Capitulo 4 - Melany

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-Vamos lá Mel! - Jane gritou em cima da cama de Olívia. 

Estávamos no quarto dela, fazendo um 'festa'. Na verdade, elas estavam tentando superar o fato, de que na rua de baixo estava tendo uma super festa, festa na qual elas queriam ir. Mas não foram convidadas.
- Ok, meninas obrigado por terem me chamado pra vir aqui e tentando animar esse sábado à noite. Mas eu realmente quero ir pra casa.
Eu não estava no clima de festejar, pelo menos não em grupo. Queria ir pra casa e ler um bom livro.
- É melhor você ficar. - Sasha começou. - Pedimos pizza! Podemos cantar no karaokê e falar mal da Ashlyn, e da super festa incrível que ela está fazendo agora.
- Eu adoraria fazer tudo isso... Mas prefiro ir. - Disse me levantando, colocando meu casaco e minha touca.
Elas desanimaram, respirei fundo e disse:
- Vocês estão fazendo isso por mim ou por vocês?
- É. Você tem razão... - Olívia disse.
- Eu não entendi... - Sasha falou.
- Estamos fazendo essa "festa" porque queríamos estar em outra festa, mas não fomos convidadas, achei que fazendo isso me sentiria melhor. - Ela respondeu.
- Ashlyn é uma grande vadia, quem liga para as festas dela? - Sasha perguntou.
- Eu ligo! - Olívia gritou. - Tem comida boa, é tudo luxuoso e te caras gostosos!
- Eu também ligo. - Sasha falou desanimada.
- Bem, eu vou indo... Mas vocês deviam continuar a festa. - Falei.
- Não é uma festa. - Jane bufou.
- Então transformem isso em uma! - sorri.
Mas elas continuaram desanimadas.
- Escutem. - Comecei. - Eu não conheço a Ashlyn muito bem, mas, Sasha tem razão ela é uma grande vadia! Vocês deviam festejar, e ficarem felizes por não estarem naquela festa. Vocês não precisam dela!
Olívia sorriu.
- Você é incrível. - Ela disse.
- É mesmo. Às vezes acho você bem parecida com Jesus. - Sasha disse.
- Hum... Obrigada?
- Vamos lá meninas! Vamos cantar, comer e dançar! - Sasha levantou animada.
- É! Mas não necessariamente nessa ordem porque se você comer e depois pular, pode acabar passando mal. - Jane respondeu.
- Quem é você? Minha avó? - Sasha disse. - Cale essa boca de nerd, e vamos ficar chapadas!
- Você tem razão, eu vou calar a minha boca e ficar chapa... Espera? Chapada? Eu não vou usar drogas! Você ficou doida?
As duas começaram a discutir.
- Vem, eu te levo até a porta. - Olívia falou rindo da situação.
Então a segui.

Nós descemos as escadas e passamos pela sala escura e vazia. Os pais dela tinham saído pra jantar fora.
Ela abriu a porta e eu saí
- Tem certeza de que não quer ficar? Você vai perder a melhor festa de BrookState.
- Tudo bem. - Dei risada.
- Não quer que eu te leve em casa? Está ficando tarde, posso pegar o carro da minha mãe!
- Não se preocupe, são dez e quarenta agora, não está tão tarde. Eu moro perto e posso caminhar rápido.
- Então... Tchauzinho, vejo você segunda na escola. - Ela sorriu.
- Ta legal, tchau!
Assim que disse isso comecei a andar e ela fechou a porta.
Atravessei e fui para o outro lado. Algumas partes da Rua de Olívia estavam escuras, andei depressa como tinha dito.
Fui andando, quando meu celular começou a tocar. Era meu pai, querendo saber onde eu estava e se já estava indo pra casa. Mandei uma mensagem pra ele dizendo que estava quase chegando e que uma amiga minha estava comigo.

Eu estava quase chegando na esquina, guardei meu celular e andei mais rápido. E quando dobrei a esquina, trombei em alguém.
- Ah Deus, me desculpa! - Falei desesperadamente, então percebi que ele estava com um copo de café em uma das mãos e que tinha um pouco em sua blusa. - Café? Sério? As pessoas gostam de tomar café por aqui!
Achei que tinha falado baixo, mas não tinha. O cara que eu tinha esbarrado ouviu me dizer aquilo e respondeu. E eu só notei que ele era um cara quando olhei pra ele.
- Café é bom. Não na sua roupa mas... - Ele sorriu e ficou quieto.
Era um cara alto, loiro, com um sorriso que fez meu coração bater mais forte a cada minuto. Com olhos azuis que brilhavam a luz da lua, que estava ali enorme e brilhante. Seu rosto era incrivelmente perfeito.
- Uau! - Deixei escapar.
- O que?
Percebi então que eu estava encarando ele. Desviei o olhar.
- Nada. Eu sinto muito por isso, eu não...
- Tudo bem foi minha culpa! - Ele me interrompeu.
- Não, eu derrubei o seu café, em você mesmo! - Ri.
- Sério, tudo bem! Minha mãe não vai gostar disso mas... Você é nova por aqui? - Ele perguntou. - Estou dizendo isso porque moro aqui e conheço todo mundo. Menos você. - Ele riu.
- Na verdade sim, eu cheguei aqui há umas duas semanas atrás.
- Ah, bem-vinda a BrookState ! Eu saí pra visitar meu pai e cheguei hoje, estou indo pra casa.
"Você também tem que ir Melany!" - Eu também preciso ir, ta ficando tarde e meu pai vai me matar se eu não for logo.
- Quer que eu te acompanhe?
- Não, estou bem!
- Ok, então eu... Te vejo por aí. - Ele deu mais um sorriso, que fez minhas pernas tremerem.
- Ta... Bem... - Falei. - Vejo você por aí.
- Estou bem ansioso pra te encontrar de novo. - Ele disse.
- Só que dessa vez sem café! - Ri, e me despedi.
Continuei andando rapidamente, ate perceber que estava pensando no estranho que tinha conhecido. Eu estava sorrindo, pensando nele!
"Por que eu estou sorrido? Pare de sorrir Melany! Ele pode até ser lindo, mas deve ser um psicopata! "
Alguma coisa estava acontecendo comigo. Senti um calor e uma adrenalina percorrendo meu corpo.
"Eu realmente espero que veja ele de novo! Será que ele tem namorada? Com toda certeza ele tem! Por que você está pensando nisso, ele é um desconhecido, pare de sorrir!"

Quando cheguei em casa, todos lá estavam na sala.
- Eu estava muito preocupado com você ! - Meu pai gritou assim que me viu.
- Ta tudo bem. - Falei.
- Por que você está sorrindo? - Mark perguntou confuso.
"Droga Melany, falei pra parar de sorrir!" - Não estou. - Falei tirando o pequeno sorriso que eu tinha do meu rosto.
- Você estava. - Ele provocou.
- Calado! - Mandei.
- Aconteceu alguma coisa? - Minha mãe perguntou.
- Não aconteceu nada. "Só esbarrei em um cara super lindo, derramei café nele e nós conversamos." pensei.
- Tem certeza? - Meu pai disse.
- Aham... Boa noite. - Falei subindo rapidamente pro meu quarto.
Eu até poderia falar o que houve para minha mãe, mas para meu pai não... Nunca! Ele sempre quer proteger todos. Ele tem motivos pra isso.
Entrei no meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama.
~ Ok, vamos tentar dormir ! ~ falei pra mim mesma, mas a primeira coisa que pensei foi em um sorriso e par de olhos iluminados pela lua que eram lindos!
Sentei na cama.
~ Vai ser uma noite longa ~ Falei me jogando na cama de novo.

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