O Beco

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- Point Of View - Annabeth -

Tinha acabado de sair da lanchonete, já com uma roupa mais casual. Alternava meus olhares entre o papel onde estava escrito o recado misterioso e as placas das ruas. Parei umas duas pessoas na rua para perguntar onde era a Clifton Street, e aos poucos eu me encontrava. Finalmente achei a rua desejada e eu já conseguia ver o fim, ou seja: o beco.

Apressei meus passos até lá, e cada vez a paisagem ficava mais escura. Um carro passava por mim com os faróis acessos, fazendo eu me localizar melhor na escuridão. Entro no beco escuro e saco meu celular da bolsa. Ligo o flash e procuro se alguém estava ali: vazio. Me encosto numa parede, mesmo com um pouco de mofo, e desligo o celular, esperando que alguma coisa aconteça.

Não escuto o barulho do carro lá fora, deve ter estacionado. Estava um profundo silêncio por uns quinze segundos, até que eu escuto passos. Vou para trás de uma pilastra, tentando não fazer nenhum barulho. Começo a repensar o quê eu estava fazendo ali. À quem eu estou esperando? E se aquele bilhete não era pra mim? Bom, já entrei no problema, agora participe do problema.

Os passos se aproximavam cada vez mais, até pararem. Pelo último barulho, provavelmente o responsável já estava dentro do beco. Lembro que tenho um canivete na parte da frente da minha bolsa e pego-o com o maior cuidado. Já com a minha arma branca em mãos, saio de trás da pilastra, apontando o canivete pra quem quer que esteja lá: O garoto loiro do clube.

Ele levanta as mãos assustado, em um sinal de rendimento. Minhas sobrancelhas se arqueiam e eu abaixo meu braço, colocando o objeto em meu bolso. Ele dá um sorriso tímido e finalmente fala:

- Sabia que iria conseguir falar com você sem ser em horário de trabalho.

- Você está maluco!? Você deixa um bilhete sem eu saber em cima da mesa lá da lanchonete para te encontrar aqui, no lugar mais deserto que eu já visitei, para dar essa cantada idiota em mim? E eu aqui morrendo de medo, achando que você era um doente drogado querendo me assaltar!

- Calma... Você também recebeu um bilhete para se encontrar aqui?

- Claro que sim! Você deixou o bilhete na mesa da lanchonete!

- Não fui eu que coloquei, ok? Eu também recebi o bilhete. Estava dentro da minha casa, pensava que era um cliente meu, sei lá. Nem sei como um cliente colocaria um papel dentro da minha casa.

- E quem poderia estar chamando a gente para cá?

- Não tenho a menor idéia, talvez essa pessoa queira que nos conheçamos melhor... Bom, eu começo. Meu nome é Peter, você vem sempre aqui, Annabeth?

- Para de ser idiota - Rio, encostando novamente na parede mofada;

- Qual é - Ele se aproxima, rindo - Faz tempo que estou querendo chegar em você, então não estraga, ok?

- Tomou coragem ou fumou alguma coisa?

- Um pouco dos dois.

Olho para o chão, um pouco envergonhada. Ele era muito fofo, principalmente com aquele sorriso. Em quanto eu colocava minha franja para o lado, ele me surpreendeu com um beijo. Aquilo foi muito espontâneo, eu não esperava por aquilo. No começo eu fiquei assustada, mas logo depois comecei a me soltar, colocando a mão nas costas dele. Ele me levanta, dando vários beijos seguidos em minha boca, e eu entrelaço minhas pernas entre a cintura dele. Peter me carrega até uma caçamba, onde ele fecha a tampa e me senta em cima dela.

Nós continuávamos a nos beijar entretidamente, sem reparar no espaço que estávamos e nem no cheiro dele:

- Nossa... Vocês me chamaram aqui para eu ver isso?

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