47| Minha mulher é maluca.

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        A PORTA DA FRENTE foi destrancada, a maçaneta abaixou e, em seguida, a porta se abriu, revelando minha mulher e o homem de Laís

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        A PORTA DA FRENTE foi destrancada, a maçaneta abaixou e, em seguida, a porta se abriu, revelando minha mulher e o homem de Laís.

Ambos olharam para nós, que esperávamos ansiosamente. Laís se endireitou no sofá quando Raphael abriu um sorriso largo ao vê-la.

Remi caminhou em minha direção com a tranquilidade de quem domina cada passo. Quando se aproximou, encostou nossos lábios de forma calma, quase preguiçosa, mas intensa o suficiente para me arrepiar.

Sorri quando ela se afastou, saboreando aquele momento. Ela sequer hesitou, sem se importar com o fato de que Raphael e Laís estavam observando.

Os dois riram baixo, e eu sabia exatamente o que havia passado por suas cabeças naquele instante. "Finalmente."

— Tudo bem? — Perguntei, analisando seu rosto em busca de qualquer sinal de tensão.

— Sim, apenas cansada. — Respondeu, sentando-se em meu colo de lado, deslizando os dedos pelo meu braço de maneira distraída.

— Eu que enterrei cinco corpos sozinho e você que está cansada? — A voz de Raphael irrompeu cheia de indignação, fazendo Laís revirar os olhos ao seu lado.

Remi lançou um olhar preguiçoso para ele antes de responder com a maior naturalidade do mundo.

— Claro.

Raphael soltou um suspiro exasperado, passando a mão pelo rosto, mas um sorriso despontava no canto de seus lábios.

— Você é impossível.

— Eu sei. — Ela piscou para ele, antes de se virar novamente para mim.

Seu olhar encontrou o meu e, por um momento, o mundo ao nosso redor desapareceu. Havia algo ali, uma chama que nunca se apagava, uma promessa silenciosa entre nós dois.

Puxei-a pela cintura, trazendo-a para mais perto. — Vai me contar o que aconteceu?

Remi suspirou, inclinando a cabeça levemente para o lado. — Hector, o que não era nenhuma novidade, mandou seus capangas me matarem. Os quatro morreram com verdades inegáveis. Fiz com que o Baralho soubesse que eu não me suicidei. Ele saiu manco. Nada demais.

Minha expressão se manteve neutra, mas meus dedos apertaram um pouco mais sua cintura. — Nada demais?

— Nada que eu não pudesse resolver. — Ela deu de ombros, como se tivesse apenas lidado com um contratempo banal.

— Esqueceu da parte que te fiz dançar em cima do túmulo de uma pessoa que morreu em 2001 e que te fiz correr igual ao Flash por causa de um cachorro.

Remi, dançando em cima de um túmulo com o Raphael? Isso é novidade.

— Ele era um monstro! — Protestou Remi, cruzando os braços.

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⏰ Última atualização: 14 hours ago ⏰

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