cap 20: Meu amigo bode tenta comer meu pé

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Pov: Percy

A falta de uma noite de sono está me deixando totalmente mau humorado. O sol tentando nos transformar em assado também não está ajudando em nada. E tem aquela coisa, a outra coisa martelando em minha mente.

— Como podemos ter certeza que não estamos entrando nessa floresta sem motivo algum?— perguntei.

Annabeth deu de ombros. Olhei para Grover, parecia tão mau humorado como me sinto. O que é estranho. Grover não fica irritado nem mesmo quando Nancy jogava presunto nele.

— Ela está assustada— disse a garota loira que está guiando o caminho— Quando estou assustada eu procuro ficar perto da minha mãe.

Franzi a testa.

— Você vai até o Olimpo?

Annabeth ao meu lado revirou os olhos e murmurou alguma coisa sobre lerdeza.

— Minha mãe é a deusa da agricultura, tem uma plantação de trigo aqui por perto— explicou— Eu sinto isso.

Olhei ao redor então me aproximei de Grover para perguntar baixinho:

— Ela está falando daquela coisa de chakras  de novo?

Meu amigo me olhou então olhou a nossa volta como se pudesse senti a natureza ao nosso redor. O que eu não duvido. Quer dizer, metade do corpo dele é bode e ele tem vinte quatro anos. Bater papo com planta não estaria com toda certeza no top 1 das coisas estranhas que envolve Grover. Não estaria nem no top 4.

— Ela sente as plantas. Sente os sentimentos delas— assenti como se entendesse. Não tinha entendido— Sátiros podem fazer coisas parecidas com humanos e semi-deuses. Também falamos com animais e somos sensíveis aos sentimentos da natureza. Você sabe, por causa de Pã.

— Que Pã?

— Pã!— brandou indignado— P-Ã O grande deus Pã! Como você pode não o conhecer?

Dei de ombros.

— Não tive tempo para aprender— Grover assentiu ainda um pouco indignado— Foi mal.

— Tudo bem. Madisson chamava de Pá— Eu ri fazendo meu amigo me lançar um olhar digno de dar medo— Annabeth tem razão. Vocês parecem mesmo mãe e filho. Você é só uma versão talvez menos respeitosa dela.

Annabeth engasgou como se tivesse tentando conter uma risada. Minhas bochechas esquentaram, então realmente parecemos mãe e filho?

— Menos respeitosa? Tenho que lembrar que quando a falei que os deuses estava nos observando sempre. Ela simplesmente apontou o dedo do meio para o céu— Meredith parou derrepente, e Grover suspirou como se relembrasse— Você!— Annabeth apontou o dedo para mim como se eu tivesse feito algo— Nem pense em fazer algo semelhante!

Levantei as mãos em forma de rendição, com um sorriso brincando em meu rosto que fez Annabeth revirar os olhos. Meredith negou com a cabeça.

— Como ela era?— perguntei derrepente— Quer dizer, antes. Ela ainda é destemida mas não parece tão...

— Impertinente?— sugeriu Grover e eu fiz que sim— Bom, acho que um pouco daquilo adormeceu dentro dela nos anos no acampamento.

Adormecido, não sumiu. Me pergunto o que faria essa impertinência acordar de vez.

— Ela era... difícil. Encrenqueira e nunca, nunca fugia de uma luta— Annabeth sorriu e voltamos a andar— Eu queria ser como ela e Thalia um dia.

Sorri com algo como orgulho dentro de mim.

Os Filhos: A Bússola Perdida Onde histórias criam vida. Descubra agora