"Acredite e aja como se fosse impossível fracassar"
Charles Franklin Kettering- Acordaaaaaaaa! - Vai filha, levanta, você vai chegar atrasada! -Hoje é seu primeiro dia de aula, você não vai querer isso! -ahh manhé, ta cedo, só mais um pouco por favor?! - Não! Levante-se agora, você não vai querer ser o centro das atenções chegando atrasada no Primeiro dia de aula. -Se levarmos em consideração que é o meio do ano, não será meu primeiro dia de aula! -Se levarmos em consideração que nós acabamos de nos mudar, é seu primeiro dia sim! -Não precisa me deixar nervosa sabia? - Levanta logo e vai se arrumar. Diz e aumenta o volume do rádio afim de me fazer despertar de vez. -"Não sei por que você se foi, quantas saudades eu senti, de tristeza vou viver e aquele adeus não pude dar... Canta minha mãe na maior altura que pode e eu rebato: -Você que não me deixou dizer o adeus! -Se arruma logo e para de besteira! Tomei banho e como não tenho a farda ainda peguei a primeira roupa que vi, uma calça jeans azul escuro, uma blusa com manga curta branca com o desenho do pato Donald, tênis. Desci para tomar o café. Me despedi da minha mãe e fui para o meu primeiro dia de aula em uma escola totalmente nova, se sequer algum conhecido, isso era tortura, ainda mais sendo o segundo ano do ensino médio! Chegando na escola, que por sinal era bem grande e tinha um pátio com bastante árvores, um laguinho e algumas mesas pra passar o intervalo. Fui a secretaria e eles me indicaram a minha sala de aula. Me dirigi até ela e esperei o professor chegar, alguns alunos me olharam desconfiados, outros sorriram e acenaram, mas ninguém veio até mim e nem eu fui até eles. - A essa altura do campeonato todos já estão com grupos formados! - Pensei. Assim que entrou na sala o professor pediu que a turma se acomodasse e me viu logo, assim que todos estavam em silêncio para minha maior vergonha ele começou o interrogatório. - Senhorita? Qual o seu nome por favor? perguntou-me o professor. - Er... Debra! Debra Rossi! - Nossaaa temos uma estrela entre nós, (todos riram), então... Você e o Valentino Rossi, são parentes algo do tipo? - Não, apenas sou descendente de italiano, meu pai é italiano! - Bom Debra, não estou querendo me gabar, mas a senhorita não é a única estrela daqui, prazer em conhecê-la, meu nome é Charles e embora não seja Xavier, todos aqui me chamam de professor X, sinta-se a vontade e seja bem vinda! Me disse isso, olhando em meus olhos com firmeza e um grande sorriso, como quem dá boas vindas a um amigo. - Ah, antes que me esqueça sou professor de física! - Ahhh cara, segunda - feira primeira aula e ser de física, por mais que tenha gostado dele, pois além de muito simpático ele era um atlético meia idade muito bem vestido e charmoso, a palavra física tinha acabado todo o encanto. Pensei. - Debra, para finalizar o "interrogatório" de vez, que mal me pergunte, mais a senhorita veio de qual escola? - Vim de outro estado professor, mais precisamente do Rio Grande do Norte! - E posso saber o motivo, causa ou circunstância? - Claro! A empresa que minha mãe trabalha pediu pra ela abrir uma nova franquia aqui! Disse orgulhosa da minha mãe. - E seu pai, onde se encontra? Perguntou o professor curioso e duvidando da minha resposta. - Bom... (nesse momento meus olhos encheram de lágrimas) meu pai, assim que se casou com a minha mãe pediu visto de cidadão e entrou para marinha, e já faz um bom tempo que ele está em expedição. - Sinto muito, me desculpe por perguntar! Disse o professor com pena de mim. - Sem problemas, apesar da distância ele é um bom pai. E isso era verdade, mesmo o meu pai estando longe, sempre que podia ele ligava e me fazia sentir muito sortuda por tê-lo como pai. A aula de física começou e o professor é muito bom, depois tive aula de história e geografia, que também foram boas. No intervalo ninguém ficou comigo, todos me olhavam como olhavam para o Cris de "todo mundo odeia o Cris" me sentia tão diferente ali, só queria que as aulas acabassem logo.