- Érico Zacarias Constantino?- Pergunto quando um homem nada mais nada menos que LINDO! Entra no meu escritório.
Ele parecia meio nervoso, e seus olhos corriam por todo o meu escritório como se esperasse que algo pulasse em cima dele.
- Sim, sou eu.- Seu olhar para em mim e ele sorri.- Como vai, Débora a Abóbora?
O que?
Ele acabou de... De me chamar de Abóbora?Ouço uma gargalhada explodir o escritório e encontro Ulysses, encostado no meu divã parecendo um tomate de tão vermelho. Olho de forma dura pra ele que para de rir.
- Hã... Eu vou bem. Trouxe o seu currículo?- Pergunto de jeito profissional. Vi que ele ficou meio confuso, mas logo me entregou.
- Fui secretário do prefeito da minha cidade. Organizando a agenda dele, atendendo telefonemas, mandando...- Ele tenta concluir mas o interrompo.
- Sei o papel de um secretário, senhor Constantino.- Falo, e algo me parece familiar...
Constantino?
Eu já ouvi esse sobrenome antes...
- É claro. Desculpe.- Ele diz, embaraçado.
Passo a mão pela testa de modo exasperado, e me olho por um espelho que se encontrava em cima da minha mesa. Eu estava acabada.
- Senhor Constantino, por favor me desculpe pela minha indelicadeza e espero que não leve pro lado pessoal.- Começo. Eu realmente não estava ali pra brincar.- Lidero uma das maiores empresas do país, meu tempo é precioso, poderia me dar um motivo sequer para contratá-lo?
- Sou muito competente. Não sou casado como viu. Muito menos tenho filhos... Isso faz com que eu possa me concentrar no trabalho e... - Ele tenta continuar mas o interrompo.
- Mas você sabe que nessa empresa, os que possuem família são mais beneficiados não é?- Falo e vejo que ele está meio pálido.- Não precisa responder a minha pergunta se quiser...
Ele me encara por uns segundos e logo dispara de uma vez:
- Tenho algo a oferecer a essa empresa, você vai poder colocar milhares de desafios ao redor de mim que e eu irei vencê-los. Trarei meu melhor, e se ele não for suficiente a senhorita pode me demitir e eu irei devolver todo dinheiro que ganhei aqui. Eu tenho esforço e capacidade para te dar. É esse é o motivo. Eu vou ser o cara mais competente desse lugar inteiro.
- Contratado.- Eu e Ulysses dizemos ao mesmo tempo.
Meu olhar se encontra com o de Uliie e ele boceja.
- Não acredito que você não se lembrou do neto do seu Jesino.
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- Cara... Eu não acredito que você não me contou antes!- Falo quando Constantino já tinha ido embora e somente eu e Ulysses estávamos na sala.
- Eu te falei que ia contar pra você se não o reconhecesse.- Ele diz com calma.
- Mas cara... Véi! Poxa!- Falo sem encontrar as palavras.- Você devia me fazer evitar os micos sabia?!
- Ah é? E por que?- Pergunta ele se aproximando de mim.- Por que sou seu anjo da guarda?!
Ele parecia furioso.
- Não, seu mané! É por que você é meu amigo! Se eu soubesse que poderia te salvar de um problema eu te salvaria! Não ficaria rindo da sua cara!- Falo e agora eu também estava furiosa.
Ele olha de forma raivosa pra mim.
E eu pra ele.- Sabe o que eu acho!?- Ele fala.- Que você fez o errado pedindo aquilo! Eu estava bem, sendo um anjo normal sem você me ver! Eu não quero ser diferente!- Ele fala e logo eu arregalo os olhos.
Ele nunca tinha falado isso. Nem nas nossas piores brigas... Ele deve estar com raiva de outra coisa.
- Ah é?! Pois então faça o seguinte, troque com outro anjo da guarda! Se você está tão incomodado, se retire da minha vida! Eu NÃO preciso de você!- Vou a passos largos até a minha cadeira e lá me sento.
O que eu estou falando? Eu preciso dele!
- Amanhã mesmo você terá um outro anjo da guarda! E eu não precisarei me preocupar com você... NUNCA MAIS!- Ele fala gritando e eu rio de ironia.
- Você nunca se preocupou mesmo! Só queria sobreviver ao seu emprego de segurança particular espiritual, pra depois me abandonar! SAI DAQUI!!!- Grito e as portas são abertas rapidamente.
- Senhorita Corrêa, algum problema?- Pergunta o chefe dos meus seguranças, invadindo o meu escritório.
- Não, senhor Santiago. Está tudo em ordem, só me exaltei em uma conversa pela webcam, sabe?- Olho pra aonde Ulysses estava e não o vejo mais lá.
Ótimo!
Suspiro e volto ao trabalho. Iria ver Ulysses de novo. Era só questão de "quando".
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Quando entrei em casa, após aquele longo dia de trabalho, tirei os saltos, tirei a linguinha do meu cabelo, lavei meu rosto e tomei um banho gelado.
Eu precisava me sentir confortável. Precisava.
Me arrastei até a cozinha aonde esperava poder fazer um pote bem grande de pipoca amanteigada.
Quando a pipoca começa a estourar, ouço um barulho atrás de mim e sorrio.
- Sabia que você ia voltar, Ulysses!- Me viro pra abraçar-lo, mas o que eu vejo não é o meu anjo da guarda.
Uma silhueta negra e encapuzada estava ao lado do meu microondas. Por baixo do seu capuz percebi um sorriso cheio de presas e dentro de sua boca que estava escancarada... Possuía sangue e ossos quebrados.
- AHHHHHH.- Grito, e a criatura avança sobre mim.
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Angels among us.
SpiritualOlá. Meu nome é Débora Corrêa. E eu acredito em Anjos. Você pode agora estar pensando: "Ah grande coisa! Todos acreditam em anjos!" É mas isso não muda a vida de ninguém, não tanto quanto mudou a minha pelo menos. Aos...