O caminho para Magnofield

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A viagem levaria 4 dias. Essa foi a informação que recebi de um viajante que passava por Tarssis. Não havia muitas carruagens que iam para Magnofield, mas pagando bem, era difícil que alguém recusasse.

Três dias se passaram e eu ainda estava na estrada. Não aguentava mais o tédio que me consumia, afinal, fiquei 72h jogando "xadrez de bruxo" com um velho pra lá de convencido e ridiculamente chato, que também estava indo para o mesmo destino.
A carruagem era grande, tinha duas partes. A que eu, o velho e mais duas moças estávamos, e uma outra mais confortável onde ouvi dizer que um príncipe de um reino estava.

Enquanto almoçavamos, fomos surpreendidos por um forte balanço na carruagem.
Ela havia freado bruscamente, derrubando quase tudo o que tinha dentro.
De repente, fortes gritos de fúria nos assustaram, eram vozes de homens.
Não tinha dúvida, era um assalto!
Saí da carruagem e me pus em frente ao carroceiro que nos levava. Ele estava sendo ameaçado pelos bandidos, que não paravam de gritar um segundo.
- Então um pirralho quer morrer hoje ? Disse um dos homens, um com uma enorme cicatriz no pescoço.
Rapidamente, me preparei para atacá-los. Usaria uma de minhas potentes habilidades.
- MORRA GAROTO!!! Gritou o homem mau encarado, saltando com um enorme machado pra cima de mim.

- Mas que poha é essa?!!!
Interrompido pelo grito que acabara de vir de dentro da carruagem, o bandido da cicatriz cessou sua investida ofensiva, me polpando de um golpe fatal.

De repente, com uma enorme espada, num movimento em espiral todo o teto da carruagem é cortado, arremessando a parte superior para longe.
- Quem foi o sortudo que me acordou ? Perguntou o ser ameaçador, saltando de dentro da carruagem.
- Quer morrer também desgraçado? Gritava um dos homens, um que empunhava duas espadas com as pontas curvadas e afiadíssimas.

A essa altura, me lembrava de um detalhe importantíssimo. Havia esquecido que eu não conseguia usar mais minhas habilidades mágicas, por conta do rubi que bloqueava meu karma especial.

A pessoa que acabara de "acordar" e descer da carruagem, nada mais era do que o príncipe que havia dito antes.
O homem correu em direção à carruagem, e o tal príncipe, também corria de encontro com com o mesmo. Ambos empunhando poderosas armas afiadas.
Com um movimento super veloz, deslizando seus sapatos sobre o solo, o jovem príncipe investe um ataque muito bem planejado diante de seu oponente, que nem ao menos pode pensar em se defender.
Com um golpe só, o homem se divide em dois, indo ao chão as metades do que ele chamava de corpo.
O príncipe o cortara com um rápido golpe na vertical, de baixo à cima separando-o em dois.
Me afastei para que não fosse atingido por algum dos vários golpes executados. Fui para perto da carruagem e fiquei perto do velho e das mulheres que tremiam de medo.
O príncipe, que não parecia ser muito mais velho que eu, matava um por um dos bandidos, debochando os em todo tempo.
Inúmeros golpes foram efetuados. O pequeno nobre, não tinha a menor dó, não poupava sangue e nem mutilações. Em poucos minutos o bando de homens havia
Sido exterminado. Quando pareceu acabar a cessão de matança, cinco homens que tentavam escapar foram vistos pelo assassino que gargalhava com a inútil tentativa dos homens de fugir.
- HAHAHAHA, como vocês são engraçados ! Cassoava.- bom... Vejamos.... Pensava o príncipe em voz alta.
Então, fincando a espada no chão, ele pronunciou algumas palavras, das quais eu não entendi nada.
-.............
Com isso, a espada começou a crescer na vertical, de uma forma impressionante. Ela sem duvidas havia chegado a uns 30 metros, e o príncipe, firmando-se, pendurado lá no topo continuava com as alegres gargalhadas.
Enquanto isso, os homens corriam desesperados a fim de escapar do ataque que estava planejado especialmente para eles.
Percebi o quanto o golpe seria perigoso e pedi ao carroceiro que levasse a carruagem e os passageiros para um lugar um pouco mais afastado.
- Bando de ratos medrosos ! Gritava o príncipe, sobre toda paisagem da trilha.
Então, a espada começou a voltar ao normal. Mas ela não estava voltando ao chão, pelo contrário, a parte que estava penetrada no chão é que estava diminuindo, subindo em direção do cabo.
- Corram maaais!!!! Hahahaha.. O
Jovem príncipe não conseguia parar com sua sequência de frases irônicas.
De uma forma incrivelmente impressionante, o príncipe veio caindo do céu com a espada sobre sua cabeca, em posição de ataque.
A medida que ele ia chegando mais próximo do solo a espada triplicava novamente seu tamanho.
Em poucos segundo sua arma havia se estendido em muitos metros de conprimento à frente.
Apenas deu tempo de tampar meus ouvidos, e em seguida o estrondo se fez.

Eu já tinha tomado uma enorme distância do local e mesmo assim quase fui atingido por enormes rochedos que caiam para todo lado.
A carruagem conseguiu se livrar das chuvas de pedras, nos livrando de um grande prejuízo. Afinal se ela fosse danificada seria complicado chegar a Magnifield.
Grande parte da floresta que rodeava a trilha foi destruída, assim como o que havia sobrado dos bandidos. Uma enorme cortina de fumaça dominava toda aquela parte da floresta, e até um pouco mais. Era difícil conseguir enxergar com clareza.

Minutos caminhando, a poeira ia baixando, então consegui encontrar a carruagem.
- Todos estão bem ? Perguntei.
Pude ouvir o que pareceu um sim meio falhado.
Entrei no interior do veículo e vi um mulher
Deitada sobre um tapete, dentro da outra parte da carruagem, aquela mais confortável.
Ela vestia roupas reais e estava acompanhada de outra mulher, vestida como ela.
Essas mulheres não eram as mesmas que compartilhavam o mesmo compartimento que eu e o velho. Elas eram, provavelmente, as assistentes do príncipe, quanto que as outras duas mulheres eram apenas camponesas humildes.
Sendo assim, na parte 1 da carruagem, viajava eu, o velho e duas mulheres. E na pare 2, o príncipe e suas duas assistentes.

Uma dessas assistentes parecia muito doente, algo parecido com uma febre.
- O que ela tem ? Perguntei assim que terminei minhas observações.
- Não sabemos. Dizia o velho.
- Quando voltamos para dentro ouvimos alguns gemidos, aí entramos para ver o que era e á encontramos . Disse também, uma das moças.
- Minha irmã está muito doente, ela foi afetada por uma maldição! Dizia a assistente, enquanto revezava em palavas e soluços.
- Vamos prosseguir com a viajem! Exclamou o jovem príncipe entrando na carruagem.
- Si- Sim senhor, Sr. Ren. Disse o carroceiro antes de chicotear os cavalos num ato de faze-los se moverem.

Passaram se uma hora des de o incidente com os badidos. Eu estava com o príncipe e suas duas assistentes em uma parte do veiculo, enquanto o resto se acomodava na outra parte, a que eu estava antes.
- O que aconteceu com ela ? Perguntei querendo saber melhor da situação.
- Como se chama ? Perguntou Ren, em seguida.
- Lieff.
- Então Lieff... Fez uma pausa e logo prosseguiu. - ... Hà alguns dias atrás estive em uma missão de investigação. Eu, Mizu e Mizuni, minhas servas.
- Servas ? Perguntei espantado, porem de uma forma discreta.
-Sim, elas são minhas servissais. Mas eu amo cada uma delas de uma forma muito especial. Essas duas são a coisa mais importante que eu tenho.
- Ah sim, entendo.
- continuando...
- me desculpe !
- Tudo bem.
- Estávamos em uma gruta à oeste de Heredur, quando perdi a mizuni de vista. Ela estava logo atrás de mim e num instante desapareceu. Foi então que ouvi o grito dela. Eu segui alguns pertences que ela havia derrubado e graças a Deus consegui encontra-la. Quando a vi, ela estava desacordada, e está assim des de então.
Eu levei a mizuni até os médicos do reino mas ninguém consegui ajuda-la. Disseram que é uma maldição rara que só pode ser curada com uma poção magica especial.
E o único lugar que tem mais variedade de poções é em Magnofield.- precisamos chegar rápido, ela esta ficando pior a cada dia. Desabafou Ren.

- sinto muito por isso, de verdade! Disse.
- Vi muita confiança em você ao se colocar a frente de um bando de ladrões de estrada. Comentou o príncipe,mudando o assunto.
- Apenas achei que era o que precisava ser feito.
- Parabéns, é assim que se deve fazer! Devemos enfrentar o oponente com garra e coragem, pois se pensarmos muito acabamos desintindo por medo de que dê errado.
Eu fiquei todo orgulho com as palavras que Ren acabara de me dizer. Me senti até mais confiante.

A noite chegou e logo adormecemos.
Durmimos à luz do luar, afinal a carruagem teve seu teto arrancado durante o dia.
Naquela noite me bateu uma forte saudade dos meus companheiros, chorei um pouco mas pensei que tudo o que estava fazendo era para o meu bem e o deles. Não iria conseguir continuar tendo sempre que estar sendo protegido pelos outros. Estava na hora de eu abandonar o antigo Lieff. Estava na hora de aprender a proteger as pessoas que são importante para mim.

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