𝐀 𝐥𝐨𝐨𝐩𝐡𝐨𝐥𝐞 𝐢𝐧 𝐦𝐚𝐠𝐢𝐜 - Daughter of the Devil

"You are not him"

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O Inferno era um lugar sufocante, envolto em sombras vivas que dançavam ao redor dos gritos distantes dos condenados. No centro de tudo, o trono de Crowley se erguia sobre um piso de pedra negra, um monumento ao orgulho do Rei dos Cruzamentos. Era um assento de poder, de controle. Mas naquele momento, alguém já o ocupava.

Freya estava sentada ali, uma perna jogada displicentemente sobre o braço do trono, o queixo apoiado na palma da mão. Seus olhos, um brilho profundo de escarlate, observavam os demônios que se moviam inquietos ao seu redor. Sua energia rubra, caótica e pulsante, tremeluzia nas pontas dos dedos, iluminando as paredes com tons carmesim.

Então, as portas do salão se abriram.

Crowley entrou como se fosse dono do lugar – porque, tecnicamente, era. Sua presença era carregada de arrogância, um sorriso entediado nos lábios enquanto ajustava o terno impecável. Dois demônios o escoltavam, protegendo-o como cães de guarda.

— E quem te deu permissão pra sentar no MEU trono, querida? — a voz de Crowley veio carregada de sarcasmo, mas seus olhos estreitaram ao notar o brilho cruel no olhar dela.

Freya sorriu devagar.

— Ah, então o rato finalmente aparece. — Ela ergueu um dedo, e a massa vermelha de energia crepitou ao seu redor. — Sabia que ia demorar, mas nem tanto.

Crowley soltou um suspiro exagerado e fez um gesto para os demônios.

— Matem-na.

Os dois avançaram, garras afiadas como lâminas prontas para despedaçá-la. Mas antes que pudessem dar um passo, a energia vermelha de Freya se esticou como tentáculos afiados, rasgando o ar com uma explosão brutal.

Os corpos dos demônios foram partidos em pedaços antes que pudessem gritar. Sangue negro espirrou pelo salão.

O sorriso de Crowley desapareceu.

— Que falta de hospitalidade...

Freya se levantou lentamente do trono, descendo os degraus com calma predatória.

— Eu sou a hospitalidade. — Seus olhos brilharam em escarlate.

E então ela atacou.

Crowley ergueu a mão e, num piscar de olhos, o inferno tremeu. Ele não era fraco. O Rei dos Cruzamentos desapareceu em fumaça negra e reapareceu atrás dela, desferindo um golpe com poder demoníaco bruto.

Freya girou, bloqueando o impacto com um escudo de energia vermelha. A força da colisão explodiu o chão sob seus pés, rachando as pedras.

Crowley rosnou e lançou um ataque em sequência — telecinese esmagadora, rajadas de energia sombria. Mas Freya era rápida. Suas mãos se moveram com precisão, desviando cada golpe com a energia carmesim, como uma dançarina manipulando os fios do destino.

Ela deu um passo à frente e girou o corpo, disparando uma onda de magia vermelha como um chicote flamejante. Crowley tentou se desviar, mas a lâmina etérea atingiu seu ombro, rasgando o tecido do terno e queimando sua pele como ácido.

Ele rugiu, desaparecendo e reaparecendo acima dela, conjurando uma rajada negra de pura destruição.

Freya ergueu ambas as mãos, e a energia rubra se expandiu em um escudo esférico ao seu redor. O impacto fez o inferno inteiro vibrar, derrubando demônios nas proximidades.

— Você só fala, fala e fala... — Freya sussurrou, antes de agarrar o ar com os dedos.

A energia ao seu redor se condensou, e num instante, Crowley foi puxado violentamente do espaço onde estava. Ele voou em sua direção, colidindo contra o chão com um baque brutal.