Ao olhar pela fechadura, Thiago não conseguiu ver direito a mulher, que estava por baixo, aparentemente de bruços, sobre a cama.
Viu somente, e mesmo assim, muito mal, o belo corpo de Hudson, que se movimentava vigorosamente sobre ela, dominando-a.
Como estavam tendo uma relação, o jovem descartou enfim a hipótese deles serem irmãos. Eram provavelmente casados, ou mesmo namorados ou noivos. Nítido mesmo era o fato de que Hudson tinha um físico e uma atitude sexual invejável.
Ao observar a cena, Thiago teve mais uma ereção, e essa foi mais intensa e persistente que a anterior, praticamente ocupando todo o volume possível de sua cueca samba canção. Ao mesmo tempo, estranhamente, aquilo lhe fez suar e começar a tremer. Com receio de ser pego, o jovem resolveu se retirar do local, levantou-se e voltou para seu quarto.
Deitou-se em sua cama e, praticamente tendo esquecido o pesadelo, ficou imaginando por que sentia ao mesmo tempo tanta admiração e receio pela presença de Hudson. Tudo era um mistério em sua vida, como ainda haveria espaço para um sentimento tão estranho?
Ficou pensando se tinha ido até a fechadura ver a cena de sexo por simples curiosidade sexual ou se ele queria realmente ver Hudson nu? Estava ele desejando seu anfitrião?
Sara era linda, mas para Thiago, ao vê-lo de cuecas e depois sobre a mulher, sentiu que Hudson era, ao mesmo tempo, assustador e instigante, e talvez por isso mesmo, muito mais interessante.
Como se já não lhe bastassem todas as dificuldades que teria que enfrentar com a falta de memória e as razões de seu acidente... O jovem sentia algo muito intenso e estranho pelo dono da casa.
Levando-se em consideração que Sara era uma mulher aparentemente boa e atenciosa e que Hudson era um homem sério e frio, dias muito difíceis estariam por vir.
...
No outro dia, pela manhã, Thiago foi acordado pela luz do Sol entrando pelas belas cortinas do quarto. Ele esquecera de fechá-las adequadamente ao dormir.
A noite fora atribulada. Sonhou mais. Nesses novos sonhos, viu o corpo nu de Hudson em várias posições. E conseguiu tocar em sua pele firme e máscula. E quando fez isso, o jovem quase se desmanchou em gozo.
Acordado, sentia remorso por isso. Por tê-lo desejado tanto naquela noite. Ao se levantar, sentiu a cabeça pesada. Mas nada além do que acontecera nos últimos dois dias voltara a aparecer em sua mente.
Levantou-se para ir ao banheiro mais uma vez, e desejou, secretamente, que Hudson estivesse novamente seminu no corredor.
E o desejo secreto de Thiago se realizou, ao menos, parcialmente: embora ele não estivesse seminu, Hudson se encontrava no corredor, trajando elegantemente outro terno.
O atraente homem falou com sua voz grave, que às vezes soava como um trovão, por mais que tentasse fazê-la suave:
- Levantou cedo. Sente-se bem?
- S-sim. – Thiago sentiu até vergonha por sempre se encabular e gaguejar diante do dono da casa.
- Que bom, então te esperamos para o café.
O perfume de Hudson, era sofisticado, forte. Parecia ser um homem de mentira, parecia não ser real. Quando falava, usava poucas palavras e às vezes elas soavam estranhas para os ouvidos de Thiago.
Na mesa de café, os olhos de Thiago invariavelmente observavam os movimentos de Hudson com os talheres. As atitudes do homem maduro eram firmes, atraentes, másculas. Thiago o admirava e o invejava e de certa forma, e por mais que se sentisse culpado, o desejava.
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O Dono da Casa (Romance Gay - desgustação)
Misterio / SuspensoUm jovem rapaz é resgatado sem memória em um acidente. Ele é informado que fora socorrido por um misterioso casal e a partir do momento em que vai morar com eles enquanto se recupera, começa a sentir coisas muito estranhas quando está próximo ao don...