8° No pagode

6 0 0
                                    

Madu°

Bom,meu dia já começou um pé de rolo,acordei atrasada pra faculdade,sujei minha roupa no meio di caminho e tive que voltar,fazendo asism,eu chegar 2 horas atrasada e levar esporro.

Fomos pra hora do almoço e enquanto eu tava indo pra fila pegar alguma coisa tropecei e cai de cara no chão na frente de TODO MUNDO,a maior vergonha que eu passei na minha vida.Depois de pegar meu lanche tive que ligar pra manu pra ver se ela conseguiria me buscar na hora da saída,por que não sei o que aconteceu mais escureceu muito rápido e eu tenho medo de andar no escuro.

---

Finalmente sai dessa faculdade, tava quase morrendo de tanto cansado, e pra piorar a Manuela falou que ia me buscar e simplesmente sumiu aquela quenga.

Falando nela, me mandou mensagem, li rapidamente e o Alexandre vai me buscar, sério isso?

O povo da faculdade vai achar que eu sou mulher de traficante, eu toda Paty vou ficar com esse tipo de gente, Nunca!

Não demorou muito e aquele projeto de dono do morro chegou empinando aquela motinha velha dele se achando.

- Fala princesa, achei que tu nunca mais ia dar rolê comigo-ele ri e eu fecho a cara.

-É bom você ficar quietinho ó projeto de marginal, tá vendo aquele segurança ali?-eu aponto para o segurança-eu falo que você tá me roubando e você vai dar rolê, mas não vai ser comigo não, vai ser com os canas!

-Vixi, desculpa aí dona poderosa-ele continua rindo- vai, sobe aí!

Eu subi com meu sangue fervendo, eu juro que nunca mais confio no que a Manuela diz puta que pariu!

Ele até exitou em empinar aquela moto fudida dele, mas não deixei, ameacei ele em 5 línguas diferentes e ele quietou o cu dele.

Finalmente chegamos na favela, e todo mundo olhava como se fôssemos um casal. Juro que nunca quis cavar um buraco e me enfiar tanto quanto agora. Eu, toda arrumada, com minha roupa de grife e meu cabelo impecável, e o Alexandre, com camisa de time e o boné torto. Parecia cena de filme de terror.

— Tá achando que eu sou tua mina agora? — perguntei, descendo da moto e ajeitando minha bolsa de lado.

— E por que não seria?  Seria mó daora — ele responde com aquele sorriso de canto, me deixou  com mais raiva.

— Escuta aqui, Alexandre. Eu só vim porque a Manu me deixou na mão. Não te ilude, porque daqui a pouco vou sumir dessa quebrada.

Ele ergueu as mãos, como quem se rende.

— Tá bom, gatona. Relaxa. Só vim fazer um favor. — Ele riu, claramente se divertindo com a minha indignação.

Ele ficou ali, com aquele sorriso de canto, claramente esperando algo.

— E aí, Madu, que tal a gente sair de verdade, hein? Tipo... jantar, cinema, ou sei lá, um rolê  top? — Ele piscou, se apoiando no guidão da motinha como se fosse um galã de novela.

Eu revirei os olhos, fingindo que nem tinha ouvido.

— Sonha, Alexandre. Valeu pela carona, mas não se acostuma, viu? Boa noite. — Virei as costas e caminhei até a porta de casa, tentando ignorar o fato de que ele ainda me olhava.

— Boa noite, princesa! Pensa com carinho, hein? Eu sei que você quer! — ele gritou antes de dar uma acelerada exagerada e sair cantando pneu (na medida do possível com aquela moto caindo aos pedaços)

Entrei em casa bufando. Assim que passei pela cozinha, dei de cara com a Manuela mexendo em um pote de sorvete.

— Olha só quem chegou vivinha! — ela disse, com a boca cheia. — E aí, como foi o passeio com o Alexandre?

No Complexo do P.P.GOnde histórias criam vida. Descubra agora