Até onde você iria para preservar o que é seu?
Joanh é lindo, encantador e muito inteligente. Além disso, conquistou um lugar entre os mais ricos da América antes dos 30. Mas, sob os holofotes, sua vida repleta de escândalos ameaça não apenas sua r...
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Lembrei-me do dia em que tudo mudou. Em que os dias se tornaram cinzas e um peso caiu sobre meu peito, me impedindo de respirar. Quando uma dor intensa tomou conta de mim, não havia remédio que aliviasse.
Não havia refúgio. Um lugar onde as coisas pareciam melhorar. Onde tudo poderia ficar bem. Apenas dor. Mas eu não poderia parar, tinha que seguir, juntar os cacos e tentar montar a minha vida de novo. O problema é que... Uma peça importante vai faltar para sempre.
Minha mãe me disse uma vez, que a dor da perda de seus pais nunca passou. "Você aprende a viver com isso, mas nunca aceita" era o que dizia para mim. Suas palavras eram tão cheias de emoção quando falava dos meus avós, que eu sentia sua tristeza, mas eu não sabia que doeria tanto.
Já se passaram meses desde que ela se foi, e embora atualmente eu não viva mais aos prantos, quando lembro dela, eu choro. A saudade aumenta de tamanho, dominando todo meu ser, quando vou até o sótão e encontro seu violão.
Dói saber que nunca mais vou ouvir ela tocar --The sound of silence-- em um dueto com meu pai. Eles eram um par perfeito até na voz. Ela sempre comentava o quão atual aquela canção era. Criticando a era presente, onde as telas tomaram conta da vida das pessoas.
— Ela sempre quis me ensinar a tocar violão... — murmuro sorrindo, sentindo minhas bochechas aquecerem e meus olhos ficando embaçados.
Toco nas cordas e deslizo meus dedos pela madeira coberta por uma fina camada de poeira. Mais lembranças me invadem como uma torrente. Me arrependo de não ter aprendido a tocar com ela. Na época eu preferia o piano.
— Talvez eu devesse tentar aprender... — penso comigo mesma.
A necessidade de estar próxima dela neste momento é imensa. E sei que não sou a única. Minha irmã certamente se sente perdida, sem ter nossa mãe para orientar em cada etapa, principalmente agora que também será uma mãe. E o pai... É duro para ele estar vivo, ter sobrevivido à aquela tragédia e ela não. A tristeza ameaça me afundar conforme caminho pela casa.
— Estou curiosa... — minha irmã agarra meu braço quando estou indo para a cozinha — Vai ser menino ou menina?
Levo uns segundos para me desligar dos meus pensamentos e compreender sua fala.
— Eu acho que é um pouco cedo para saber... Já tem quanto tempo? — pergunto pegando um copo dentro do armário.
— Não sei bem... — ela se senta à mesa, apoiando o queixo sobre as mãos — Pode ser um mês... Ou pode ser umas duas semanas.
Vou até a geladeira e pego uma jarra de água. É basicamente o tempo que aquele idiota foi embora. Pensar no ex da minha irmã me faz ferver de raiva e de indignação.