Um amor cruel.
Um destino.
Um inimigo em comum.
O quanto você estaria disposto a arriscar para mudar seu destino?
Entre o véu e a Espada é recheada de aventuras secretas, sacrifícios, fantasia, traições, guerras, drama, mistérios e amores proibidos...
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— Este é Siril — disse Magdalena. — Essa é Cibel — ela apontou para a égua cinzenta e manchada com pintinhas pretas no pescoço. Ela era um pouco mais malhada do que o macho, a crina estava solta, mas penteada.
— Cibel é um pouco mais selvagem e não gosta muito de estranhos. Ela já está familiarizada com o cheiro de Magdalena, então é mais seguro que façam a viagem com Siril. — Explicou Mikhaill, esticando o braço para baixo.
Magdalena segurou-se à mão estendida do Assassino de Bear, apoiou o pé descalço na superfície lisa da bota de Mikhail para ganhar impulso e jogou o corpo para cima da montaria sem hesitar. O corpo miúdo se acomodou facilmente, Mikhail projetou os braços ao redor do corpo de Magdalena, segurando a alça da correia firme o bastante para que servisse de parede e ela não caísse do cavalo.
Já montados, os dois se viraram para nós, aguardando algum movimento. Demerius tomou à frente e, após se assegurar que o equino não o derrubaria da sela, esticou o braço para que eu montasse. E assim eu fiz.
Cavalgamos cada vez mais rápidos, rumo a trilha estreita que nos levaria direto à Floresta das Almas, bem longe da construção que seguia consumida pelas chamas. Meu cabelo esvoaçava conforme o ritmo do vento e Demetrius não precisou se esforçar para guiar Siril, pois o animal sabia para onde deveria ir. Cibel adentrou a floresta carregando Mikhail e Magdalena consigo, logo depois foi a nossa vez.
Meu coração batia acelerado a cada trote e um arrepio percorreu meu corpo enquanto a trilha desaparecia atrás de mim. Estava claro para mim que liberdade estava cada vez mais distante, tão difícil de obter quanto era tentar aprisionar água corrente em minhas mãos. Escoava sempre entre os dedos.
Demetrius era um bom cavaleiro, embora a Floresta das Almas não fornecesse a melhor das estradas para se cavalgar durante a madrugada. As longas horas se estendiam conforme cruzávamos os corredores de árvores, arbustos e galhos infinitos. Havíamos percorrido bem mais de trinta quilômetros àquela altura, bem quando pensei que Siril precisava de um descanso, Mikhail puxou as rédeas de Cibel, os trotes do equino diminuíram até parar por completo.
Um pouco atrás, acompanhando a líder gloriosa, nossa montaria também foi diminuindo a velocidade antes mesmo do príncipe ordenar que o fizesse.
— Seria bom ter um cavalo bem treinado assim no castelo — sussurrou, mais para si do que para outra pessoa —, que Princesa jamais me escute dizer isso, mas você é impressionante, Siril.
A voz de Demetrius era doce, ele sussurrava elogios enquanto acariciava o pelo da montaria. Um silêncio pesou sobre nós e voltei minha atenção para o homem que nos escoltava. Mikhail cochichou algo para minha irmã e aquilo me incomodou. Não confiava nenhum pouco no Assassino. Mesmo depois de ter nos salvado, mesmo ainda dependendo de sua assistência para salvar nossas vidas, mesmo que tivesse provado sua lealdade, não conseguia. E não tinha tanta certeza assim se deveria.