Capítulo 1:Perdida.

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PS: Minha primeira fic! Espero de verdade que gostem tanto quanto eu gosto de escrevê-la. Boa leitura ;)

Estou exausta,minha barriga da sinais de vida e minha garganta clama por uma gota de água. Esses monstros não cansam, não param e não respiram.

Tem muito tempo que isso começou, não consegui contar os dias. Só sei que não tem como parar.São cadáveres para todo lado.Homens e mulheres,nem as indefesas crianças foram esquecidas. Esses dias encontrei uma,estava se alimentando de um cachorro.Pobre animal,assim que a epidemia começou, as pessoas corriam e se escondiam e os animais ficavam a própria sorte.

Já está anoitecendo preciso me livrar desses monstros e achar um lugar seguro para passar a noite.Avistei um galpão, acho que é uma oficina. Isso não importa, o que importa é que esteja vazio. Criei forças e corri até lá,despistando os bichos que me seguiam. Abri a porta muito surrateiramente e espiei lá dentro.Sim é uma oficina e parece ter sido abandonada a pouco tempo.Talvez um infeliz como eu tenha a achado e passou a noite.Fecho a porta atrás de mim e vou caminhando calmamente, porém tremendo. Olhei tudo e constatei que não havia ninguém,só as ferramentas. Havia uma pequena geladeira localizada ao lado do balcão. Não esperei nem mais um minuto, abri a porta e um sorriso apoderou-se de mim.Havia restos de um sanduíche que agora encontrava-se mofado, e uma lata de ervilhas. Não entendo como alguém tem ervilhas em uma oficina,talvez a última pessoa na qual estivera aqui,tenha tido a bondade de deixá-la para trás. Simplesmente procurei uma chave de fenda e forcei o centro da lata.Em questões de segundos já estava devorando aquelas pequenas bolinhas verdes com voracidade.Após o pequeno lanche,procuro um lugar para me deitar. Desde que isso começou,nunca mais consegui dormir direito.Tenho medo de fechar meus olhos e os monstros me acharem; tenho medo de não acordar de novo; medo dos pesadelos que me perseguem.

Olhei ao meu redor e não havia nada que servisse para eu me deitar.

-Estamos em uma oficina May. - falei em voz alta.

Havia um carro parado com o capô aberto.Entrei no carro e fechei as portas deitando-me sobre o banco trazeiro.Olhei para o teto cinzento do carro a acabei por adormecer.
Acordei com um barulho na porta,fiquei com tanto medo que não consegui me mexer.Meu sangue gelou,parecia não correr mais em minhas veias.
Silenciosamente me levantei e espiei pelo vidro traseiro do carro. Não havia nada nem ninguém. Suspirei de alívio e me deitei de novo,mas dessa vez mal dormi,simplesmente cochilei.Acordei com raios solares no meu rosto.Abri lentamente os olhos, tentando me acostumar com a claridade.Levantei e desci do carro olhando em volta a procura de alguma coisa.Olhei para o carro e tive a brilhante ideia de sair daqui,dirigindo. Antes do caos começar,cheguei a aprender o básico com meu pai.Olhei o painel a procura das chaves e elas estavam ali sorrindo para mim.Me sentei no banco do motorista e liguei o carro.Ele não quis pegar, acho que está sem gasolina.Sai do carro a procura de um galão de gasolina,abri os armários e encontrei uma quantidade satisfatória. Coloquei e abaixei o capô. Entrei dentro do carro e ele morreu pelo menos mais duas vezes até pegar.Nem me dei o trabalho de abrir o portão,acelerei e passei por cima do portão de ferro.O dia estava bom,ensolarado como sempre.O barulho do carro chamou atenção dos monstros,mas eu estava inalcançável com a velocidade em que corria.Passei por umas casas e parei em quase todas para ver se tinha a sorte de recolher suprimentos. Parei em umas nove ou dez casas, cinco ainda tinham comida.As outras quatro só tinham mortos-vivos.

Já está quase anoitecendo, acho melhor começar a me recolher. Estacionei o carro em uma garagem aberta, a casa ficava em um tipo de centro comercial.Aproveitando os poucos raios solares que ainda brilhavam,entrei surrateiramente na casa azul claro e com olhos atentos vasculhei a casa a procura de algo indesejável. Felizmente nada havia lá dentro. Entrei e fechei a porta da sala colocando o sofá branco em sua frente,bloqueando a entrada ou saída de qualquer coisa humana... Ou quase isso.

Fechei todas as janelas e cortinas, impedindo que qualquer luz entrasse.

Feito isso resolvi andar um pouco pela casa e observar.Essa casa que será meu novo lar pelos próximos 3 dias.

A casa era dividida em dois andares.Na parte de cima só se encontrava quatro quartos um banheiro e um escritório. Na parede entre um quarto e o outro havia uma foto de uma família, duas mulheres com um casal de crianças.Uma família realmente linda,pena que provavelmente não estam mais aqui.Aquela foto me fez pensar em minha família, mas espantei esse pensamento obscuro. Sai de lá o mais rápido possível e quando vi,estava dentro do quarto de um menininho. Provavelmente esse quarto é do garotinho da foto. O quarto branco com móveis em bege e a decoração de barcos.O quarto não parecia ter sido feito para uma criança grande,e sim para uma de no mínimo uns quatro,cinco anos.

Sem perceber minha blusa estava encharcada de lágrimas que desciam vagarosamente pelo meu rosto.Não percebi quando comecei a chorar, mas sei que era um choro sentido, deseperado... Como se nada o fizesse parar.Deitei-me no tapete azul e ali chorei tudo o que podia e o que não podia.

Acordei assustada olhando para os lados e sem enxergar nada.Estava tudo escuro,um breu.Dormi e esqueci da minha vida... Se é que ainda posso chamá-la assim.Levantei com um pouco de dificuldade e fui tateando a parede e os móveis até achar a porta.Assim que a encontrei, abri e fui me guiando pela parede até as escadas.Desci com dificuldade, mas logo fui me localizando. Encontrei minha mochila e de lá tirei uma lanterna qua havia achado em uma das casa durante a viagem. Acendi mas logo a desliguei.Só a liguei para pegar umas velas brancas.Acendi três velas no chão. Com sua cera as prendi em pratos de plástico que havia pego em uma das minhas "visitas" ,logo tratei de por cobertas nas janelas para que as luzes não ficassem evidentes do lado de fora.

Reparei que minha barriga roncava. Peguei em um prato que contia vela e fui até a cozinha.Pousei o prato em cima do balcão de mármore e fui abrir os armários de madeira.Ainda tinhas algumas coisas, poucas ,mas tinham.Como por exemplo um enlatado de salsichas,e um pote de maionese. Perfeito,esse será meu jantar.Em tempos normais esse com certeza não seria,mas como nada mais no mundo está normal,não vejo problema.

Até acho que sou bem forte.Nos primeiros dias eu tive que aprender a lidar com isso tudo,me pegava chorando dentro de um carro,lixeiras,ou com pessoas que me acolheram... Mas que depois simplesmente morreram. Estava me sentindo mal,não pude ajudá-los,me culpo sempre e acho que sempre me culparei.Só espero poder ajudar pessoas desconhecidas assim como Jasmine e Ed me ajudaram.Que eles estejam bem onde estiverem.

Faço um sinal de cruz e depois volto a sala. Devoro as salsichas e fico lendo sinopses de alguns filmes que estavam no móvel da sala. Não recordo quando peguei no sono,só sei que me senti um pouco aliviada quando fechei os olhos.Ou talvez não...

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