CPH4

02

P.O.V Camila:

Quando eu acordei essa manhã, imaginei que poderia estar fazendo qualquer coisa... qualquer coisa, menos isso.

- você poderia me explicar de novo?

- não.

*** algumas horas antes***

-você tem que vir comigo.

- mas o que... - antes de conseguir ao menos entender o que estava acontecendo, eu fui brutalmente arrastada para longe da minha casa por essa mulher estranha de quem eu não lembrava o nome. Me esforcei ao máximo para conseguir correr sem deixar a toalha cair, porque isso faria meus pés enrolarem nela e eu voaria seminua para cima de uma louca varrida. E aqui estava eu, Camila Cabello, prevendo os cinco segundos seguintes. A louca me tirou de cima dela como um saco de farinha. Voltou a puxar minha mão. Despistou os perseguidores. Me levou para um beco. Parabéns, você acaba de ganhar um ticket para estupro grátis. Como sempre você está sendo ótima, Camila.

- que merda você acha que isso é? a porra de um treinamento? - Ela me encarava com aqueles olhos verdes e penetrantes, e isso estava ficando assustador.

- Isso não é um treinamento? - eu murmurei olhando fixamente para o chão. A estranha pôs as duas mãos em meu rosto, me fazendo a encarar. Eu havia lembrado seu nome. Era Lauren, um nome lindo, aliás.

- Camila...

- Você lembrou o meu nome! - eu a cortei.

- deixe-me terminar, é feio não deixar os outros falarem, babe - eu apenas assenti.

- Esses caras são maus, eles querem fazer coisas ruins com você.

- mas eu estou aqui desde que a infecção começou, eles nunca me fizeram nada de mal.

- não falo dos caras daqui, e sim dos que vieram. - ela encostou nossas testas e meu coração acelerou.

- por que seu coração está tão rápido? - ela perguntou-me calmamente com os olhos fechados e eu acabei fechando os meus também antes de a responder.

- Porque eu estou seminua com uma mulher estranha e linda, nossos corpos estão próximos demais e apesar de ter caras querendo nos matar, você fala sussurrando de um jeito sexy e me chama de babe. - eu quase conseguir a ouvir sorrindo.

- Prepare-se para correr, babe. Por favor, só faça mais perguntas no carro.

- Okay.

- está pronta? - ela segurou forte em minha mão.

- Claro que sim - e corremos.

Tivemos que nos largar vez ou outra por conta dos caras que vinham lutar. Lauren é muito boa em lutas corporais. Finalmente chegamos ao carro, ela deu a partida e depois de algum tempo com muita velocidade e silêncio, eu resolvi falar.

- você é boa com as mãos.

- o que disse? - ela pigarrou levemente, passando uma clara impressão que eu deveria interpretar a frase pra ela.

- na luta - me apresso em dizer - você é muito boa com as mãos na luta.

- ah, obrigada -ela disse sem desviar a atenção da estrada.

- desde quando luta?

- desde a infecção.

- faz pouco tempo. Como pode lutar tão bem?

- prática.

- pode me dizer o que está havendo?

- é aquela história dos nossos bisavôs.