Dia 8

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Peter Fisher

  O hospital de Morrow está numa completa desordem! Eu, como o maior responsável presente, sou o mais atarefado. Desde os primeiros dois pacientes com sintomas, apareceram mais quarenta casos! A sala de espera encontra-se lotada e aparenta mais alguns possíveis infetados.

  John, o segundo paciente, morreu enquanto tossia sangue... Ele foi o primeiro das vinte e uma vítimas mortais! É estranho que, de todos os casos que recebi, apenas três são confirmados como sendo sarampo.

  O mais constrangedor, para mim, é compreender como a maioria dos pacientes foram vacinados e pereceram na mesma com o sarampo. Uma mutação destas é bastante incomum! O próprio Dr. Fernandez, o meu colega que recebeu um dos primeiros doentes, acabou de sucumbir à doença, mesmo sendo vacinado contra ela!

  A sala de quarentena está repleta com os pacientes em estado mais grave. Como não há espaço para todos eles nesta divisão, que apenas tem 6 camas, acabamos por ocupar uma sala outra destinada às urgências, com 22 camas.

  Neste momento, os médicos e as enfermeiras estão a usar luvas e máscaras, o único material de proteção que tenho para lhes dar.

  Entretanto, a diretora do hospital, Marry Carter, enviou um pedido de mais equipamento e pessoal ao CDC, juntamente com o meu relatório e algumas amostras de sangue dos infetados.

  Poucas horas depois, informáramos que só quando avaliarem as amostras, poderão enviar as quantidades necessárias de material e pessoal para controlar o surto. Não obstante, disponibilizarão, o mais rápido possível, uma equipa para ajudar na pesquisa da origem e contenção da epidemia.

  Marry, de 55 anos, com marido e duas filhas a estudarem medicina, licenciou-se em medicina dermatológica. Desde o início do surto, anda atarefada a tentar descobrir o que pode estar a provocar as erupções de pele e as hemorragias. Segundo ela, parece um agente hemorrágico, todavia, o laboratório do hospital assegura que o micróbio não tem o formato do vírus ébola do norte de África e que não existe outra febre hemorrágica a alastrar-se pelo Globo. Infelizmente, enquanto pesquisa, deixa-me como gerente hospitalar, um cargo que ainda ontem desejava, agora jamais o aceitarei!


Dr. Foster

  Há mais de duas horas que observo o microscópio. Estupefacto, não consigo identificar o vírus e ligá-lo aos sintomas dos pacientes. Isto não me pode acontecer! Eu, mais que ninguém, devo conseguir fazê-lo. Fiz isto a minha vida toda!

  Possui semelhanças com a família dos vírus hemorrágicos e, querendo aprofundar, decidi oferecer-me como voluntário para investigar a doença e fazer a autopsia aos pacientes falecidos.

  Entretanto, a Jane vai tentar compará-lo e identificá-lo com outros vírus. Não será às portas da minha reforma atrasada que mancharei o meu currículo imaculado!

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