Um amor cruel.
Um destino.
Um inimigo em comum.
O quanto você estaria disposto a arriscar para mudar seu destino?
Entre o véu e a Espada é recheada de aventuras secretas, sacrifícios, fantasia, traições, guerras, drama, mistérios e amores proibidos...
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O palácio dourado de Midas se encontrava exatamente do mesmo jeito que eu me lembrava, ainda assim, parecia que havia se passado séculos desde que pusera os pés ali. Assim que reconheci a decoração extravagante, uma onda avassaladora me tomou, era alívio. Era bom não estar mais em Reinlynch. Era bom estar viva. Ao olhar ao redor, percebi estarmos na sala da lareira, onde havia estado apenas uma única vez antes de partir.
Havia poltronas e almofadas espalhadas pelo carpete aveludado amarelo. Midas se direcionou silenciosamente para a sua poltrona vermelha de veludo com detalhes de ouro. Ao meu lado, Demetrius e Nikosoli pareciam ter iniciado uma guerra silenciosa. Tão rápidas quanto surgiram, as sombras de Nikosoli desapareceram, mas o amargo em minha boca prevaleceu quando notei seu olhar fuzilante na direção do príncipe. Demetrius não merecia aquele tratamento rude, muito menos eu. A raiva, no entanto, desaparecia a medida que o calor da lareira me envolvia. Não era um momento adequado para discussões idiotas.
Midas parecia alheio, demasiado entretido com a sua taça de licor para conseguir forçar qualquer interação, o que me agradava imensamente. Nikosoli mantinha a mesma postura ereta e confiante, o semblante sério. Atirei-me no chão, esticando a coluna no carpete.
— O que faremos agora? — era a pergunta que eu estava evitando, na verdade. Talvez por covardia, talvez por cansaço. Mas o príncipe parecia disposto a enfrentar qualquer coisa que surgisse em seu caminho. Ele não tinha medo de uma simples pergunta. — Qual é o plano? Acho que devemos...
Midas o avaliou de cima a baixo, os olhos estreitos. Era um tanto intimidador ser o alvo daquele homem, mesmo que fosse o príncipe daquelas terras. Demetrius tremeu, mas manteve a postura firme. Talvez não fosse coragem, afinal, e sim burrice.
— Ansioso para morrer por uma boa causa, como sempre, muito nobre, alteza. — Midas contemplou, voltando a fechar os olhos. — Estou ansioso para ouvir o que pensa, considerando que não faz a mínima ideia do que está acontecendo. Vá, príncipe, nos ilumine.
No entanto, o príncipe nada disse. As portas da sala se abriram num rompante. Engoli em seco ao ver afigura Encapuzada de Petrus, os braços estendidos ainda segurando as portas. Normalmente, ele já me dava arrepios, mas naquele momento senti uma onda estranha de pânico. Ele fincou seu olhar vazio em minha direção, os lábios tensionados e a testa enrugada.
Foi a primeira vez que vi algum sinal de emoção transparecer naquele rosto rígido.
— Meu senhor — ele se aproximou de Midas, realizando uma rápida saudação —, trago boas e más notícias. — Midas não parece particularmente empolgado. Com um aceno, Petrus entende que pode continuar. — Identificamos a presença de uma força maligna no palácio de Guilea, ela traça um caminho singular desde ReinLynch até as montanhas do deserto ao leste.
— Conseguiu identificar uma rota? — Nikosoli perguntou.
— Miroslav está trabalhando nisso, acreditamos que ele terá uma resposta dentro de algumas horas. Está rastreando os pontos de concentração de magia. — Petrus se voltou para o parceiro. — A magia bate com a sua.