{Não revi.
Leiam a nota final por favor.}
Observei o seu corpo e todos os movimentos que o mesmo fazia enquanto, com dificuldade, subia pelo andaime, até chegar ao pé de mim.
"Como te chamas?" - perguntou, querendo saber de mais, a meu ver.
Quando se apercebeu que eu não estava com intenções de responder, adiantou-se, esticando a sua mão direita na minha direção- "Eu sou o Luke. "
Baixei o meu rosto, alternando algumas vez o meu olhar entre a sua mão estendida e a sua expressão expectante.
"Luke, desafio-te. "-Pronunciei e, propositadamente, fiquei em silêncio, analisando o seu rosto, que logo tomou uma expressão confusa. A sua mão, que outrora estava estendida na minha direcção, recuou até ficar caída ao lado do seu corpo.
" Desafias-me? A fazer o quê? "
Aproximei - me o mais que podia da borda daquele piso temporário, olhando seguidamente para o espaço vazio que tinha diante de mim. Dei balanço, com o meu corpo e com uma pequena corrida, impulsionando-me para a frente.
Aquele sentimento de queda apoderou-se do meu corpo, sendo este logo preenchido por uma onda de adrenalina que despertava em mim todos os sentimentos negativos e positivos possíveis.
Um piso. E os meus pés mal embateram no pavimento, uma vez que fiz o meu corpo rebolar no chão para evitar uma eventual fratura. Ao contrário do local onde me encontrava anteriormente, este andar do edifício em obras encontrava-se com escassa luminosidade, pelo que a única luz que recebia, vinha do buraco que me separava de Luke.
Aproximei-me e pude vê-lo, lá em cima. Mal lhe conseguia ver o rosto, uma vez que a luz do dia embatia nas suas costas, mas conseguia perceber que o seu corpo se encontrava tenso, e abanava-se de um lado para o outro, certamente à procura do meu.
Assim que soube que ele me tinha visto, sorri vitoriosamente mas, ao contrário do que esperava que ele fosse fazer (desistir, obviamente), o rapaz rodou a cabeça, no que me pareceu ser uma análise rápida do espaço envolvente e, quando eu já me preparava para lhe gritar para que parasse, uma voz bem mais alta e rouca fê-lo por mim:
"Hey! Quem és tu? "- Ashton. Provavelmente, no piso acima do meu, de frente para Luke, exceptuando o grande buraco que os separa.
Não podia dizer que o Luke aparentava estar com medo, mas não parecia sentir-se, de todo, confortável com a situação. Vi-me obrigada a interromper a tensão e curiosidade por parte do Ash, subindo por umas escadas de emergência que se encontravam do lado oposto do andar.
"Ele está comigo. "- Os seus rostos viraram na minha direcção, tirando Luke, que já se encontrava a encarar-me atentamente.
Às vezes, não entendia certas atitudes de Ashton. Como agora, por exemplo. Ele estava a tentar mostrar-se dono do espaço, mantendo a expressão e postura de um rufia quando, na verdade, este nem é um local onde costumamos estar. De um certo modo, porém, não consigo deixar de entender: todos nos conhecemos uns aos outros por aqui. São sempre as mesmas caras, os mesmos grupos, as mesmas pessoas. Aparecer por aqui um forasteiro deixa-nos sempre todos alerta, e este caso não foi uma excepção.
"Sou o Luke"- O loiro pronunciou, talvez observando os olhares mortíferos e desafiadores trocados entre mim e Ashton, e tentando suavizar o ambiente, com a resposta à pergunta inicialmente feita pelo meu irmão. Este, por outro lado, nem se limitou a responder ou encarar Luke, optando por lhe ignorar.
Eu olhei para Michael e Calum, que se encontravam, de início, com o mesmo ar de Ashton-como se não passassem dos seus capangas-, mas que agora se encontravam muito mais calmos, embora permanecessem em silêncio. O meu olhar transmitia súplica a ambos, e soube que ambos tinham percebido o recado quando Michael pousou a sua mão no ombro do rapaz, e Calum sugeriu que fossem embora.
