Prólogo

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"Vamos venha comigo você não vai ter medo de me seguir" disse o garoto vestido de branco e sorrindo para mim.
Ele me pareceu familiar, apesar de todas as figuras desformes que envolviam o seu angelical rosto de garoto sonhador.
"Eu...eu não sei" falei por fim, com um certo no na minha garganta.
Ele ignorou monjas palavras e estendeu sua mão para que eu a segurasse e o seguisse.
"Vamos! Não tenho tempo! Aliás,nós não temos tempo!"
Sua voz parecia mais urgente do que antes. O rapaz de branco olhou para trás repetidamente, e assim o fez o tempo todo que estava me chamando.
Eu continuei a negar é um clarão se aproximou de Meus olhos me cegando por completo.
Acordei  em meu quarto, eu estava ofegante, me sentei rapidamente na cama de madeira antiga que já fora de minha mãe. Dobrei Meus joelhos em direção ao queixo, abraçando-os e fechei os olhos. Calafrios subiam e desciam por minha espinha, como se algo quisesse sair ai, apertei os olhos com mais violência e decidi por fim abrir e contemplar o quarto, como se no fundo eu esperasse que o garoto vestido de branco fosse me estender a mão e me chamar para algum lugar desconhecido. Olhei através da penumbra do meu abajur quebrado e abalizei cada detalhe do cômodo como se estivesse com medo que a qualquer momento algo mudasse de lugar. No criado mudo onde repousava o velho abajur azul quebrado, com a toalha de crochê de sempre. Puxei a coberta e olhei, peça por peça: guarda roupas, urso de pelúcia, janela, tudo em seus conformes. Me estiquei na cama e puxei o cobertor até as orelhas e tentei acalmar a minha respiração. Outro sonho, outro sonho repetido, pela sétima noite seguida.

Alice e Alissia em um país sem maravilhasOnde histórias criam vida. Descubra agora