Dia 2

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Peter Fisher

  Impaciente, aguardo os resultados do laboratório. Tenho os pais da criança exigindo vê-la, afirmando que são imunes por terem tomado a vacina em pequenos. Simultaneamente, o estado do outro paciente agrava-se com febre bastante alta, dificuldade em respirar e algumas zonas da pele abertas e ensanguentadas.

  Por volta do meio-dia, o laboratório fornece notícias. Confirma que o primeiro caso, o da criança, é sarampo. Falamos com as autoridades e com os pais, existindo uma possível exposição ao surto de Sarampo do parque de diversões da região.

  Infelizmente, a amostra do outro paciente é inconclusiva. Não mostra parecenças com sarampo, não tendo sido esclarecido a origem da sintomatologia e, sabendo dos resultados, decido ir avaliar pessoalmente os sintomas do segundo paciente.

  Ao entrar na unidade de isolamento, não o reconheço! Ele piorou bastante. Parece ser mais velho do que, na verdade, o é, com múltiplas feridas abertas, erupção da pele e uma posição de dor e sofrimento.

  Calmamente, pergunto:

     - John, está a ouvir-me? Consegue falar?

  Com um leve aceno que, pelas expressões do rosto, lhe deve ter provocado uma dor angustiante, concluo que sim. Quando tenta falar, acaba por ter um ataque de tosse sangrento, perdendo os sentidos.

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