Capitulo 40 - Darren

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Meu coração estava disparado quando pedi a Melany em namoro, e ficou assim novamente quando pedi ela em casamento, e se repetiu quando a vi entrar na igreja. 

Eu estava me sentindo o homem mais feliz do mundo e ela está linda naquele vestido. Eu sabia que estava fazendo a escolha certa.

Tudo foi incrível. O casamento, a festa, a lua de mel. Tudo!
Londres as vezes era fria demais porém eu e Melany sempre nós esquentávamos, e apesar de não ser Paris que é a capital do amor, estava sendo uma viagem bem romântica. Aproveitamos ao máximo e nos divertimos muito mas não podíamos ficar lá pra sempre então tivemos que voltar.
- Spencer tem razão. Aqui é lindo. - Melany falou, olhando pela janela do avião.
- Nós vamos voltar. Prometo. - Segurei sua mão.

Quando chegamos em BrookState, fomos direto para a nossa casa. Ela ficava duas ruas abaixo da rua da minha mãe.
- Eu não acredito Mel! Olhe só, é nosso lugar! - Falei me jogando no sofá.
Era uma casa bem bonita e espaçosa.
- Então é oficial? Começamos nossa vida de casados? - Ela sorriu.
- Sim. E que tal se nós fossemos estrear a cama do nosso quarto? - Me levantei pegando ela no colo.
Ela riu e me beijou. - Parece uma ótima idéia.
Imediatamente nós fomos pro quarto e bem... As coisas esquentaram.

Seguimos nossas vidas, sendo felizes, viajando, saindo com os amigos e família... Eu continuava a falar com Zyan só que com menos freqüência e comecei a falar com meu pai com mais freqüência. Minha mãe sempre ia me visitar e sempre trazia bolo ou qualquer outra guloseima. Eu achei que ela iria ficar um pouco triste com a minha saída de casa, mas me enganei pois ela estava muito bem.
Arkan e Melissa também visitavam a gente e Mark sempre vinha jogar videogame. Algumas vezes ele trazia Stella, parece que tudo ficou bem sério entre eles já que anunciaram que estavam noivos.
Nosso amigos iam o tempo todo em casa para jantar ou conversar ou no caso do Bradd: Jogar videogame! Eu, Mark e ele passávamos horas jogando.

Estava tudo indo bem. Eu tinha um bom emprego, era casado com o grande amor da minha vida e tinha uma ótima casa... Então faltava algo?

- Mel ? - Chamei assim que entrei em casa. - Amor, você chegou? - Falei indo até a cozinha.
Era bem de tardezinha, eu tinha chego e as luzes da casa estavam acesas, o que indicava que supostamente ela tinha chego do trabalho.
- Você está aí! - Ela estava no banheiro, em pé se olhando no espelho. - Chegou mais cedo? - Falei entrando no quarto.
- Sim, eu... Saí mais cedo. Como foi o dia hoje?
- Normal. - Falei, sentando na cama e afrouxando a gravata. - E o seu?
- Normal também. - Ela ficou em silêncio por alguns segundos. - Podemos conversar?
- Claro. Podemos sim. - Respondi.
- É importante.
Ela estava estranha.
- Melany, fale comigo! - Exclamei. - Tem algo errado?
Ela saiu do banheiro e foi até a porta do quarto.
- O que você acha de ter um bebê? Eu não queria... Eu não quero te acelerar, é só que estamos casados á dois anos e você nunca falou nada sobre isso... - Ela estava nervosa.
Sorri. Ela ficava linda daquele jeito.
- Mel, você pode falar sobre o que quiser comigo. E sobre ter um bebê, bom... Nós podemos tentar! Se não conseguirmos agora podemos esperar um pouco e continuar tentando.
- Tudo bem, mas o que eu preciso saber é se você quer ser pai. Eu preciso saber se você está pronto, se você quer isso. E seja honesto!
- Preparado eu não estou... Não totalmente, mas querer... Eu quero muito! Vai ser incrível quando isso acontecer e nós vamos ser muito felizes.
Ela respirou aliviada. - Então eu posso te contar que... Eu estou grávida.
Ouvir aquilo foi um choque. Sim, era o que eu queria, ter um filho com a Mel mas isso foi bem... Rápido.
- Você está grávida!? Você...
- Está tudo bem?
- Sim. Sim, claro.
- Parece que você viu um fantasma.
- Não! Não é isso, eu já vi fantasmas... É que, bom, foi uma surpresa!
- Você já viu fantasmas? - Ela estava confusa.
- Ignore isso. Caramba Mel, nós vamos ter um bebê! - Gritei, pegando ela no colo. - Vamos ter um filho! Isso é maravilhoso. Quando você descobriu?
- Eu estava me sentindo mal durante a semana passada, eu estava enjoada e isso não passava, então eu pensei que poderia estar grávida e fiz o teste.
Coloquei ela no chão. - E deu positivo! Oh meu Deus, nossos pais vão ser avós! Temos que contar pra eles.
- Tudo bem se acalma. - Ela riu. - Nós podemos esperar até o primeiro ultra-som e ver se está tudo bem?
- Claro. Vamos esperar. Mas vai demorar muito?
- Não. Eu vou ir no médico na sexta.
- No hospital onde eu trabalho?
- Não, em um outro. Onde minha mãe me levava, não é tão longe.
- Ah, tudo bem. Vamos ter uma família linda! - Falei a beijando.

No dia seguinte eu fui ao encontro de alguém. Eu precisava falar para ele. Eu sei que a Melany pediu para eu esperar mas não faria diferença contar pra essa pessoa. Ela já tinha morrido.
- Zyan! - Exclamei, quando o vi.
- Olha, você apareceu.
- Eu sei que faz tempo que eu não venho aqui, desculpe, mas eu tenho uma notícia incrível.
- Oh, conte me!
- Melany está grávida! Eu vou ser pai!
- Finalmente aconteceu. Você está formando sua família, cara! Estou muito feliz por você. - Ela sorriu
- Obrigado. Também estou feliz...
- Mas... - Ele me interrompeu. - Eu já sabia.
- O que?
- Eu não queria estragar o momento, você chegou aqui tão feliz. - Ele riu. - Mas você precisava ver sua cara quando a Melany contou que estava grávida. Foi hilário! Eu devia ter filmado, mas Deus não pode me emprestar o iPhone dele.
- Deus tem um iPhone?
- Mas é claro que tem! - Ele falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Você viu isso? Viu a Melany me contando?
- Eu estou em todo lugar. E quando falei que era legal ser um fantasmas, não estava brincando. Eu vejo muitas coisas.
- Ah meu Deus...
- Relaxa, eu não sou desses caras que gosta de ver o irmão fazendo sexo.
Fiquei envergonhado. - Tudo bem, agora que você já sabe eu tenho que ir.
- Eu preciso falar com você. É importante.
- Oh, eu entendi a referência. - Resmunguei.
Ele gargalhou, depois ficou sério e respirou fundo. - Eu estou indo embora. Essa é a ultima vez que você vai me ver.
- Pare com as brincadeiras. Não tem graça.
- Não é brincadeira. Meu tempo aqui, acabou. Eu vou continuar vendo você e todos dessa cidade. Eu só vou para um lugar melhor, pra finalmente descansar em paz.
- Por favor, Zyan!
- Eu apareço pra você á doze anos, cara! Eu morri á doze anos. Eu sei que você vai sentir minha falta, somos irmãos, sempre vamos ser, mas você prescinda superar.
Fiquei quieto. Ele continuou:
- Todos os dias eu sinto a tristeza da mamãe pela minha partida, mas ela foi forte e seguiu em frente. Todos seguiram. É isso que você precisa fazer. Nós estamos nos despedindo por doze anos, é muito tempo, chegou a hora de dizer adeus. Ir e não olhar para trás. Eu vou ficar bem... E você?
Meus olhos estavam cheios d'água.
- Você está certo. Só que é difícil saber que essa é a ultima vez.
- É a ultima vez mas não completamente, eu vou sumir mas parte de mim vai renascer.
- E não entendi.
- Olhe pra mim. - Ela pediu.
Então olhei. Olhei para seus olhos castanhos claros enormes.
- Amo você irmão. - Ele disse.
- Eu também.
- Nos precisamos ir. Agora.
Respirei fundo. - Tudo bem.
- Cuida bem dos seus filhos aqui, que eu vou cuidar dos meus sobrinhos lá em cima. E fale de mim pra eles, fale que eu fui o melhor irmão do mundo, fale que eu era o Batman!
Dei risada. - Pode deixar. - Me virei e comecei a andar para a saída do cemitério.
- E Darren! - Zyan gritou.
- Sim. - Me virei.
-Faça uma coisa por mim, algo que eu não posso fazer... Tenha uma longa e maravilhosa vida.
- Eu vou. - Sorri.
Ele sorriu também.
Foi a ultima imagem que guardei de Zyan na minha cabeça. Ele sorrindo, com seus olhos brilhantes. Ele estava tranqüilo. Continuei andando. Tudo o que ele tinha dito era verdade. Eu precisava seguir em frente, mas dessa vez sem olhar para trás.


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