Capítulo 3 - Novos Pesadelos

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O coração de Thiago, que já estava acelerado, disparou. Ele fechou as pernas imediatamente. Sentiu medo. Remorso. Arrependimento.

Estava dentro da casa da mulher, sabia de sua presença ali, até gostava dela, como poderia ter sido tão estúpido? Como poderia ter deixado se levar daquela maneira pelo desejo, ter permitido ser tocado daquela forma, naquele horário, pelo esposo de Sara, enquanto essa estava na cozinha?

O jovem apenas olhava para a cara de Sara apavorado, tremendo.

Mas a fisionomia de Sara era estranhamente tranquila.

- E então, meninos? Vamos almoçar?- ela insistiu serenamente.

- Com certeza. – Afirmou Hudson, com uma voz serena e confiante. - Levante-se, garoto. Desnutrido é que você não vai melhorar.

O homem maduro deu um leve tapa nas costas de Thiago, que permaneceu parado, sentado, assustado.

Querendo chorar por dentro.

Como nem Sara, nem Hudson agiram estranhamente, ele torceu para que realmente ninguém tivesse percebido que ele estava com um volume indecente nas calças sentado naquela poltrona enquanto o anfitrião lhe massageava. E para tentar disfarçar, respirou fundo e disse:

- Eu estou um pouco tonto. Mas já vou.

Hudson fez uma fisionomia estranha, aparentemente sentiu-se culpado em ter dado ao rapaz bebida alcoólica e voltou até o jovem dizendo-lhe, olhando-o nos olhos:

- Está tudo bem?

- Sim, foi só uma tontura boba. Nada demais...

O almoço foi tranquilo.

Sara era realmente muito simpática, e falava muito, sempre sorridente, ao contrário dos homens da mesa.

Mas havia uma coisa que Thiago estranhou um pouco nela. Os assuntos que saiam da boca de Sara pareciam nunca emitir opinião sobre nada.

Ela parecia uma moça de telejornal que conta as notícias do dia, sorridentemente, mas apenas com informação: "semana que vem fará muito sol", "parece que atrasaram a reforma do hospital", "vou passar suas roupas mais claras somente amanhã, Thiago", mas nunca dizia o que achava a respeito de nada, parecia não querer discordar de algo, apenas obedecer.

Hudson por sua vez, ficou um bom tempo dentro de casa e depois voltou ao trabalho. Ele nitidamente só trabalhava quando bem entendia.

Com o passar do dia, caminhando mais uma vez pelo jardim da casa, Thiago tentou lembrar-se de mais coisas sobre o mundo e sobre si mesmo, entendeu que Hudson e Sara eram ricos e que viviam muito bem. Mas embora se lembrasse de pobreza e riqueza, não sabia dizer se ele mesmo era rico ou pobre... Ele sabia que não devia ser um grande peso para os anfitriões, mas ao mesmo tempo, mesmo desmemoriado, sentiu que não parecia muito comum para Thiago que pessoas ricas e relativamente jovens pudessem dar tanto cuidado a um desconhecido... A não ser que possivelmente quisessem algo dele...

"Como eu gostaria de me lembrar de algo..."- lamentava.

Quando Hudson chegou, aproximadamente às seis da noite, enquanto a noite começava a dominar o céu, Sara e Thiago estavam na sala sentados cada um em uma poltrona, lendo algo.

Sara se levantou sorridente ao vê-lo e o dono da casa a cumprimentou com um beijo em sua mão. Olhou para Thiago e lhe disse um "boa-noite" levemente sorridente. Em seguida, o executivo pegou um tablet que lhe foi entregue por Sara, sentou-se em uma poltrona e começou a manuseá-lo, concentrado, com um pé em cima do joelho, cruzando suas pernas de forma imponente e masculina.

O Dono da Casa (Romance Gay - desgustação)Where stories live. Discover now