Capítulo 32

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- Viste o Harry mais alguma vez, enquanto ela esteve em coma? - a Han decidiu tentar, então, perceber para onde tinha fugido o Harry depois do atropelamento.

Mas a Chloe não estava, de todo, a cooperar. Eu tinha de me esforçar imenso para tirar algo da sua boca.

- Eu não faço ideia. Só ouvi dizer que ele tinha saído de Cheshire.

- Logo a seguir? - tentei juntar as peças.

- Não sei quando. - parecia que a investigação não tinha dado em nada e amanhã seria Sexta e os artigos seriam revistos.

- Obrigada na mesma, Chloe. Pelo teu tempo. - agradeci e a Hannah seguiu-me até à porta.

Recebi um sorriso desconfortável da Chloe antes de entrar no meu carro.

- Sabes que ela está a esconder alguma coisa, não sabes? - eu sabia, era mais que óbvio que algo me estava a escapar.

- Amanhã voltamos e esclarecemos tudo! - decidi e liguei a ignição do carro.

- É assim que se fala! - a Hannah riu-se mal exclamou e eu ri-me do seu riso.

Fizemos o trajeto até ao hotel que tínhamos reservado e depois de jantar fomos adormecendo do cansaço.

Na manhã seguinte acordei extremamente cedo e alcancei o meu computador. Revi o artigo do Harry, aquilo ainda me fazia sentir pior, mas era impossível resistir. Naquele momento odiava-me, porque sabia que aquela não era eu, que o Harry podia de alguma forma estar inocente, que o artigo era todo feito de mentiras e que andava a desiludir demasiadas pessoas com o meu comportamento.

Mas assim que eu e a Han saímos do hotel seguimos, de novo, para a habitação da Chloe, avistamos uma casa completamente fechada sem atividade que demonstrasse que estivesse alguém da parte de dentro.

- Achas que ela saiu? - a Hannah questionou-me, mas eu não sabia, por isso encolhi os ombros.

- Já é quase hora do almoço, ela deve estar em casa. - raciocinei.

Tocamos à campainha, a Han clicando no interruptor duas vezes, outra vez. Mas desta vez não a repreendi, porque a minha preocupação não se encontrava na possibilidade de eu ser rude, mas sim em resolver o mistério, por fim.

Quando pensávamos desistir, e depois de muitos toques na campainha, a porta foi aberta, para dela se esgueirar uma Chloe frágil e com aspeto cansado, ainda de pijama. O que é que tinha acontecido com ela?

- Está tudo bem, Chloe? - perguntei, ficando preocupada à medida que sentia a rapariga a perder cada vez mais forças.

- Sim. - ela respondeu com uma voz fraca, abrindo mais a porta - Entrem.

Assim que passámos pela porta, os nossos olhos esforçaram-se para ver o caminho. O espaço sem qualquer tipo de luminosidade, parecia muito diferente do que no dia anterior. O que quer que tivesse acontecido, não tinha sido muito bom para a Chloe.

- Ainda bem que vieste, Stella. Preciso de falar contigo. - ela prosseguiu, acendendo a luz da sala de estar, criando-se uma luminosidade falsa sobre nós, que enaltecia o aspeto pesado e sufocante da divisão. A Chloe tinha mantido todas as janelas existentes fechadas.

- Eu também. Mas tu primeiro. - eu dei-lhe a vez, porque, na verdade, estava intrigada por saber a razão por que ela queria falar comigo, se ontem manteve todo aquele secretismo.

- Bem, não sei bem como começar.

A Hannah sempre foi uma pessoa muito observadora, ela tirava todas as conclusões sem precisar de perguntar nada. Sempre foi muito certeira na sua opinião sobre todos. Quando não gostava de alguém, essa pessoa acabava por fazer algo de errado e eu tinha de a ouvir repetir um "Eu avisei-te." sempre que acontecia. E isso acontecia bastantes vezes porque eu era o absoluto contrário nesse aspeto, nunca era muito boa a criar uma opinião sobre alguém e por isso enganava-me a respeito de muita gente. Mas, por essa razão, a Hannah ainda não tinha dito nada à Chloe, desde que tínhamos entrado pela porta. Ela permanecia a olhá-la, enquanto a Chloe se debatia claramente para dizer aquilo que queria. Até a mim me deixava nervosa.

- O que estou a tentar dizer é que... - a Chloe ainda não tinha dito nada de conclusivo, mas respirou fundo - Stella, o que tu pensas ter acontecido na noite da festa não é completamente verdade.

Senti a minha garganta seca, não conseguia engolir nenhuma saliva e sentia que podia engasgar-me a qualquer momento.

- Eu comecei a gostar do Harry, algum tempo depois de vocês ficarem juntos. - senti as minhas mãos suadas, a conversa não estava a correr da maneira que eu esperava - Por isso, convidei-me a ir com vocês, porque aquela noite me pareceu a altura perfeita para fazer com que o Harry estragasse tudo. E ficasse comigo. Então arranjei uns comprimidos com um amigo do meu primo que vendia drogas, só para que o Harry não me rejeitasse. Quando chegamos à festa eu fiz com que ele os tomasse sem se aperceber.

Um suspiro saiu da boca da Choe. O meu coração batia a mil e eu tive de me levantar do sofá para andar de um lado para o outro, tentando acalmar-me. Eu não conseguia imaginar o que ouvia.

- Mas os comprimidos não funcionaram da maneira que era suposto e ele começou a ficar furioso. Foi aí que percebi que o plano ia correr mal. Vi-vos a discutir até que saíram do espaço. Eu vi uma oportunidade aí. - no rosto da Chloe corriam lágrimas, mas eu não acreditava que carregavam algum sentimento - Eu vi tudo a acontecer: o Harry a entrar no carro, tu à frente do mesmo, e depois o embate. O Harry nunca fugiu Stella, ele foi quem chamou a ambulância e ficou contigo a falar para ti na esperança de que ouvisses, mas era tarde demais. Eu pensei que tinhas morrido, mas depois descobri que te encontravas em coma. Ele esteve sempre contigo, todos os dias depois da escola ele ia para o hospital e falava contigo pensando que ouvirias. Todos os dias, ele trazia novas flores, sempre hortênsias azuis, porque dizia que eram as tuas favoritas. Mesmo tu não estando lá por completo ele não deixava de ter olhos para ti. Eu estava cega de amores pelo Harry, e vê-lo desesperado por ti deixava-me louca. Um mês antes de acordares, eu decidi tomar medidas. Foi quando te mudaram de quarto no hospital. Eu disse-lhe que tinham desligado as máquinas e que não tinhas tido forças para sobreviver. Ainda lhe menti dizendo que os teus pais escolheram ter um funeral privado. Ele ficou de rastos Stella, por isso decidiu sair da cidade. Mesmo pensando que estavas morta ele não olhou sequer para mim. Ele era louco por ti.

- Ele é louco por ti. - a Hannah corrigiu, o seu olhar posto no meu enquanto os meus olhos brilhavam devido à formação das lágrimas.

- Eu estou tão arrependida. Stella, perdoa-me por favor. - ela entrara num choro constante, que me irritava porque ela era a culpada de tudo aquilo.

- Hannah, vamos. Temos de voltar para Londres. - falei simplesmente dirigindo-me à saída sem olhar para a cara da Chloe.




Ok, este capítulo foi muito TAN TAN TAAAAAN, muito revelador.
Mas era preciso um capítulo-bomba!

Outra coisa, a FIC ACABA DAQUI A DOIS CAPÍTULOS!! what???
Esta fic foi o meu pequeno bebé, e o primeiro projeto desde que estou no wattpad, há dois anos. Teve muitos altos e baixos e houve alturas que queria apagá-la, mas acho que no fim compensou. Peço desculpa pela minha escrita de treta nos primeiros capítulos, mas foi à 2 anos e pronto. Acho que vocês compreendem.

Quando acabar a fic, vou fazer o melhor para editar a primeira metade da história, por isso estejam atentas.

Muitos beijinhos e até ao próximo capítulo!

Love you,
thenewblackx




"I messed it up" »stylesOnde histórias criam vida. Descubra agora