Um amor cruel.
Um destino.
Um inimigo em comum.
O quanto você estaria disposto a arriscar para mudar seu destino?
Entre o véu e a Espada é recheada de aventuras secretas, sacrifícios, fantasia, traições, guerras, drama, mistérios e amores proibidos...
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— Celine! — Alguém gritou. E a voz veio de cima. Levantei a cabeça. Por um buraco de aproximadamente cinquenta centímetros, um olho me encarava de volta.
— Magdalena. — minha voz saiu fraca.
Percebi que o príncipe seguiu meu olhar, empertigando-se ao meu lado. Os tablados acima de nossas cabeças rangeram e Magdalena gritou outra vez, mas não havia nada que pudéssemos fazer àquela altura. As chamas cresciam ao nosso redor e o calor aumentava proporcionalmente, sufocando-nos com o odor forte de carbono. Senti algo envolver minha cintura e logo meu corpo foi puxado para o lado, uma sombra pendeu em minha direção e demorei a perceber que era o corpo de Demetrius.
Não tive tempo para assimilar todo o resto.
Uma viga de madeira caiu onde estávamos parados apenas alguns instantes atrás. Demetrius me protegeu transformando o próprio corpo em escudo, abaixando a cabeça até pousar no vão entre meu pescoço e o ombro, deixando que o manto grosso cobrisse-nos completamente. Senti sua respiração quente em minha bochecha. Durou bem pouco. Demetrius se afastou assim que a viga tocou o chão.
As tábuas rangeram.
O príncipe se agitou e limpou a testa, que gotejava suor sem parar, empurrou os fios pretos de seu cabelo molhado para trás e em seguida se virou para mim.
— A sustentação não vai aguentar por muito tempo — ele disse, pensativo, arrastando o indicador no queixo perfeito. — Está vendo aquela abertura ali? — ele apontou para o vão horizontal onde a viga se pendurava. — acho que, se conseguirmos soltar mais algumas tábuas, poderemos atravessar. Posso te levantar... Achar que consegue alcançar o teto?
Girei em volta, sem saber exatamente o que fazer. Não tínhamos muita opção e nosso tempo estava se esgotando.
Balancei a cabeça, incapaz de produzir qualquer som, mas não houve tempo para agir. Um estrondo, tão alto e potente quanto o ribombar de um trovão, ecoava do lado de fora. De repente, a estrutura interna começou a tremer. O segundo estrondo nos atingiu como um soco.
Demetrius foi arremessado para trás e, antes que eu pudesse me segurar em algo firme para me equilibrar, caí de joelhos no chão. A parede de madeira se desfez, tacos voaram para todos os cantos e as chamas se agitavam sorrateiramente, lambendo as vigas do teto.
Magdalena gritou.
Atrás do buraco na parede, a lua se exibia, majestosa. Não havia nenhuma nuvem no céu, estava completamente limpo, exceto algumas estrelas pinceladas aqui ou lá. Consegui avistar a montanha de pinheiros no horizonte acompanhando a cadeia de montanhas. A escuridão da noite que gritava do lado de fora aplacou o brilho do fogo do lado de dentro.
Pisquei duas vezes antes de reconhecer a forma encapuzada que se aproximava. Botas surradas pisaram sobre os tablados chamuscados, o misterioso abaixou o capuz preto, revelando a testa tatuada.