Capítulo 17: Será que é confiável?

158 8 3
                                    

Algum tempo depois...

Estamos andando já tem semanas. Beth morreu. Tyreese morreu. Temos uma nova pessoa na grupo: Noah.
Sem água ou comida, sem abrigo e as munições estam acabando. Não sei o que vai ser de nós.

"May, pode vir aqui um segundo?"- o asiático me chama, apresso o passo e me aproximo dele.-" Maggie está muito estranha, está sofrendo em silêncio. Como você já passou por isso, com as crianças, talvez possa ajudá-la."

Ele estava realmente preocupado com ela, nunca o vi assim. Seu rosto demostra cansaço e fracasso por uma tentativa frustada de comunicação .

Acenei confirmando que tentaria me comunicar com ela. Não sei como farei isso, por que eu também não estou falando, como já disse, não tenho nada para falar. Depois de saber que Beth estava viva, fiquei tão contente por saber que minha amiga estava bem , mas quando vi seu corpo sendo carregado, uma dor, mais uma, se instalou dentro do meu peito. Quando soube de Tyresse, parecia não caber mais dor, parecia que eu era a dor.

Me aproximei e fiquei andando ao seu lado. Ela me olhou e sorriu voltando sua atenção pra a estrada. Não sabia o que fazer, como amenizar sua dor, então eu fiz. Fiz uma coisa que ameniza dor alguma, que faz a pessoa se sentir protegida e amparada, eu a abracei com todo meu amor. Ela se surpreendeu, mas retribuiu na mesmo intensidade. Senti algo molhado em meu ombro, pequena gotas de água caiam de seus olhos. Passei minha mão em movimentos circulares por suas costas, e com o tempo ela foi se acalmando. Ela se separou de mim, e sorriu com o rosto vermelho. Limpei suas lágrimas, e quando olhamos em volta, todos haviam parado de andar para nos olhar. Mas logo voltamos a caminhar. Glenn me agradeceu e voltou para perto dela.
Eu estava atrás do grupo, a última, para variar. Nessas últimas semanas, eu e o Carl não brigamos, na verdade nem nos falamos, o que é estranho. Ele não reclama mais comigo, não fala mais comigo. Só fica com a bebê e com a Michonne, nem com o pai ele está falando. Agora ele está com a Judith, como todo o caminho. Me aproximo dele e toco em seu ombro, o mesmo se vira para mim. Sua expressão serena e um pouco cansada, é uma das coisas mais intrigantes que já vi.

"O que foi?"- pergunta calmo e sereno.

Neguei com a cabeça e olhei para a pequena criança que estava me olhando também. Ele continuou me encarando e quando eu o olhei, ele desviou o olhar, e sua bochecha ganhou um tom rosado. Achei engraçado, e isso me fez soltar um riso abafado pelo nariz. O olhei pedindo permissão para pegar a bebê, e o mesmo só me entregou. Quando peguei a bebê, notei ele respirando em alívio, e mais uma vez sorri. Ajustei Judith em minha cintura ( quando carrega o bebê apoiado a sua cintura, com as perninhas abertas, modo muito comum nos EUA, foto de exemplo na multimídia), e continuamos a andar, mas dessa vez eu estava acompanhada por duas pessoas. Uma horda enorme de monstros apareceu, mas não tínhamos munição o suficiente e isso poderia atrair todos. Rick mandou todos atacarem em silêncio e com facas. Eu fiquei para trás com Judith e com o Carl. Tudo estava saindo como combinado, se não fosse por um pequeno surto que a Sasha teve. Em vez de usar a faca, ela usou a arma e isso atraiu os monstros para cima de todo o pessoal. Felizmente todos saíram bem e ilesos, mas parece que Sasha continuava desnorteada. Continuamos nossa longa caminhada. Um monte de garrafas de água e um bilhete no meio da estrada, chamaram nossa atenção. A sede era tanta que tive que olhar para o outro lado na tentativa de me conter. Parece que eu não era a única, um homem, Eugene, que fingiu saber a cura para isso, se aproximou e pegou uma garrafa. Mas logo tiraram dele. Rick leu o bilhete, cujo o mesmo parecia saber tudo sobre nosso grupo. Rick olhou em volta desconfiado e receoso de quem poderia ser. Senti algo molhado cair na minha testa, e logo o nariz da bebê parecia ter virado uma pequena cachoeira. Estava chovendo, bastante até. Carl tirou seu chapéu e protegeu a cabeça da irmã, e eu logo com uma mão consegui tirar o meu casaco, que achei em uma das estadias com Carol e Tyreese, da cintura e cobri o corpinho da pequena criança. Daryl apareceu dizendo que achou um lugar que dava para se proteger. Todos nós fomos atrás de Daryl, que nos mostrou um celeiro enorme. Entramos e logo as portas foram fechadas. Tirei meu casaco do corpinho da bebê, para evitar uma gripe, e o coloquei em um canto do celeiro. O pessoal começou a arrumar suas coisas pelo celeiro e eu só observava. Rick apareceu e eu entreguei Judith a ele e fui arrumar minhas coisas, ao lado das coisas do Glenn. Depois de só largar minha mochila ao lado da dele, eu fui andar pelo "grande" celeiro. Era um celeiro comum, com divisões pertencentes aos cavalos, havia um troféu escrito o nome de um homem e a data do prêmio.

The Walking Dead:Um novo mundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora