"Todo dia ela chega em casa e se pergunta: o que eu estou fazendo aqui?"
Passamos cerca de uma hora e meia dentro de um trem, descemos em um vilarejo e andamos quase uma hora ao redor e por dentro de um floresta, eis que avisto uma casa fora da floresta, perto de um rio, feita de madeira com alguns musgos em seu telhado e algumas flores ao seu redor. Era a casa da Nick, simples porém muito aconchegante. Entramos e ela prontamente pegou o notebook. - Vamos procurar você no mapa! Rsrsr disse sorrindo. - Por que você está me ajudando? - Por que eu tenho a leve impressão de que você é como eu. Me disse com um olhar triste e digitou meu nome na internet. - Como assim como você? - Olha vamos apenas procurar seus pais agora ok? - Tá certo, como queira! - Nick me encontra na internet por meio de uma notícia no jornal, ela lê a matéria e me olha assustada. - O que foi? Sou um et? Rsrsrs - Não... Er... Sabe quando eu disse que você era como eu? Então, eu tava de certa forma, certa. Sinto muito! - O que? Do que você está falando? - Você veio de um orfanato! - kkkkkkkkkkkkkkk Orfanato? Não, eu moro com a minha mãe e meu pai está a serviço na marinha, mas moro com minha mãe! - Seus pais morreram em um acidente de carro, no qual você saiu machucada, porém viva e foi colocada no orfanato, pois você não tem parentes aqui. - O que? Não, isso é mentira! - Olha, o que deve ter acontecido é você ter tentado fugir do orfanato e bateu a cabeça em algum lugar e por isso não se lembra mais de nada. - Eu não bati a cabeça e meus pais não estão mortos! Falei gritando e com um tom desesperado. - Olha a matéria, este é um jornal de renome aqui, ele não brinca! Falou Nick com pena de mim. - Olhei a matéria, dizia que eu era inglesa natural, e que meus pais também eram, que estavamos voltando pra casa quando tudo aconteceu, que fiquei em coma por um tempo e que logo depois fui para um orfanato, do qual fugi e ninguém sabe o meu paradeiro. Chorei. O que estava acontecendo? Esta não é a verdade, não é minha vida! Porém, parecia ser já que tinha minha foto com os meus pais no jornal. A foto que foi tirada no último natal, em nossa casa no nordeste brasileiro, como posso ter ficado toda a vida aqui e esta foto é de lá? Perguntei chorando a Nick. - Bom, essa foto só mostra o interior de um casa, provavelmente a sua aqui, quando você bateu a cabeça, acho que idealizou outra realidade. - Não! gritei e sai correndo. - Debra volta, você vai se perder! Ouvi Nick me alertando. - Continuei correndo, entrei dentro da floresta e continuei correndo, chorando, correndo, quando de repente, ai bufti ai, ai, ai, tropecei num tronco de árvore e sai rolando até parar no tronco de outra. Olhei pra cima, vi as copas das árvores misturado com o azul do céu e meus olhos fecharam sem que eu ordenasse. - "Ando por aí querendo te encontrar, em cada esquina eu paro em cada olhar..." Escutei uma voz conhecida cantando laaaaaaaa longe. - Acordaaaaaaaa, vai se atrasar pra escola! Grita minha mãe abrindo a porta do meu quarto. - No momento em que ela grita, tenho um susto tão grande que caio da cama, e me levanto desesperada, o que? O que foi? Onde estou? - Minha mãe cai na gargalhada, acorda sua dorminhoca, você está no Brasil e vai para escola agora. - Mãe? Eu estava em casa de novo e tudo estava normal, respirei aliviada e fui tomar banho.