direto aonde tenho que ir
Mas me aproximo e a abraço, envolvendo todo seu corpo pequeno
Ela me abraçava com uma força que eu não sabia que ela poderia ter, como se quisece me esmagar de tanta saudade que estava disso
Após um tempo abraçada enfim ela fala

-- Eu não quero te deixar - Ela diz ainda agarrada em mim

-- Sua mãe ta certa, vai ser melhor assim - Digo a soltando

-- Não - Ela diz num resmungo

-- Não sei bem pelo que, mas, me desculpa... - Digo saindo enfim e indo pra sala da diretoria assinar minha volta aos treinos

Em suas mãosOnde histórias criam vida. Descubra agora