𝟐𝟗

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Jane

Depois que Alec e Renesmee foram embora, caminhei até a entrada da casa de Jade. Assim que toquei a campainha, ouvi passos rápidos. Não demorou muito para que a porta se abrisse, revelando Jade com um sorriso encantador.

— Jane, você veio mesmo!

Ela usava uma calça listrada e uma blusa de uma banda que eu não conhecia.

— Você pediu, e eu vim — respondi.

Jade abriu passagem para que eu entrasse. Sua casa era bonita e moderna, com paredes cinza e alguns móveis mais tradicionais.

— Achei que fosse me avisar antes de vir.

— Você só me deixou o endereço.

Nós rimos.

— Certo, está com fome? — perguntou enquanto caminhava até a cozinha.

— Não, obrigada. Já comi antes de vir.

Ela deu de ombros e continuou degustando um sanduíche de peru. Fiquei observando-a comer.

— Tem certeza que não quer? — perguntou, apontando o sanduíche para mim.

— Certeza.

Enquanto isso, olhei ao redor e ouvi um barulho vindo do andar de cima.

— Você mora com alguém?

— Sim, o Nicky. Ele é um intercambista do Brasil.

Assenti e, antes que eu percebesse, Jade segurou minha mão e me puxou escada acima até seu quarto. O cômodo era pintado de roxo e decorado com pôsteres e instrumentos espalhados pelo chão.

— Não repara na bagunça — ela disse, rindo. — Passei a noite inteira tentando compor uma música nova e acabei virando um bicho.

Sorri ao ouvir sua explicação.

— E conseguiu alguma coisa?

Jade suspirou e se jogou na cama, encarando o teto.

— Algumas ideias soltas, nada concreto ainda. Parece que minha inspiração resolveu tirar férias.

Me sentei na beira da cama e observei um dos cadernos abertos sobre o chão. Nele, havia rabiscos de frases, pequenos trechos de letras inacabadas e acordes anotados ao lado.

— Posso ver? — perguntei.

— Claro — ela respondeu, se virando de lado para me observar.

Peguei o caderno e comecei a ler. Algumas frases pareciam bem profundas, carregadas de sentimentos. Olhei para Jade com curiosidade.

— Sobre o que exatamente você está escrevendo?

Ela hesitou por um momento, mordendo o lábio.

— Sabe quando você sente algo por alguém, mas não tem certeza se a pessoa sente o mesmo?

Concordei, mas mantive a expressão neutra.

— Sei.

— Então... É meio que sobre isso.

Houve um breve silêncio entre nós. Podia sentir Jade me observando, como se esperasse uma resposta que eu não sabia bem como dar.

— Acho que você deveria continuar essa letra — falei, tentando parecer tranquila. — Está ficando muito boa.

Jade sorriu, mas seus olhos ainda me estudavam atentamente.

— Você quer me ajudar?

Pisquei, surpresa.

𝑬𝒏𝒆𝒎𝒚 𝒍𝒐𝒗𝒆 - 𝑹𝒆𝒏𝒆𝒔𝒍𝒆𝒄Onde histórias criam vida. Descubra agora