Senhoras e senhores, estou tão só , apenas querendo sair , sentir a fria brisa noturna e deslumbrar as luzes que iluminam as ruas desta triste cidade. Um homem só, querendo apenas sentir toda a ultraviolência do nascer do sol novamente.
Sim, senhora e senhores, eu , um homem de meia idade trás em seu coração toda amargura e fantasmas de uma guerra. Um coração, que agora apenas bombeia penumbra e dor por entre minha veias, um coração fumante,doente de ardente paixão e solidão, cuja a essência se perdeu no verbo amar.
Meu nome, senhoras e senhores, é o mais comum possível. John, sou John H. Watson, um médico, que deslumbrou todos os horrores da guerra e sobreviveu, porém , agora sou nada mais nada menos que a pobre sombra de um homem, mais uma vítima deste veneno detestável que caminha junto a humanidade, veneno vulgarmente chamado de Paixão.
Ah, caros leitores, não tenho por que mentir, pois agora eu entendo toda a angústia de Humbert, ao amar sua Lolita. Quem me dera ser Lolita o alvo de meu amor, porém não, não é Lolita quem eu amo, no entanto faço das palavras de Humbert, as minhas "Lolita luz de minha vida, labareda em minha carne, meu pecado , minha alma . Lolita. "
Poesia, senhoras e senhoras, se o alvo de meu amor pudesse ser algo , seria uma poesia. Uma poesia com olhos azuis profundos, uma poesia que respira e inspira com elegância e arrogância. Uma poesia, agora , recitada infinitas vezes por este poeta maldito que escreve está manifesto de ardente paixão.
Agora, minha solidão me consome, não há mais triste sensação que olhar o velho violino, que fora deixado, e sentir o cheiro que impregnou em sua poltrona.
Senhoras e senhores, eu sabia que amar Sherlock Holmes seria como esperar um dia ensolarado na cinzenta Londres.
No entanto o que eu poderia fazer afinal? Se todo o meu abismo se apaixonou pelo seu caos! Sherlock, se existe mesmo um inferno espero que tenha ido para lá, pois não há palavras no mundo para descrever toda essa maldita dor pela qual me fez passar.
Agora, após essas minhas palavras , dou meu último suspiro porque eu estou sendo tragado por essa depressão e está dor , que bombardeia meu peito.
Adeus, caros amigos.- John H. Watson (ao menos o que sobrou dele )