𝑬𝒏𝒆𝒎𝒚 𝒍𝒐𝒗𝒆 - 𝑹𝒆𝒏𝒆𝒔𝒍𝒆𝒄

𝟐𝟖

Renesmee

Nossa rotina de estudos e pequenas escapadas com Alec havia voltado ao normal. Estávamos em Port Angeles novamente. Dessa vez, Jane ia encontrar uma amiga enquanto Alec e eu assistiríamos a um filme.

— Se precisar de algo, me liga — Alec disse de forma protetora para Jane, do lado de fora do carro.

— Tudo bem, só não me esqueçam aqui — ela respondeu com um sorriso brincalhão.

Nós dois rimos e concordamos.

— E nada de engravidar uma humana, hein? — acrescentei com um tom zombeteiro.

Nós três gargalhamos antes de nos despedirmos de Jane, que seguiu em direção à casa de Jade. Assim que ela entrou, Alec e eu partimos para o cinema.

— Então, como convenceu sua família a deixar você vir? — Alec perguntou, mantendo os olhos na estrada.

— Bom... eu menti que ia fazer compras com Jane — admiti, dando de ombros. — Mas, obviamente, Alice sabe a verdade.

— E seu pai? Digo... ele pode ler os pensamentos dela.

Soltei um suspiro, já tendo pensado nisso.

— Alice é esperta. Não vai deixar ele descobrir.

Ou pelo menos, era o que eu esperava. Contava que ela soubesse esconder essa informação muito bem.

Quando chegamos ao cinema, Alec saiu do carro e, com um gesto cavalheiro, abriu a porta para mim.

— Muito obrigada, senhor Beaubier — brinquei, sorrindo ao vê-lo rir.

— De nada, my lady.

Entramos no cinema, e Alec comprou os ingressos. Assim que peguei o bilhete, não pude evitar um riso irônico.

— Nosferatu? Sério? — perguntei, levantando uma sobrancelha enquanto caminhávamos até a sala.

— Parece estranho, eu sei — ele respondeu, divertido. — Mas já assisti todas as versões.

Gargalhei.

— Você é realmente peculiar, Alec.

Ele apenas sorriu de canto, e entramos na sala de exibição.

A sala de cinema estava quase vazia, o que não era uma surpresa. Afinal, não era todo mundo que se interessava por um clássico como Nosferatu. Alec escolheu dois assentos no fundo, longe das poucas pessoas que estavam ali.

— Sempre no fundo? — provoquei enquanto me acomodava.

— Velhos hábitos — ele respondeu, dando de ombros.

O filme começou, e a tela logo se encheu com as imagens sombrias do conde Orlok. Olhei para Alec de canto de olho, tentando imaginar o que se passava pela sua mente. Era engraçado assistir um filme sobre vampiros ao lado de um verdadeiro.

— Você tá rindo de quê? — ele sussurrou sem desviar os olhos da tela.

— Só imaginando como deve ser ver isso da sua perspectiva.

Ele sorriu de canto.

— Cômico, na maior parte do tempo. Mas tenho que admitir, algumas cenas capturam bem o clima sombrio da época.

Voltamos a assistir ao filme, e, sem perceber, acabei me aconchegando um pouco mais perto dele. Alec não recuou. Pelo contrário, sua presença era quase reconfortante. Ele parecia à vontade, embora eu soubesse que sempre estava atento a tudo ao redor.

Quando o filme terminou e as luzes começaram a acender, alonguei-me no assento.

— Admito, foi uma boa escolha.