~ PROLOGUE;
O Coração da Nefilim - 1748 D.C.
A noite era envolta por um silêncio quase sufocante, quebrado apenas pelo sussurro da natureza ao vento. O céu cinzento parecia refletir os olhos negros e vazios daquele que muitos chamavam de demônio. O aroma frio do inverno pairava no ar, como um prelúdio sombrio de algo maior e inevitável. Na penumbra, o sorriso cruel da mulher loira pairava como uma promessa velada de escolhas difíceis e consequências amargas.
Dentro da casa, a jovem Eleanor, ou Elly, permanecia encolhida em sua cama, os cabelos castanhos espalhados sobre o travesseiro como um halo em desordem. Apesar de sua aparência delicada, havia algo de sobrenatural em seus olhos, um brilho contido que traía a força incomum que carregava em seu sangue. Ela era uma nefilim, uma descendente de anjos e humanos, destinada a um destino que mal começava a compreender.
- Mãe! - o grito de Elly ecoou pelo quarto, carregado de medo e angústia.
Flora, sua mãe, entrou apressada, seus olhos traindo uma tristeza que palavras jamais poderiam traduzir. Elly estava aterrorizada, agarrando as cobertas com força, como se o tecido pudesse protegê-la do perigo que se aproximava. Antes que Flora pudesse responder, a porta foi violentamente aberta.
Michael, o pai de Flora e avô de Elly, adentrou o quarto com passos firmes e imponentes, acompanhado por quatro guardas armados. Seus olhos eram frios e calculistas, uma combinação de autoridade e crueldade que fazia até o mais corajoso estremecer. Ele estava ali para buscar a menina, e sua determinação era inabalável.
Elly olhou para Flora com um misto de súplica e esperança, acreditando que sua mãe a protegeria. Mas Flora, em silêncio, segurou a pequena mão de sua filha e colocou nela um colar reluzente, um artefato precioso que passava de geração em geração na família.
- Você sabe que não pode me enfrentar, Flora, - declarou Michael, sua voz carregada de um tom que oscilava entre o desprezo e a exasperação.
Flora hesitou, mas logo sua expressão endureceu. Segurando o rosto de Elly com delicadeza, ela sussurrou:
- Lembre-se, minha filha: sua sobrevivência depende de lutar. Encontre o arcanjo Gabriel. Ele saberá o que fazer.Elly, com os olhos marejados, assentiu em silêncio. Não havia espaço para recusas. Flora, então, beijou delicadamente os cabelos da menina, sussurrando palavras em um idioma antigo, carregadas de magia.
Enquanto Michael observava impaciente, Flora ergueu a cabeça e lançou um olhar desafiador ao pai. Em resposta, Michael sorriu de canto, debochado, como se já esperasse aquele ato de resistência.
- Já basta, Flora, - ele murmurou, estalando os dedos.
O gesto desencadeou uma reação imediata. Elly soltou um grito que pareceu rasgar o ar, uma manifestação de poder tão intensa que o chão tremeu e o quarto vibrou. Seus olhos adquiriram um brilho azul cintilante, enquanto ela segurava o colar com força. O ar parecia mais denso, carregado de energia, e os guardas deram um passo para trás, hesitantes.
Michael observava com atenção, intrigado pela força da neta. Mesmo com sua magia, sentia a intensidade do poder que emanava da criança.
- Eu vou pegá-la, Elly. Não há nada que você possa fazer para impedir, - disse ele, a voz carregada de ameaça.Elly ergueu o olhar para o avô, o medo substituído por uma determinação feroz.
- E eu não vou deixá-lo, - respondeu ela, estendendo a mão em sua direção.O colar pendia de seus dedos, brilhando como um símbolo de sua linhagem e poder.
Irritado com a ousadia da neta, Michael levantou a mão e estalou os dedos mais uma vez. Dessa vez, Elly caiu adormecida de imediato, seus pequenos dedos ainda agarrando o colar. Flora tentou avançar, mas Michael levantou um olhar que a silenciou.
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𝐀 𝐥𝐨𝐨𝐩𝐡𝐨𝐥𝐞 𝐢𝐧 𝐦𝐚𝐠𝐢𝐜 - Daughter of the Devil
Novela Juvenil. . . . < 𝐄𝐋𝐋𝐘-𝐌.𝐖; Fic; (É uma fanfic) ~ Elly Mikaelson passou dois séculos aprisionada em uma urna, amaldiçoada pelo próprio destino. Filha de Lúcifer e herdeira de um poder capaz de devastar o universo, ela deveria ser uma arma-mas encontr...